O Apocalipse da Minha Vida

Capítulo 36

Fiquei sem chão, como isso poderia ser possível? Minha própria mãe? Será que o poder subiu para a cabeça dela? E como assim o Tio Chico na verdade é Eduardo? Eu não conseguia pensar direito, minha cabeça doía e as lagrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, eu só queria acordar e ver que tudo isso era apenas um sonho ruim. "Eu sou filha da dona da máfia" esse pensamento nunca saia da minha mente. Lauren veio e me deu um abraço forte e logo depois Logan também se juntou

–Eu sou filha da dona da máfia –eu falei em voz alta

–Sim, você é –Tio Chico, ou melhor, Eduardo falou

–Eu... Eu preciso sair daqui –eu falei

Tentei me levantar, mas a tentativa foi em vão, fui tomada por uma dor horrível na costela, tive que me deitar de novo, olhei para o Eduardo pra ver se ele podia me ajudar, mas ele desviou o olhar como resposta, o que com certeza poderia significar "não vou olhar para você, por que se eu olhar vou ser obrigado a te ajudar". Lauren olhou para ele e depois para mim, acho que ela entendeu o que eu queria por que veio na minha direção e me ajudou a sentar

–Eu preciso sair daqui –eu falei –vocês precisam me ajudar

–Em, você precisa ficar aqui por mais 2 dias –o Logan falou

–Eu não posso ficar aqui, eu fico muito exposta aqui! –eu falei –Minha mãe tentou me matar! Aqui vai ser mais fácil pra ela

–Nisso você tem razão –Eduardo falou –Aqui você vai ficar mais vulnerável. Preciso fazer umas ligações já volto –ele falou saindo do quarto

Minha cabeça, doía cada vez mais forte, eu olhei para o Logan e depois para os remédios, ele entendeu exatamente o que eu queria dizer e foi até lá fora buscar um copo d'água para eu tomar os remédios, Lau estava no telefone trocando mensagem com alguém, provavelmente com o Brad. Comecei a lembrar da minha mãe, uma lembrança incomum me veio na cabeça

FLASH BACK ON

Já não falava com a minha mãe a 2 anos, ela havia sumido no mundo quando eu ainda tinha 7 anos, agora com 10 anos, eu já sou praticamente adulta, trabalho, estudo, arrumo a casa, faço comida, cuido do meu irmão e do meu pai, meu irmão tem apenas 13 anos e já aparece em casa bêbado como o meu pai, não vejo meu pai a semanas, e tento ao máximo manter Jason longe das bebidas, mas como eu estudo a tarde e ele de manhã, não posso ficar de olho nele sempre, por isso tive que pedir ajuda para o Tio Chico, agora ele vai tirar o Jason dessa, eu tenho certeza. Não fui a escola hoje, bolei aula para ir atrás de um detetive particular, depois de juntar 5 meses inteiros do meu salário, acho que finalmente consegui um bom dinheiro para pagar a investigação. Peguei um ônibus ate o centro da cidade e depois fui andando até o prédio onde fica o escritório do Robin, ele frequenta o bar do Tio Chico onde trabalho, ele é um bom homem, mas tem sérios problemas com a bebida. Quando cheguei ao prédio fui direto para o elevador, assim que as portas do elevador abriram me vi em um beco sem saída, a quantidade de drogados e bêbedos espalhados pelo corredor era uma coisa absurda, tinha de tudo nesse corredor, de pessoas bebendo e fumando até sexo a três, eu estava com tanto medo que achei que tinha feito xixi na minha calça, "não é hora de ter medo" eu disse a mim mesma, respirei junto e atravessei o corredor. Depois de quase ser esmagada, pisada e morta por pessoas que nunca vi na minha vida, consegui chegar ao apartamento do Robin, a porta estava entreaberta, então sai entrando pelo apartamento. Robin estava sentado na frente do computador lendo alguma coisa, sua atenção passava de umas fotos para a tela do computador, ele nem me percebeu ali, bem na frente dele, tive que fazer um barulho com a garganta pra ele me notar

–Emily? –ele me olhou assustado –O que você esta fazendo aqui?

–Eu preciso que você encontre uma pessoa para mim –eu falei me sentando na cadeira

–Quem? –ele me perguntou fechando o computador e se encostando na cadeira

–Minha mãe –eu falei retirando umas fotos dela da minha bolsa –O nome dela é Mary Elisabeth, ela tem 47 anos, e 1,60 de altura, cabelo preto como o meu e uma pele bem clara e...

–Eu conheci a sua mãe Em –ele falou me cortando

–Quanto você cobra? –eu falei tirando o pouco dinheiro que tinha da minha bolsa e colocando na mesa

–Doce Emily –ele falou e depois soltou um suspiro –Eu não preciso do seu dinheiro pequena, eu faço de graça –ele falou empurrando o dinheiro de volta para mim

–Obrigada Robin –eu falei lhe dirigindo um enorme sorriso –Eu vou ficar te devendo uma

–A minha próxima cerveja no bar do Chico é por sua conta mocinha –ele falou rindo, o que me fez rir também

FLASH BACK OFF