Capítulo doze: A verdade

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Nota Autora: como vocês estão? Espero que bem! Cuide-se nessa quarentena, ok?

------------------------- Boa leitura!

Negativo. Meu exame de sangue deu negativo para HIV e Hepatite C. Porém, eu descobri que estava com anemia devido a gravidez. Além disso, tive um choque ao descobrir que estava com clamídia. Uma doença sexualmente transmissível, uma infecção causada por uma bactéria chamada Chlamydia trachomatis!

- Você terá que tomar remédio, pois é transmissível durante o parto, então, esperamos que até lá tudo esteja certo. – a ginecologista me disse. – O recém-nascido pode desenvolver diversas doenças como pneumonia, conjuntivite, otite, asma, doença pulmonar e síndrome da morte súbita dentro a primeira quinzena de dias de vida do bebê. Estima-se que aproximadamente um terço dos bebês expostos a essa doença podem ser afetados durante o parto. Sem falar que a infecção pode ocasionar o parto precoce e, em alguns casos, aborto tardio.

Eu quase morri. Não era só uma bactéria? Eu quase caí dura durante a consulta. Desta vez, eu havia ido sozinha. Achei que era melhor desse jeito. Estava com medo de ter AIDs, o que era quase um milagre eu não ter depois da vida desgrenhada que tive. Afinal, o problema não é transar, é transar sem proteção alguma.

- O ideal é tratarmos tudo antes do parto e seu parceiro.

Isso me chamou atenção. Afinal, apesar de eu ter tido muitos parceiros, era a primeira vez que não havia ninguém em muito tempo.

- Eu não tenho um parceiro... Agora. – completei.

- Talvez, seja bacana avisar os homens sobre isso. É importante eles se tratarem. Algum deles deve ter te passado para você. Mas, ideal que todos se cuidem, ok? Vou te passar alguns medicamentos e tudo vai ficar bem. Importante que já sabemos e vamos tratar. Com isso, podemos evitar a transmissão ao feto, chances de endometrite e doença inflamatória pélvica.

- Obrigada. – falei pegando a papelada que ela me entregava. – Acho que a gente não pensa muito sobre todos os tipos de doenças que existem, não é?

- Se você se proteger, tudo vai ficar bem. Estamos começando o tratamento cedo, logo, não haverá complicações.

- Obrigada, doutora.

- Bem, também inclui um novo teste daqui quatro semanas, ok?

- Certo!

- Annabelle, outra coisa, você está entrando na décima semana, significa que está entrando no período que começa a se desenvolver as orelhas, o nariz, os ossos e as articulações da criança.

Isso me deixou intrigada. O coração do bebê já era audível. Eu escutei no ultrassom. Era estranho. Mas, saber que ele estava se desenvolvendo e não seria apenas uma bolinha que faz tum-tum me deixa um pouco receosa.

- Além, disso, você quer tentar a sextagem fetal?

Buguei. – O quê?!

A médica riu. – É um exame de sangue que permite a partir da oitava semana descobrir o sexo do bebê. Mas, tem um custo fora do convênio. Basicamente o exame de sangue identifica se há cromossomo Y no sangue. Se tiver, a chance de ser um menino é maior. Quanto mais meses de gravidez, mais fácil saber o sexo. Mas, você pode esperar e tentarmos a partir da décima terceira semana.

- E-eu n-não s-sei. – gaguejei. Acho que ela percebeu a minha incerteza.

Segurou a minha mão. – Não se preocupe. Pense e depois vemos isso. – ela respondeu. – Bem, por hoje é isso.

Eu ainda estava chocada. Era muita informação num único dia. - Até a próxima consulta, doutora!

- Até e qualquer coisa me avise, ok?

O número da sorte e a busca do pai perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora