Capítulo #14

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     Meu corpo treme feito uma folha ao vento, não tem a menor chance da minha mãe ter sobrevivido a aquele ataque.

    -Mãe! -tento mais uma vez mas não tenho nenhuma resposta, a areia começa a se sentar.

    Minha mãe está atrás do Itan, seus braços estão esticados para a frente e seus antebraços se abriram como a marionete do Enzo, só que dessa vez de uma forma protetora, pelo menos vejo que minha mãe está bem. 

    -Um escudo magnético. -reconheceria a voz do Enzo em qualquer lugar, seu tom de tédio é totalmente único. -Nada mal. 

    Minha mãe movimenta seus dedos mas o Itan não se mexe, os ombros da marionete relaxa, minha mãe se levanta com o pânico estampado em seu rosto.

    -É isso aí, maninha. -Enzo começa. -Partículas de ferro penetraram em cada brecha de sua marionete e isso o impossibilita de se mexer, você tem que fazer mais do que apenas defender, você tem que se esquivar. Então é isso? Salvar essa garota é tudo o que você pode fazer? -sua frase sai maldosa seguida de um riso. -Enquanto eu ainda estiver controlando minha marionete, as suas serão inúteis. -retorno meu olhar para o Enzo, como pode fazer isso com a própria irmã, nenhum ser humano chegaria a esse ponto, ele não presta. -Acho melhor eu atacar vocês duas de uma só vez. E para garantir que vocês realmente morram, vou modelar o ferro para uma forma mais mortal.

    As partículas começam a sair dos buracos no qual elas se chocaram no ultimo ataque e ficam flutuando a cerca de 10 metros de altura, elas se juntam e formam 6 longas estacas de ferro, existem 6 estacas de ferro sobre mim e mais 6 sobre minha mãe, dessa vez não há escapatória, uma de nós duas irá morrer.

    -Vamos acabar logo com isso. -ele fala sem interesse.

    O quê? As estacas descem rapidamente e eu consigo ouvir elas cortando o vento, estão bem próximas quando meu tio solta um grito e elas ganham mais velocidade e aumentando o seu impacto acertando o chão. 

    Mais poeira sobe e coloco a mão na frente do rosto, a marionete de minha mãe, Irina, está com os braços na mesma posição que o Itan estava e as estacas estão infincadas no chão um pouco mais a frente e deduzo que ela também estava equipada com o escudo magnético, mas se eu consigo ter esses pensamentos, é porque ainda estou viva, mas se eu sobrevivi, isso quer dizer que, minha mãe... Olho rapidamente em direção onde minha mãe estava, a poeira está começando a baixar.

    O braço direito de minha mãe está apontando para o Enzo e seu antebraço se abriu igual as outras marionetes, percebo também que as estacas acertaram o chão a sua frente, como? Como minha mãe poderia ter um escudo magnético em seu próprio braço?

    -Impressionante. -meu tio acha graça. -Então, você transformou seu próprio braço em uma marionete, nunca achei que você chegaria a esse ponto. 

    -Mãe... -minha voz sai falha. -O que é isso?

    -Não mudei isso de propósito. -sua respiração está acelerada, ela está cansada. -Na Floresta Do Desespero eu perdi meu braço direito de verdade e tive que substituir por esse. -seu antebraço que tinha se aberto como o das outras marionetes, tenta se fechar mas não consegue, as partículas de ferro entrou em seu braço falso também e minha mãe olha p seu irmão com tristeza. 

    -E então, irmã? -minha mãe olha para o Itan e depois para a Irina, o braço de minha mãe cai no chão fazendo um bralho de madeira quebrando, minha mãe sempre usou roupas com mangas compridas pra esconder isso de mim e confesso que nunca desconfiei, suas duas marionetes estão imobilizadas com as partículas de ferro, e agora? 

    -Como eu pude deixar você chegar a isso? -lágrimas descem pelo seu lindo rosto. -Como pude ser tão cega? O que farei agora? 

    Estou em estado de choque. A areia começa a se aglomerar na frente da marionete do Enzo, está tendo duas formas novas, um amontoado de areia está tomando a forma de uma pirâmide e a outra de um retângulo, são enormes, ambas devem ter uns 10 metros. 

    -Hayley. -esculto a voz de minha mãe mas a ignoro. -Você tem que sair daqui agora. Hayley... porque está parada aí? Eu já te disse! Não há nada que você possa fazer, não contra isso. Você tem que deixar isso comigo, agora vai. CORRE! 

    Correr? Começo a me levantar aos poucos, fugir e deixar minha mãe enfrenta-lo sozinha? Não... deve ter alguma coisa, tem que ter alguma coisa que eu possa fazer. Olho para Itan e depois para Irina, ambos imóveis. Tem uma coisa, tem uma coisa que eu possa fazer! 

    -Mãe. -digo enquanto caminho e me posiciono na frente de minha mãe. -Pode me usar para enfrenta-lo. -é isso, isso é tudo que posso fazer no momento, posso ser sua marionete mas uma marionete com uma diferença, meu corpo é feito de carne e osso, as partículas de areia não pode me parar.

    -Agora eu só tenho um braço. -a voz da minha mãe sai triste e olho de relance para seu braço direito jogado no chão. 

    -Eu vou ficar bem, é verdade. -estou segura de mim mesma. -Eu não tenho um monte de armas extravagantes como essas marionetes, mas eu tenho um espírito flexível que herdei de você! -depois de ter dito isso, sinto as linhas de aço de minha mãe se conectando ao meu corpo, uma em minha nuca, uma na panturrilha esquerda, outra na direta, uma no cotovelo esquerdo e outra no direito. 

    -Você tem razão. -diz a voz atrás de mim. -A habilidade magnética da marionete do Enzo impossibilita marionetes feitas de ferro e aço inúteis.  -dou um soco em minha própria mão. 

    -Exato! Agora eu posso lutar com os punhos. 

    -Vai tentar isso de novo, sua tola? -Enzo faz uma cara de tédio.

    Ignoro seu comentário e começo a correr em sua direção, as partículas de forro que estão em forma de pirâmide vem pra cima de mim com a sua ponta tentando me acertar, sinto um puxão, minha mãe me controlando, e  assim consigo desviar da ponta da pirâmide que acerta o chão e sai rastejando até ficar presa em uma pedra, jogando fragmentos de rocha para todos os lados, paro por um segundo e me recomponho, tem uma sombra em forma de quadrado bem na minha frente, ela está crescendo e crescendo até eu ser envolvida por essa sombra, levanto a cabeça e vejo o grande retângulo feito de partículas de metal caindo sobre mim. O retângulo acerta o solo mas antes, minha mãe me puxa, me desequilibro um pouco mais em seguida me recomponho, cerro meu punho direito e começo a correr em direção ao retângulo. 

     -Toma isso! -movimento meu braço direito para trás e depois acerto um soco no retângulo feito de ferro, ele se desprende do chão e sai girando descontroladamente em direção ao Enzo. 

   Esse ataque foi inesperado para ele e ele desvia de modo desajeitado do retângulo que acaba acertando e ficando preso em uma grande rocha.

    -Sua insolente! Como ousa? -seu olhar é de puro desprezo.

    -EU AINDA NÃO ACABEI! -berro sem conseguir esconder meu sorriso sarcástico. 





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