Capítulo #3

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     Entro na minha sala, não é muito grande, é composta por uma mesa, duas cadeiras, uma maca, um balcão com alguns objetos de pesquisas e alguns armários, me aproximo da minha mesa e encontro uma pasta, tamanho grande com uma capa marrom. Imagino que seja a análise do veneno que pedi para Iris estudar ontem. Trabalhou rápido e organizou bem, abro a pasta passando os olhos nas anotações. É um composto de soluções que deixou o veneno bem mais potente, porém, é constituído de propriedades químicas básicas, o que quer dizer que um antídoto é possível, pena que não vai ser fácil identificar e achar substancias que ajude. Segundo o relatório, o paciente não tem mais do que dois dias, o veneno vem causando alucinações, desmaios repentinos, vai ser um desafio. Desço um pouco mais a visão até um pequeno recado.

        Srta. Hayley

    Após a análise do veneno, desfrutei da liberdade de começar algumas pesquisas para achar algo que anulasse o efeito do veneno. Infelizmente a matéria foi difícil de achar o que nós resultou a obter apenas um pouco dessa planta. A planta seca Tian Ju Ye tem substâncias que ajuda a retardar o veneno. Segundo alguns estudos, recomendamos que injete cerca de 0,45ml do antidoto no paciente. Não temos certeza que irá surtir algum efeito, mas como o paciente não dispõe de tempo, essa é a nossa única chance até o momento. A planta está na segunda gaveta do lado esquerdo da mesa da senhorita.

     Abro a gaveta, puxando o saco com as plantas, deve ter uns 3kg dessa planta dentro desse saco, vai dar p fazer o antidoto e ainda irá sobrar. Ponho uma mascará e um par de luvas anticépticas, coloco um punhado dessa erva numa pequena vasilha e começo a espreme-las. A vasilha começa a ser preenchida por uma substância aquosa, verde e nada pastosa. Filtro tudo e ponho em outra vasilha, acrescentando um pouco de melissa e arnica, para aliviar e adores e acalmar. Mexo durante um bom tempo até ficar na mesma consistência da água. Coloco num frasco e deixo num compartimento dentro do armário.

     Saio da sala tirando as luvas e a mascara e colocando dentro do bolso do jaleco, ando mais alguns passos desamarrando o cabelo e Iris me aborda. 

     -Bom dia, senhorita. -diz ela com as mãos juntas na frente do corpo.

     -Bom dia.

     Embora o caso do novo paciente seja bem interessante, estou ansiosa para chegar em casa,não tirei de minha cabeça  conversa que tive com minha mãe ontem. 

     -Já comecei o antidoto, ele está repousando um pouco na minha sala.

     -Ótimo. Eu consegui algumas informações sobre o acontecido,um amigo do paciente me informou que uma agulha atingiu ele e cerca de uns 3 minutos depois, o mesmo já estava no chão. É um veneno agressivo. Bem agressivo.

     -Amanhã vamos testar como o veneno reage quando o antidoto é injetado. Depois, dependendo do resultado, aplicaremos no paciente. -Iris concorda, mal dá tempo de relaxar os ombros e um grupo de corpos entram pelo corredor provocando balburdia e empurrando um homem numa maca.

     -Dra. Hayley! -exclamou um homem. 

     Me aproximo do sujeito como uma tonalidade branca devido a perda de sangue, com o corpo gélido e rígido com uma faca presa no meio da cavidade peitoral. Faço um pequeno buraco no meu dedo com uma mordida, passo o sangue na palma das duas mãos e depois coloco a mão esquerda próximo ao ferimento, partículas do meu sangue entrando na ferida e dando origem a células novas,   retiro a faca aos poucos com a mão direita. A vida fugindo de seus olhos.

     -Ele está entrando em choque! Se preparem, iremos dar inicio a uma transfusão. -berro para minha voz cobrir as outras

     Mas já é tarde demais. Ele já perdeu muito sangue, sua força vital deixa seu corpo numa velocidade maior que uso para tentar curar a ferida. Passo a mão e fecho seus olhos ainda arregalados devido ao choque.

     -Que horas são? -pergunto.

     -9:30 da manhã. -responde Iris.

     -Tá, levem ele e depois o limpem. Avisem ao seus familiares.

     As pessoas vão deixando o local, outras permanecem ainda absorvendo tudo o que tinha acabado de acontecer.

     -O que foi isso? -pergunto tirando o sangue que começa a secar nas minhas mãos.

     -Ele foi assassinado. -responde Iris com uma expressão séria no rosto, seguindo o corpo inerte do homem desaparecer no corredor da mesma forma como entrou, rápido, porém, agora está tudo em silêncio. -Ele faz parte do conselho da cidade. Era o líder do conselho.

     -Você o conhecia? 

     -Só de vista. -um homem cujo trouxe o homem que morreu se aproxima de nós duas. -James. -Iris aparenta conhece-lo, alto, terno e uma expressão de susto. Ele esculta seu nome ser pronunciado e vira o rosto rapidamente para nós duas. -O que houve?

     -Encontraram ele morto no escritório no prédio do conselho. -diz ele me notando e fazendo uma breve reverência. -Você deve ser a grande Hayley Sttoth. -diz ele se dirigindo a mim. -Conhecida pelas mãos curadoras. 

     -Elas não foram muito úteis agora. -digo colocando uma mecha loira atrás da orelha. 

     -Por causa da perda de sangue. -lembra Iris. -Se tivessem socorrido ele antes eu aposto que a senhora poderia salva-lo.

     -Talvez. 

     -Há boatos de que tem uma pessoa atrás do conselho. -diz James baixando o tom de voz. Essa notícia me desperta. 

    -Como assim? "Estão atrás do conselho." -um medo súbito percorre meu corpo.

     -Radicais tentaram destruir o nosso estado. -começa James.  -Como eles falharam, tentarão novamente assim que eles se recompor. E irá matar o conselho para que da próxima vez que eles der inicio a outro ataque, não aparecer nenhuma nova surpresa. 

     Mas porque eles matariam o conselho? Como se ela pudesse ler meus pensamentos, respondeu a pergunta que crescia em minha mente.

     -Para não elegerem um novo líder do estado. -diz Iris por fim.

     -É só uma ideia. -diz James cruzando os braços, claramente rezando para que não fosse verdadeira. -Meu palpite é que tem um Radical infiltrado aqui,  e ele irá matar o conselho, um por um até que o próximo ataque tenha início, e sem um líder para nos comandar, ficaremos indefesos, obvio que temos soldados para nos proteger mas não é o suficiente. Mas pra essa tarefa de assassinar o conselho é preciso alguém experiente e astuto, que saiba como agir de maneira rápida e sigilosa. É só um palpite, posso estar errado e isso ser apenas um acerto de contas.

     Se tem mesmo alguém infiltrado no conselho, não demorará muito para que um banho de sangue comece. Um único pensamento me ocorre, se misturando com medo, ansiedade e preocupação. 

     Pai.

Morte IminenteOnde histórias criam vida. Descubra agora