- Mariana!
- Oi mãe estou aqui - segurei sua mão que estava muito fria.
- Eu sei que esta chegando meu fim. - sussurra.
Minha mãe estava muito fraca e muito pálida deitada naquela cama de Hospital, eu sei que ela vai morrer e que tem pouco tempo de vida, os médicos já havia me alertado.
- Não fala assim mãe, você tem que ter força você não pode me deixar sozinha, eu tenho fé que a senhora vai melhorar, eu preciso de você. - Minhas lagrimas já descia pelo meu rosto, mesmo eu te pedindo força eu já sabia que era inevitável, ainda mais no estagio que estava sua doença.
- Eu sei Mariana...que não fui...uma boa mãe pra você...e descontei em você...porque seu pai não ficou com agente...e preferiu a sua amante do que a mim e a você. - ela tomava fôlegos para conseguir terminar uma frase.
Sim minha mãe não foi o que digamos um exemplo de mãe. Quando minha mãe descobriu que o meu pai estava tendo um caso fora do casamento, ela logo tirou proveito de engravidar para não perder sua vida de socialite e a grana do meu pai, mesmo com meus 15 anos de idade eu sei que filho não segura casamento, quando eu estava com dois anos de idade meu pai pediu o divorcio e se casou com a amante, minha mãe ficou com uma boa pensão alimentícia, mas a vida de socialite passou para a amante, e isso foi o que a fez tão amargurada, como ela sempre disse eu não prestava nem para segurar meu pai.
- Isso não tem importância mãe, eu estou aqui com a senhora e tenho esperança que a senhora vai melhorar.
- Não Mariana eu não vou melhorar eu sei...e sei também que nunca te dei amor...carinho...e essa baboseira toda...Mas também não quero que você vai morar...com o seu pai...e a lambisgoia daquela mulherzinha dele...porque eu sei que eles não gostam de você...porque de certa forma...ainda os faz ter contato comigo.
Nem entre a vida e a morte, minha mãe deixa de ter rancor, mas com isso estou acostumada e não suportaria ficar com o meu pai e sua mulher Vanessa a me olhando com desprezo. Lembro-me quando minha mãe queria causar uma discórdia no relacionamento deles, ela me mandava passar alguns dias com meu pai, e a Vanessa me detesta, como sempre disse eu fui um empecilho no começo do relacionamento deles, que por minha causa meu pai quase a abandonou e acabava fazendo da minha vida um inferno, me batia por qualquer motivo, acho que bater é um termo leve, ela me espancava mesmo, e meu pai se via, fingia não ver. Eu sempre ligava desesperada para minha mãe me buscar, mas ela sempre negava, dizia que não estava na hora de eu voltar pra casa e para mim largar a mão de ser fresca, eram as palavras dela.
Quando eu voltava para casa com hematomas das agressões pelo meu corpo, era tudo o que ela queria para fazer o maior escândalo com o meu pai e a lambisgoia como ela chama. E ela sempre soube que isso aconteceria comigo, mas mesmo assim ela queria ter o prazer de infernizar a vida deles, ela pouco se importava com o que aconteceria comigo. O que ela queria mesmo, era arrancar mais dinheiro do meu pai para que ela não denunciasse a Vanessa para policia. Mas quando ela foi diagnosticada com câncer no pulmão, ela deixou de me enviar para a casa do meu pai, porque precisava de mim para ajuda-la quando estava passando mal devido a quimioterapia, posso estar sendo egoísta mas de certa forma foi um alivio não ter que ir mais a casa do meu pai, e só de pensar que quando minha mãe morrer vou ter que ir morar com eles, eu já entro em pânico.
- E pensando em você Mariana...e uma forma de me redimir dos meus pecados...preciso te contar à verdade que você merece saber...porque agora eu quero que seu pai se dane...eu não preciso mais dele.
- Que verdade mãe? - perguntei com receio de que verdade seria essa.
- Que você não é...minha filha Mariana.
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No caminho do destino
RomansaO que você faria, se o seu bebê que você acreditou ter morrido ao nascer, bate em sua porta quinze anos depois?