Peter Evans' Pov
É madrugada. Estamos deitados sobre uma toalha de praia. Meu braço está nos ombros dela, como se eu quisesse protegê-la. E eu quero. O rosto de Mia estava escondido em meu pescoço. As vezes, ela me beijava. Falta uma semana para agosto terminar e percebi que nós dois estamos com medo do futuro. Medo de não podermos mais continuar com isso. Será que o que tivemos era apenas para ser um amor de verão?
- Não quero voltar para casa. - ela disse com a voz embargada. - Não quero nunca mais poder te beijar, te abraçar. Não posso pensar nisso.
- E eu não quero te deixar.
- Peter, New Jersey é ótima. Podemos ir para lá quando quiser.
- É mais complicado do que imagina.
- O que pode ser mais complicado do que nós dois não podermos ficar juntos?
- Eu... enquanto eu estava em Seattle, eu tive um caso com Tracy. - senti Mia congelar. - Mas ao contrário de você, não senti nada com ela.
- Tudo bem. Ela virou o rosto para o lado oposto do meu pescoço. - De verdade. Tudo bem.
- Não. Não tem como isso ser verdade. Vamos voltar para Seattle, não podemos continuar o que temos, não tem como eu mentir para Tracy sem que ela desconfie. Sabe por que? Ela não vai aceitar a verdade: me apaixonei por uma garota que conheci na escola. E essa não é a parte mais... polêmica. Tudo bem se eu apenas tivesse te conhecido em Van Creveld. Se fosse só até aí tudo bem. O problema vem depois: você era minha aluna.
Pode ter sido só impressão, mas eu escutei um soluço baixinho vindo dela.
- Mia? Olhe para mim. - pedi, mas ela não o fez. - Mia? - e só então ela me olhou com os olhos cheios d'água.
- Obrigada por me fazer pensar em tudo que eu não queria. - ela se soltou de meus braços e levantou. - Já está amanhecendo. Preciso ir. - ela não me beijou ou esperou que me levantasse para que começasse a andar numa direção oposta das casa de praia.
- Mia, espera! - me levantei e passei a correr atrás dela. - Mia!
Porém, como as coisas pareciam não estar ao meu favor naquele dia, tropecei numa pedra com o tamanho o suficiente para que me fizesse cair de cara no chão, só não bati a cabeça por que minhas mãos me sustentaram.
- Mia! Argh! Volta aqui! Por favor! - gritei, implorando para que ela voltasse mas também gemendo de dor por causa da ferida. - Ai, caramba! - coloquei as mãos sobre o machucado. - Mia! Volte! Mia! - eu tentei me levantar e correr atrás dela, mas já era tarde demais para correr atrás dela. Já estávamos muito longe um do outro.
Algumas lágrimas desceram silenciosamente pelo meu rosto. Mas não era por causa da dor física. Eis aqui o verdadeiro motivo: eu não tornaria a falar com Mia tão cedo.
***
Quando cheguei em casa, tentei cuidar da ferida sozinho, mas acabei acordando Miguel.
- Oi cara. - primeiro ele não se tocou do ferimento, mas depois... - como você se machucou assim?
- Acredite, meu interior está mais ferido que minha perna.
- O que aconteceu?
- Fiz uma coisa idiota. Só.
- Fala o que foi. Você precisa desabafar.
- Contei uma coisa na hora errada para uma pessoa.
- Quem? - eu deveria contar? Bom, uma hora ele descobriria mesmo. Fora que nesse meu irmão eu sei que posso confiar. Não que eu não possa confiar na minha família.
VOCÊ ESTÁ LENDO
New Life, New Love
RomansaPeter Evans: professor de Inglês. Viúvo. Peter vai para Seattle recomeçar sua vida sem imaginar que poderia se apaixonar por uma de suas alunas. Amélia Kassey: 17 anos, estudante da Van Creveld High School. Tímida e muito sensível, porém, difícil d...