Capítulo Onze: A despedida

41 4 3
                                    

Feliz dia da Mulher <3

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Mas, eu havia guardado tudo naquela época e nunca falado nada. Aquilo ficou engasgado. Hoje, percebo que ela só queria me abrir os olhos. Mas, naquele momento eu achei que ela era uma idiota que se achava. E isso ficou como uma sombra em nossa amizade. Na verdade, ela me falou apenas a verdade. Esfregou na minha cara a minha dependência dele e como eu fugia da realidade me drogando e transando com qualquer um que me convidasse para sair ou que só me olhasse na balada. Ela pediu para eu me amar. Mas, quem disse que isso é fácil? É muito difícil. Nem sempre somos capazes de nos dar valor.

Então, quando recebi duas mensagens dela dizendo que sexta seria a sua festa de aniversário e sábado a despedida de solteira, achei que era uma ilusão. Porque eu nunca acreditei que ela fosse casar com o Mauro. Cheguei a torcer para que ela não fizesse isso. Mas, perguntei para Melina e ela também havia sido chamada. Era verdade. Como aquela semana, havia sido terrível, eu fiquei animada em ir. Seria um momento de me desestressar e apagar da minha mente o que eu havia acabado de fazer.

Era quarta, quando recebi a mensagem dela. "Você vem?". Respondi que sim na hora.

Eu havia acabado de chegar em casa. A minha saia estava rasgada. Meus pés estavam doendo de tanto andar e eu estava molhada dos pés à cabeça porque a noite havia chovido muito. Melina estava no quarto e não me viu. Por isso, tratei de entrar no banho e por um pijama confortável. Eu não tinha mais lágrimas para lidar com tanta burrice. Estava seca. Mas, decidi que eu ia fazer de tudo para esquecer quem eu era. E foi o que fiz. Eu esqueci de mim naqueles dias. Abri a temporada da burrada e comecei a pirar. Antes de ir na festa de aniversário convenci Melina a fazer um esquenta no Niágara bar. Eu bebi muito. Comecei com tequila. Melina encontrou um ex-colega de algum lugar que eu não fazia ideia e ficou conversando com ele. E eu encontrei o barman. Eu o achava tão gato!

- Mais uma! – disse na terceira dose de tequila. Nós nos encaramos. Eu fiz sinal que ia até o banheiro e assim que virei para entrar no corredor que levava para o banheiro, ele apareceu atrás de mim. Nem nos falamos. Ele me puxou e entramos no banheiro masculino, em uma cabine e transamos ali mesmo, loucamente. Eu queria ser de outra pessoa. Eu queria ser outra pessoa. Enquanto, ele me beijava e me possuía, pensei que estivesse decidindo ser alguém que faz as próprias regras. Eu ditava o ritmo. Eu ditava o que devia ser feito.

Quando terminamos, ele me abraçou pelas costas e me deu um beijo no pescoço. – Preciso voltar para o bar. – Ele disse. Saindo da cabine e indo embora. Resolvi ficar para me recompor.

Eu saí da cabine e fui até a pia. Um cara estava usando o mictório, ele ficou me encarando consertar a minha roupa. Claramente estava com uma cara que denunciava ter ouvido o que havia acontecido minutos atrás. Eu lavei meu rosto e me encarei. Naquele momento, nada se encaixava. Mas, estava tudo bem. Porque eu me sentia dona de mim, novamente. Eu decidiria as regras e o fluxo. Olhei satisfeita para mim mesma e senti que eu era maravilhosa. Virei para o cara do mictório.

- Qual é o seu nome?

- Luiz Carlos. – ele era mignon, mas bonito. Baixinho, mas agradável.

- Por que está me encarando com essa cara de safado?

Ele fechou o zíper da calça e caminhou até mim. – Por quê? Está te incomodando?

- Não, eu estou adorando. Quer ir ali? – questionei. Eu me senti já muito bêbada. A tequila estava fazendo efeito. Eu apontei para a cabine.

Ele me puxou e me levou até lá.

Existe uma vantagem em ser mulher. Se você quer transar, você consegue fazer isso muitas vezes, se fizer com cuidado. Mas, isso não quer dizer que seu corpo não vai cansar. Transei com ele ferozmente. Ele gravou o seu contato no meu celular antes de eu sair de lá sem gozar nenhuma vez. Ele parecia acabado. Parecia o tipo que ia se gabar para os amigos depois. A piranha que eu comi no banheiro do bar. Já conseguia imaginar. Dei risada em pensar como caras assim eram idiotas.

O número da sorte e a busca do pai perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora