(DEBORAH)
Difícil de acreditar que agora eu tenho uma filha, melhor dizendo, minha filha esta viva, ela é tão linda, tão perfeita, entrou de tal forma em meu coração, que posso dizer que a amo tanto, acima de tudo e de todos. Não consigo parar de mimá-la, pois ela sempre será o meu bebê, e quando falo assim, ela morre de vergonha deixando suas bochechas coradas, o que a deixa muito fofa, e só me incentiva a fazer mais.
Contar para Mariana a minha historia com o Breno, não foi nada fácil, ter que lembrar de todos os momentos ruins que passei, assim como lembrar dos bons momentos que faz com que machuque muito mais, porque bate acima de tudo a saudade, o que torna mais difícil esquecer. E como todas às vezes, eu precisei do Leo a minha rocha para me ajudar a contar, pois ele sabe que é muito difícil para mim, e ele esteve como sempre ao meu lado para me apoiar. Nem preciso dizer que ele ficou eufórico para conhecer a Mariana, e xingou de todos os nomes possíveis a filha da puta da Olivia.
Não contei praticamente tudo para Mariana, deixei alguns detalhes, como que o Leo não a queria assim que soube da minha gravidez, ou o que minha mãe disse após ser anunciada a sua morte e principalmente o que eu disse ao Breno sobre que sempre que o visse eu lembraria que era nele que eu estava pensando quando sofri o acidente. Fatos como esses ela não precisa saber, porque apenas vai fazê-la infeliz, então como tive uma segunda chance de ter a minha filha de volta, acredito que todos mereçam essa oportunidade de se redimir do passado, mas se quiserem continuar insistindo na mesma tecla, paciência eu tenho amor de mais para ser capaz de fazê-la feliz, esse é o objetivo principal da minha vida agora.
Quando a Mariana me ligou me pedindo para passar as férias na minha casa, eu fiquei eufórica de felicidade, mas também um pouco receosa com esse Miguel, que raio de pai é esse, que não procura saber com quem a sua filha vai passar suas férias escolares, nesses dias que ela esteve em meu apartamento, ele não ligou nenhuma vez se quer para saber se ela estava bem. Eu sinto que a Mariana me esconde alguma coisa, pois sempre foge do assunto quando envolve seu pai adotivo e sua madrasta, ela pensa que eu não noto, estou apenas dando seu tempo esperando que ela vai me contar, quero que ela conte por conta própria sem eu precisar pressioná-la.
Quem poderia dizer quem um simples teste muda tudo, quando a Mariana me contou sobre o que a filha da puta da Olivia fez, eu acredite seriamente que ela era minha filha, mas com o teste de DNA, passou a ser tudo mais real, algo como garantido.
E como havia prometido a ela, eis estou eu aqui para encontrar com o seu pai, o ex grande amor da minha vida, pedi o dia de folga no serviço, assim como o Leo para me ajudar enfrentar essa barra novamente.
Eu estou com medo, não vou negar, estou parada em frente ao edifício da sua empresa, sem a mínima coragem de entrar. Não sei o que me espera, nem sei ao menos se ele vai me receber, espero que ele tenha engordado, esteja barrigudo, careca e se possível tenha perdido alguns dentes, eu sei que os dentes é meio improvável mas não custa nada imaginar, fazendo que a situação seja um pouco mais favorável.
A vontade da Mariana em conhecer o pai, e a sua persistência em ter que encontrar a ambos os pais, e o amor que eu sinto pela minha filha faz com que eu tire a coragem que eu nem sabia que existia dentro de mim e entre nesse edifício.
- Boa tarde, em que posso ajudá-la? – pede a recepcionista.
- Boa tarde, estou aqui para ver o Sr. Breno Alcântara de Azevedo, da empresa Azevedo Engenharia – informo, como soube antemão pelo Leo que esse edifício tem uma empresa por andar, achei melhor informar.
- Você tem horário marcado?
- Não, mas não tenho a menor duvida que ele irá me receber – tento parecer confiante, mas minha consciência grita MENTIROSA!, a recepcionista me olha parecendo não acreditar, o que me faz crer que eu não sou a primeira sem hora marcada que deve dar essa desculpa – Nós estudamos juntos, eu conheço toda sua família – emendo.
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No caminho do destino
RomansaO que você faria, se o seu bebê que você acreditou ter morrido ao nascer, bate em sua porta quinze anos depois?