Sou convocada para participar de uma cirurgia de emergência, alterno entre andar e correr no corredor até chegar ao local onde a cirurgia vai acontecer, tem um amontoado de enfermeiros e auxiliares correndo de um lado pro outro, identifico Iris na multidão.
-Qual é o caso? -pergunto avaliando o paciente, uma criança perdendo os sentidos em cima de uma maca, pálida por causa da perda de sangue.
-Parece que esse garoto estava perto de uma briga de rua, Doutora. -Iris toma a dianteira, tentando organizar a multidão, ela se volta para mim. -Parece que um dos homens caiu sobre a criança.
-Muito bem, vamos tirar essa faca de dentro dele. -diz um enfermeiro. -Preciso de uma equipe aqui comigo.
-Com licença mas quem é você? -Iris se opõe a iniciativa do enfermeiro novo.
-Fui mandado para auxiliar esse hospital, agora se você me der licença.
-Você ficou maluco? -os olhos da sala se volta para mim, mas não volto atrás. -Se você tirar essa faca de qualquer maneira ele vai sangrar até morrer.
-E o que você sugere? Que deixamos essa faca dentro do garoto? -pergunta ele com sarcasmo.
-Preciso de morfina, se preparem para uma transfusão. -Iris aparece com a morfina, tiro a tampa e enfio a agulha próxima ao ferimento, pego um bisturi e faço um pequeno furo no meu dedo da mão esquerda, passo o sangue na palma da mão direita, com um novo bisturi, faço um pequeno corte no local onde a faca perfurou.
-Não seria melhor esperar a morfina fazer efeito, Doutora? -Iris me alerta, a criança começa a se mexer.
-Não dá tempo, ele está morrendo! Segurem ele. -me volto aos auxiliares ao redor da mesa e eles obedecem imediatamente, começo retirar a faca enquanto uso a habilidade regenerativa para estancar o sangramento e começar a curar a ferida, um enfermeiro auxiliar começa a transfusão de sangue.
Vou retirando a faca simultaneamente enquanto a ferida vai começando a sarar aos poucos, a dor do garoto vai ficando menos intensa, a morfina deve estar fazendo efeito, retiro faca e ponho ela na bancada ao lado.
-Iris. -chamo ela sem tirar os olhos do processo de cura. -Faça um corte no meudedo indicador e ponha um pouco de sangue na palma da minha mão esquerda.
Sem hesitar, ela faz um pequeno furo e coloca o sangue na minha mão, agora estou com as duas mãos em cima do ferimento. Minha mão tem uma tonalidade vermelha, como um manto de fogo envolvendo minhas duas mãos, a ferida está quase fechada.
-Que horas são? -pergunto, Iris se afasta e depois volta.
-12:30. Estamos aqui a cerca de uns 10 minutos. -a ferida se fecha, retiro minhas mãos de cima do garoto.
-Iris se encarregue de que levem ele para o quarto, avisem aos pais dele e o monitore. -ela concorda com a cabeça e depois vai embora, sigo direto para a pia mais próxima, ligo a torneira e começo a tirar o sangue do garoto que secou na minha mão.
-Isso foi impressionante, para uma novata. -diz uma voz atrás de mim, me viro e encontro o enfermeiro arrogante que queria operar aquele menino, enxugo as mãos, paro ao seu lado e lanço um olhar cheio de triunfo.
-Não sou uma novata. Fique sabendo. -viro o rosto e saio da sala, deixando ele sozinho.
Fecho a porta atrás de mim e Iris aparece.
-Doutora. -diz ela arfando como se tivesse participado de uma maratona de 3 km.
-O que foi Iris?
-É o seu pai!
-O que tem meu pai? -seguro ela pelos braços. -O que tem meu pai? Fala logo Iris! Onde ele está?
-Quarto C4, mas ele... -não dou a chance de deixar ela terminar sua frase, saio em disparada esbarrando nas pessoas, chego ao quarto C4, entro no quarto e abro a cortina, meu pai está desmaiado numa cama, com a pele branca como papel.
-Pai! O que aconteceu com ele?
-Calma Hayley. -diz um médico saindo do outro lado do quarto com um soro nas mãos. -Ele só desmaiou por causa de uma baixa na pressão, ele vai ficar bem.-Iris entra no quarto.
-Você quase me mata de susto sabia? -digo irritada.
-Desculpa, Doutora. -diz ela colocando as mãos na frente do corpo. -Eu tentei avisa-la mas você saiu correndo e eu não consegui alcança-la.
-Tudo bem. A culpa não foi sua. -o doutor coloca o soro nele e vai em direção da porta.
-Se precisar é só chamar. -diz ele fechando a porta atrás de si.
-Obrigada.
-Vou trazer um cappuccino para a senhorita. -diz Iris saindo do quarto.
-Iris, aproveita e liga pra minha mãe, manda ela vim aqui no hospital. -ela concorda com a cabeça e sai.
Depois daquele palpite de que o conselho agora corre perigo, a primeira coisa que pensei quando soube que meu pai estava aqui era que ele estava morrendo porque alguém tinha atacado ele. Não que seja uma coisa boa mas ainda bem que foi apenas a pressão, embora ele saiba o perigo que está correndo, é cabeça dura demais para recuar. Iris entra no quarto, coloca o cappuccino numa bancada ao meu lado, da a volta na cama e abre as cortinas.
-Falei com sua mãe. -diz ela. -Ela disse que chega logo logo.
-Obrigada Iris, pode ir descansar se quiser.
-Com licença. -ela sai do quarto, tomo a bebida fumegante e me apoio na cama com meu pai.
Não sei quanto tempo durou, mas acabei adormecendo, acordei com minha mãe tocando meu braço.
-Oi filha, o que aconteceu com ele?
-Oi mãe, foi só a pressão dele que baixou. -limpo os olhos e arrumo o cabelo.
-Vai pra casa, toma um banho, coloca uma roupa limpa e descansa, querida.
-Não eu estou bem.
-Hayley pode ir, eu fico aqui com ele.
-Tá, já volto.
-Não tenha pressa, meu amor.
Já descansei um pouco e vesti uma roupa limpa, estou voltando para o hospital, um cheiro entra pelas minha narinas, tulipas, paro na floricultura e decido comprar um pequeno arranjo. Com as flores nos braços, continuo meu caminho até o hospital, entro na recepção epasso pela cantina, vejo minha mãe esperando por alguma coisa.
-Meu pai já acordou?
-Ainda não, querida. -diz ela olhando os funcionários da cantina que andam de um lado para o outro preparando os pedidos. -Estou só comprando um café e vou voltar pro quarto.
-Tá, eu vou subir e te espero lá. -pego o elevador e vou para o quarto C4, abro a porta e depois atravesso a cortina, tem uma figura usando um casaco preto, com um bisturi na mão pronto para perfurar o pescoço do meu pai, ele sente minha presença e se vira, seu rosto coberto com um lenço preto deixando apenas seus olhos visíveis.
Largo as flores e invisto contra ele, empurrando ele em cima de uma bancada, ele me empurra, tenta acertar um soco mas eu me abaixo, ele lança outro mas consigo desviar, com um contra-ataque, acerto um soco em seu rosto, depois um em seu estomago e outro novamente no lado esquerdo do seu rosto, ele revida, dando três socos fortes no meu estômago que me faz perder o fôlego, acerta um em meu rosto, depois segura meu rosto e me dá uma joelhada me fazendo desabar no chão. Passos fortes começar a surgir no corredor, talvez porque tenham escutado o barulho dessa briga, com o cotovelo, aquela figura quebra o vidrode uma das janelas e pula para o prédio ao lado. Vou até a janela, a figura não foge, ela apenas fica parada me observando, ela tira o lenço do rosto, não pode ser. Tyler.
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Morte Iminente
AcciónSinopse: Após sobreviver ao torneio dentro da Floresta Do Desespero , Hayley Stotth e sua equipe, Jeremy Grey e Tyler Marsh não obtiveram tranquilidade ao chegar em seu estado que estava sendo devastado por um grupo organizado de Radicais. Aos pouco...