(DEBORAH)
Foi um choque ao saber que eu estava sendo presa, eu tinha como garantido que apenas a vagabunda iria acabar na cadeia, mas acabei me dando mal também.
O policial me leva até aonde será minha cela, "minha?!" Espero que por pouco tempo. O barulho da grade sendo aberta e logo após sendo fechada comigo dentro chega a me dar náusea, por conta do medo. Já ouvi diversas histórias mirabolantes do que se pode acontecer dentro de uma cela com outras detentas.
A cela, dessa vez corrijo minha forma de pensar em não a dominar como minha, é pequena, tem duas beliches que não são feitas de madeiras ou ferro como já vi em algumas casas, elas são feitas de concretos, com um colchão muito fino por cima que tem uma aparência muito nojenta é visível as manchas de sangue seco.
Um pouco mais ao fundo da cela tem um lavabo e uma privada, onde fico horrorizada, porque qualquer pessoa que passar em frente dessa bendita cela pode visualizar você fazendo suas necessidades.
" Por favor Deus, não me deixe ficar tempo suficiente em ter que usar isso aí" peço em pensamento.
Eu tomo um susto e solto um gritinho quando uma garota pula atrás de mim descendo da cama superior do beliche.
- Me desculpe te assustar, não foi a minha intenção, alias me chamo Denise – e estende a mão para me cumprimentar.
- Deborah – e estendo minha mão tocando a sua no cumprimento.
Eu escolho a cama inferior do beliche que não esta sendo ocupada pela Denise, mas não sento no colchão nojento, o enrolo com as pontas dos meus dedos, e sento no granito do beliche, puxo minhas penas junto a mim e apoio meu queixo em um dos meus joelhos, e me perco em pensamentos, pensando na minha filha naquele hospital e em tudo que ela passou, no Breno que passou a ser parte da minha vida novamente, mas com uma noiva a tira colo, e em quanto tempo vai demorar até eu sair daqui.
Não sei dizer por quanto tempo fiquei nessa posição perdida em pensamentos, mas garanto que foram bastante, porque só me desperto com a Denise me perguntando algo, meu corpo todo dói ao mudar de posição.
- Desculpa não te ouvi – digo a ela.
- O que você fez para estar aqui?
- Bati não mulher dias depois que tentou matar minha filha.
- E desde quando bater em alguém, vai preso nesse país?
- Desde que foi dado o flagrante.
- Que merda hein
- Muita, e você porque está aqui? – ela morde sua unha, como quem esta com receio de responder, ou pensando em como responder.
- Eu...hum...dei um tiro no meu padrasto – Eu tomo um choque pois ela é tão pequena, de aparência delicada, seus cabelos loiros com olhos verdes, lhe da um ar angelical.
- Porque você atirou nele?
- Ele estava batendo na minha mãe quando eu cheguei em casa, eu fiquei com muita raiva dele, meu pai a tratava como uma princesa sabe?! – eu apenas assinto concordando e para que ela continue a falar, é meio como se ela tivesse desabafando comigo – Então eu peguei a arma dele, e atirei em suas costas.
- Eu não entendo direito das leis, mas não seria dado como legitima defesa.
- Ele é policial desse batalhão – onde isso já me responde muita coisa – E para ajudar minha mãe ficou a favor dele.
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No caminho do destino
RomanceO que você faria, se o seu bebê que você acreditou ter morrido ao nascer, bate em sua porta quinze anos depois?