Capítulo Oito: Olá

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Nota da Autora: Para agilizar a postagem, só em alguns capítulos colocarei observações. 

Além disso, quero me desculpa pela demora em postar. Espero que não me abandonem :(

Nesse capítulo, eu considerei a letra da Ella Eyre tudo o que precisava dizer:

Oh, when he returns, he puts you in a situation/Oh, quando ele retorna, te deixa numa situação 

But it's too late to have that kind of conversation/Mas é tarde demais pra ter esse tipo de conversa

It's not your job to show this boy some education, no/Não é sua responsabilidade mostrar pra esse garoto um pouco de educação, oh

Now, ain't it funny how we never seem to work it out?/Não, não me surpreende como as coisas nunca parecem resultar

We've all been played, we all get hurt/Todos já fomos tratados como brinquedo, todos nos magoamos

Just take that pain and let that motherfucker burn/Pegue nessa dor e mande o filho da mãe se ferrar

And you know that in time you will find that/E você sabe que com o tempo você descobrirá que

They'll always come back, yeah they'll always come back/Eles sempre voltam, sim, eles sempre voltam

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- Oi.

Alguém sabe explicar o poder de uma sílaba tão pequena e tão arrasadora? As pessoas não entendem o significado disso. Elas o banalizam. Mas, eu também não era capaz de entender naquele momento o que um mero e aparentemente sem significado Oi pode trazer e arrastar.

Por isso, quando ele me disse Oi eu era completamente ignorante sobre a enchente que ia me afundar. Por um mero Oi como eu ia prever o poder que uma sílaba podia me direcionar? Talvez se eu fosse alguém menos inocente e mais vivida, poderia perceber numa sombra do olhar, ou qualquer coisa parecida, o que ele queria dizer de fato.

Estávamos sentados no bar, o barulho era alto da banda ao fundo e mesmo assim eu o ouvi. Minhas amigas riram e eu ri também. Me levantei e caminhei até ele. Era tão bonito. Musculoso. Tinha o queixo quadrado, o cabelo era lourinho e curto, um sorriso divino, branco e intimidador. Pensei: amo caras assim. Com esse sorriso safado.

Conversamos sobre qualquer coisa idiota do tipo nome, o que faz ali, o que faz da vida e do que gosta, antes de nos atacarmos no fundo do bar. Minhas amigas foram embora e eu fiquei. Fomos para um motel e eu tive uma noite linda. Achei que ele nunca mais ia me ligar. Ligou. Saímos mais algumas vezes e quando vi ele tinha ido na minha casa. Eu gostava de pensar que eu era a adulta.

Pensava olha fui para o Motel na primeira vez que o vi, sou uma mulher moderna e despreendida. Mas, eu não sabia que isso não quer dizer absolutamente nada. Ninguém é totalmente nada. Nem livre nem preso.

Quando vi, ele já almoçava em casa. Conhecia meus pais e amigos. Frequentava os mesmos lugares que eu ia. Íamos jantar e ao cinema. Gostávamos de estar juntos. Tudo parecia perfeito. Éramos um casal bonito. E foi tão rápido, saímos quase todos os dias por três meses. E já estávamos namorando. Era oficial.

Não demorou meio ano para a primeira briga. Primeiro ele gritou comigo. Depois ele me xingou. Mas, era o sangue quente. Não era falta de respeito. O ciumes exagerado não era ruim, não é? Ele me amava. Não é ciúmes. É prova de que ele se importava comigo.

Um dia ele levantou a mão. Mas nunca me tocou de verdade. Ele não me bateu fisicamente. Mas, gostava de me olhar cheio de ódio. Eu me sentia despida e suja com esses olhares. Mas, a culpa era minha. Eu que fazia ele ter ciumes. Eram as minhas vestes. Eu tinha que mudar. Parei de usar saias. Parei de usar blusas com decote e regatas. Parei de usar saltos e cores chamativas.

O número da sorte e a busca do pai perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora