Annayama

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Eu sou secretária executiva de uma multinacional, comecei há pouco mais de 2 anos. Conhecia a empresa como a palma da minha mão, tão bem quanto Rey, meu chefe, salvando-o, ultimamente, de fechar negócios duvidosos e ruins para a empresa. Acho estranha essa atitude dele, pois sempre foi focado e atento. Lembro o quão era difícil ele deixar algo passar, o quanto aprendi com ele e como é inteligente. Sei que tem algo errado, mas, apesar da modesta amizade que temos, tenho receio de perguntar.

- Anna, venha aqui, por favor. - Ele me chamou, calmamente.

- Pois não, senhor?

- Anna, preciso que cubra pra mim essa semana, tudo bem? - Ele parecia chateado. Ocasionalmente, eu ficava responsável pela empresa, ocupando as  funções de Rey quando ele precisava se ausentar, seja por qual motivo fosse.

-Claro, sem problema. - respondi da forma mais amigável que pude e ousei perguntar: - Você está bem, Rey? Tenho te notado distante já algum tempo. Posso ajudar em alguma coisa? - soltei, me arrependendo quase imediatamente.

-Estou com alguns problemas pessoais, Anna. Só cuide de tudo na empresa pra mim e deixe tudo pronto para a reunião em Atlanta na próxima semana.

-Ok, Rey. Estarei aqui se precisar de algo.

-Obrigada, Anna.

Senti sinceridade em sua voz. Éramos amigos, não os melhores, mas tínhamos uma convivência fora da empresa. Ele era sozinho, filho único, perdeu os pais há alguns anos trás, também não era casado e não demonstrava nenhum interesse em mulheres. As vezes eu achava que ele era gay, mas nunca falamos sobre isso. Lembro que comentou algo sobre um encontro no natal passado enquanto eu arrumava a mesa, mas nunca deu detalhes sobre nada. Não importava, apesar de ser uma pessoa bem reservada, eu gostava de sua companhia.

[...]

A manhã foi bem agitada. Rey deixou muitas coisas a fazer e eu tinha que dar conta do serviço dele o do meu. Pelo menos o meu estava em dia.. Passei a tarde toda em uma reunião e passei alguns serviços pra Mari. Ela era minha assistente, estava na empresa há pouco mais de 6 meses, era tão inocente que chegava a ser engraçado vê-la corando com qualquer coisa. E eu fazia para provocá-la.  Linda e eu vivíamos falando sobre os caras da empresa, contando história mais quentes e pedindo a opinião dela em tudo, só pra ver todo seu sangue se concentrar em seu rosto.

-Bom dia, Anna, Mari. - disse Linda, toda animada.

-Bom dia Linda, tá gostosa hoje, hein? - Respondi virando para Mari, que já estava começando a se esconder na frente da tela do computador. - Não acha, Mari?

-Bom dia, Linda. Está muito bonita hoje. - Respondeu ela, quase entrando debaixo da mesa de vergonha.

-Não acha que estou gostosa, Mari? - Provocou Linda, se fazendo de ofendida.

-Ehhrr, tá sim, Linda!! - falou, visivelmente aliviada ao ouvir o telefone tocar, atendendo-o de imediato. A família de Mari era católica fervorosa, sua mãe era bem severa e ela foi criada nesse ambiente, onde tudo, de acordo com seus pais, era proibido.

-E aí, Anna, como estão as coisas? Estão falando que o Rey vai ficar fora a semana inteira, é verdade?

-É sim, ele tem alguns assunto pra resolver.

-Vixi, então essa semana vai ser corrido pra você.

-Vai, sim, mas a Mari me ajuda, né Ma?

-Ajudo, to aqui pra isso. - Falou enquanto digitava alguma coisa em seu computador/escudo.

O celular de Linda tocou e ela e saiu rebolando pelo corredor enquanto atendia. É uma mulher linda e brincalhona. Tem um cabelo ruivo até o meio das costas, todo enrolado,  um corpo bem tornado, não chegava a ser magra, mas tinha cada curva que fazia os homens babarem por ela, é realmente muito bonita.

Nesse meio tempo, eu só pensava em tudo que ainda tinha que fazer até o final do dia. E ia ser uma semana daquelas.

Ela quer mais.Onde histórias criam vida. Descubra agora