O número da sorte e a busca do pai perfeito

Capítulo Dois: A lista dos quinze

De acordo com o último censo de 2010, existem 51,03% de mulheres contra 48,97% de homens no Brasil.

A taxa de fecundidade está diminuindo. Chegou a diminuir 20% nesse última década. Em 2000 era 2,38 filhos por mulher, e agora é cerca de 1,9 por mulher.

As mulheres também estão engravidando mais tarde.

***

- Vamos recapitular... - falei tentando voltar ao assunto principal. Arrumei meu cabelo ruivo, meus fios rebeldes insistiam em despencar do meu coque despojado. Eu era uma ruivinha de olhos verdes que estava sentada num Starbucks dentro de uma Saraiva, tentando compreender quem era o negro atraente na minha frente. - Onde é mesmo que nos encontramos?

- Qual é mesmo o seu nome? - ele perguntou e depois deu um gole no seu frapuccino.

- Annabelle - respondi impaciente. - E o seu mesmo? Completo, por favor.

- Hã? Thiago Machado.

- Bem, Thiago... - abri minha bolsa e tirei a minha agenda. Era a minha salvação. Busquei Thiago na lista dos 15 e encontrei. - Ah, a festa da Melina! - exclamei batendo na mesa. - Caraca, eu realmente não lembrava. - preciso parar de beber e usar itens ilícitos.

- Nem eu. - ele me encarou com seus olhinhos chocolates. Estava confuso, deu até dó. Ele era um negro belíssimo. Bombado, com um ar descontraído e um sorriso branquinho. Eu já visualizava um futuro promissor entre nós. - Só me explica, o que estamos fazendo aqui, gatinha? Sentiu saudades? Quer repetir? - provocou e foi disparando perguntinhas malandras.

- Bem, Thiago, né? Você lembra que na festa da Melina, você colocou o seu p...

- Perae, - disse me ultrapassando e me interrompendo. - Eu lembro sim. - Aí, ele era um fofinho! Um hominho tímido. Seria perfetto!

- Então, querido Thiago, o que você faz da vida?

- Hã?

- Sabe, eu sou artista plástica e dona de uma e-commerce de artigos interessantes.

- Eu sou advogado. - ele respondeu quase que por impulso. - Como assim interessantes?

- Um advogado! - exclamei animada, ignorando a pergunta. Só não bati palmas porque isso era ridículo. - Quantos anos você tem?

- Vinte e oito. - respondeu impaciente.

Escrevi ao lado do seu nome a idade e a profissão, e Festa da Melina na lista dos quinze.