Capítulo Quinze: A conversa

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Depois do fiasco da despedida da Pamela, em que eu acabei transando com o stripper, no domingo, resolvi arriscar mandar mensagens para alguns caras. O primeiro foi Denis. A gente era tão bem resolvido que não existia nenhum tipo de melindre. Éramos extremamente diretos, sem enrolação alguma. A mensagem normalmente era assim: Oi. Mesmo lugar às 10h? Pode? Preciso sair às 12h, tudo bem?

Foi o que eu fiz. Era dez hora da manhã já estávamos nos atracando no mesmo quarto de Motel de sempre. Foram quase duas horas de muita emoção. Mas, eu estava meio maluca naqueles dias. Mal havia saído do banho e comecei a me vestir.

- Tudo bem, Anna? – ele perguntou ainda deitado na cama.

- Sim, é que tenho um compromisso.

- Um encontro? – ele questionou rindo. Você sabe que não há nada sério, mas há algo por trás quando duas pessoas que não estão juntas começam a falar de encontros. Fiquei me questionando se por acaso, ele queria que o encontro fosse com ele. Mas, dei de ombros. Eu não queria nada sério com absolutamente ninguém.

- Não, não, não. – neguei colocando minha blusa. – Encontro familiar, só se for.

Ele deu um sorriso de lado. Claramente, ele sabia que eu estava mentindo. Mas, eu considerava Victor, meu vizinho, quase que da família, então isso só era parcialmente mentira. Foi para lá que eu fui. Almocei na casa dele e foi bom ter algo parecido com um encontro de namorados. Victor era meu vizinho padeiro maravilhoso.

- Preciso ir, Victor. – eu falei lá pelas cinco da tarde. Dessa vez, não era nenhum encontro. Melina ia fazer uma festa. – A Mel decidiu fazer uma festa hoje.

Ele deu risada e me abraçou. – Cruzes, essa festa vai durar até amanhã. Os seus vizinhos não vão conseguir dormir! – exclamou e me deu um beijo na bochecha de forma carinhosa.

Eu dei risada, sai do abraço com delicadeza e olhei para ele. – Quer ir?

Ele negou com a cabeça.

- Então, mais um motivo para eu fazer os vizinhos não dormirem. Eles não querem participar de nossa festinha.

Falando isso, eu me despedi dele. Quando cheguei em nosso apartamento, todo mundo já estava muito louco. Para não ficar para trás, eu peguei duas garrafas de cerveja e coloquei uma bala na boca. Em menos de trinta minutos, eu já estava muito louca. Primeiro, eu acabei procurando o Ruivo da Festa, era como eu chamava o cara ruivo que sempre via e eu não fazia ideia do nome. Transamos no meu quarto. Quando sai, avistei Melina de longe conversando em um grupo.

- Menina, você está sumida! – ela exclamou rindo. Estava muito bêbada. Ela estava abraçada com um ex. Era um grupo de amigos falando sobre algo que eu não entendia. Na verdade, eu já havia bebido mais cinco cervejas e uma vodka pura. Já estava ficando muito louca. Então, eu vi o amigo do primo do amigo do ex da Mel, esse ex que ela estava abraçada. Nós nos olhamos. Eu fui a primeira a sair e ir pro banheiro. Ele me seguiu e nós ocupamos o banheiro por quarenta minutos. Depois, acho que o balanço não me caiu bem, com as calças nos pés, eu pedi licença, levantei a tampa da privada e vomitei. Ele não sentiu pena de minha situação, talvez por estar tão chapado do que eu. Ele saiu do banheiro e me deixou ali vomitando. Levantei com dificuldade. Dei descarga e resolvi que era hora de eu ir dormir. Sem me despedir de ninguém eu fui para o meu quarto. Eu só arranquei minhas calças e minha blusa e deitei. Só fui acordar no outro dia com uma enxaqueca monstro, com enjoo e com dores absurdas no corpo. Naquele dia, eu pensei que tudo ficaria bem. Mas, eu recebi uma mensagem: Já está com saudades, vadia? E desmoronei.

Parei o carro numa rua próxima ao bar que combinei de encontrar Denis. Saí do carro e fui andando devagar. Mandei uma mensagem para Melina dizendo que estava indo encontrá-lo. Sinceramente, eu não sei o que faria da minha vida sem ela. Eu era uma péssima sócia. Ela andava carregando a nossa empresa nas costas. A nossa lojinha online estava sendo totalmente administrada pela Mel. Fui atingida por esse pensamento que vinha me preocupando há alguns dias, mas resolvi ignorar novamente. Depois, eu teria que conversar com ela e ver o que eu podia fazer para melhorar. Afinal, a minha gravidez e a busca pelo pai da criança estavam tomando boa parte do meu tempo. Mas, não era desculpa para o meu total desleixo com os nossos negócios.

O número da sorte e a busca do pai perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora