Coração Acorrendado

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Harry POV.

- Por favor, por favor, não faz isso! Por favooooorrr!!! Nãoooo!!!

Eu estava todo arramado em uma maca em uma sala de um hospital todo sujo e nojento.

Tinha um homem enorme na minha frente ele estava com uma seringa enorme na mão e dizia que aquilo ia fazer a dor passar.

Eu estava com muito medo, quando ele colocou a seringa perto de mim, fechei os olhos com força.

Ouvi um estrondo e abri os olhos, o meu anjo, estava ali de novo para me salvar, ele sempre vem, nunca me deixa.

Ele havia empurrado o homem para longe e o mesmo tinha atravessado a parede da sala, uma enorme nuvem de poeira subiu, e eu não conseguia ver mais nada.

De repente senti algo quente nos meus pulsos, e quando olhei vi que as correntes que amarravam meus braços estavam vermelhas, como se estivessem fervendo, olhei para frente e vi meu anjo apontando a mão para as correntes que agora começaram a derreter, mas isso não me machucava, ele fez o mesmo processo nas correntes que estavam no meu pé. E então eu estava livre.

Nem desci da maca, simplesmente me levante ainda em cima dela, e o abracei, ele abaixou suas asas e me abraçou fortemente, assim que ele me soltou, olhou nos meus olhos e me pediu desculpas, só não entendi o porque, ele havia me salvado, então o perguntei porque eu deveria o desculpar.

Mas ele não teve tempo para responder, o edifício no qual estávamos começou a balançar, parecia que iria cair a qualquer momento, ele me pegou pelas mãos e correu até janela, olhei para baixo e vi que ali era muito alto, muito mesmo, nem conseguia ver o chão.

- Você confia em mim? - ele me perguntou.

- Mas é claro! Você é meu anjo da guarda!

Ele pegou a minha mão e olhou no fundo dos meus olhos.

- Eu te prometo que eu nunca vou te soltar, eu nunca vou te deixar cair, eu caio por você, mas não deixo você cair, eu prometo.

- Eu acredito em você, sei que ao seu lado eu nunca vou cair. E eu te prometo que eu também nunca vou te deixar cair. Eu sempre vou estar aqui, anjo. - ele me juntou ao seu peito e me abraçou, o prédio tremeu ainda mais forte, me segurei nele com todas as minhas forças, ele deu dois passos para trás e depois pulou janela á baixo. O prédio atrás de nós se desfez em pedaços e sumiu chão á baixo.

Sentia o vento batendo nos meus cachos, o vento me fazia sentir frio, o abracei ainda mais forte se é que era possível e senti meu corpo esquentar.

Estávamos em queda livre, não havia gravidade nos segurando, apenas nossos corpos, chocados um no outro, eu era o peso e ele a força, eu era o medo e ele a calma, eu era o nada e ele o tudo, eu desistia e ele era a esperança, eu era a arma e ele as balas, eu era a luz e ele a escuridão, eu era o amor e ele o perigo, eu era o protegido e ele meu protetor, eu era a âncora e ele a corda, eu era o navio e ele a bússola, eu era a rosa e ele a adaga, eu era o humano e ele o anjo.

Suas assas bateram forte e com um impulso fomos para cima, senti a pressão em nosso corpos e em alguns minutos senti meus pés se repousando sobre uma superfície firme, abri os olhos e o olhei.

- Você está seguro. - ele disse, olhei para baixo e vi um lindo gramado, estávamos em uma espécie de montanha, ao nosso redor nada se via, apenas nuvens cinzas que cobriam o céu.

Olhei para trás e vi uma linda floresta, árvores grandes e verdes, arbustos floridos e até alguns bichinhos estavam ali.

Me virei para ele e vi que o mesmo estava sentado na ponta do penhasco, suas assas abaixadas, assim como sua cabeça, ele parecia estar triste.

Fui em sua direção e me sentei ao seu lado, abracei um de seus braços.

- Porque meu anjo, tão lindo, não sorri? - ele levantou o rosto e se virou para mim.

Ele me olhou tão profundamente, seus olhos negros me traziam a sensação de culpa, com se ele carregasse um peso muito grande em suas costas.

- Eu nunca vou ser livre novamente! - ele me disse e o meu coração parou ao ver que o meu anjo chorava, as lágrimas desciam uma a uma de seu rosto. E isso fez com que eu me sentisse destruído, quebrado. Mas pelo que via a minha frente, o único destruído e quebrado aqui não era eu, mas ele. E eu precisava concertar isso.

- Mas você é livre, olha só até onde você pode chegar, qualquer um queria poder ter asas lindas como as suas e voar livre pelo céu!

- Não é bem assim! As minhas asas são apenas mais um, dos cadeados que me prendem, longe da felicidade.

- Mas porque? Eu não entendo, se você é meu anjo da guarda, porque é tão triste, porque você disse que está condenado a cuidar de mim? Eu sou um dos cadeados que te prendem? - só de pensar na possibilidade de eu ser uma das coisas que o faziam infeliz, eu já senti o meu peito doer e se apertar.

- Uma vez tiraram de mim, o que me era mais precioso, tiraram de mim o que eu mais amava, e esses cadeados que me prendem não me deixam chegar perto de quem eu mais amo, e você é o pior dos cadeados. - meu peito apertou tanto que senti a minha respiração falhar e me entreguei as lágrimas.

- Po-or que? Não é jus-us-to! Por que eu-u sou seu mai-or pro-blema?

- Eu sou o único que pode salvar a sua vida, mas também sou o único que pode tirá-la, eu sempre tenho que estar perto, mais sempre distante, se eu perder você, eu estarei condenado a ser assim para sempre. E a pior das condenações para mim, seria viver em um mundo onde eu não tivesse você, por que Harry, eu te amo, mais do que a mim mesmo, mais do que a qualquer pessoa que já amei. Eu sou seu, e sempre vou ser. Mas você nunca será meu.

- Eu não posso te amar?

- Não, Harry, você não pode!- lágrimas escoriam de seu rosto, assim como do meu.

- Então o que a gente faz agora? - falei com medo.

- Como assim? É só eu me afastar e você nunca irá me amar.

- Mas eu já amo ...

Dark Angel - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora