A briga

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PUTA QUE PARIU!

Eu fiquei sem reação. Ele se levantou todo nervoso, enquanto a saradona não entendia o que estava acontecendo. 

-Anna... - ele falou, dando um passo na minha direção.

Eu estendi a mão pedindo pra ele não vir, enquanto dava um passo para trás, recuando. Não abri minha boca e sai de lá quase correndo com a coca na mão. Liguei o carro e fui embora de lá voando. A minha vontade era de partir a cara dele, de quebrar todos os dentes, um por um. Que ódio. Eu não consegui acreditar.

Cheguei em casa tremendo e dei de cara com uma mala no chão da sala. Era Vivi. Morávamos juntas há alguns anos. Nos conhecíamos desde garotas. Vivi também veio do interior, queria uma chance aqui na capital e eu queria ajuda pra pagar o aluguel. Juntamos o útil ao agradável. Ela é minha melhor amiga, irmã, confidente e estava no Canadá nas últimas 3 semanas, estudando.

Assim que a vi, desmoronei. Acho que ela esperava uma recepção melhor, mas ficou assustada com a minha reação.

-Desculpe. - sussurrei em prantos.

-Meu Deus, Anna. O que houve? Isso tudo é saudade? - ela disse, preocupada e divertida, tentando me acalmar um pouco.

-Rony está me traindo, Vivi. - solucei e chorei mais ainda.

-FILHO DA PUTA!!! - ela ficou irada.

Contei tudo que havia acontecido, com detalhes e muitas lágrimas. Vivi não caia de amores por Rony, não ultimamente. Ela achava que nossa relação já era e só eu não queria ver isso. Bem, parece que Rony achava o mesmo.

No meio da conversa eu já estava mais calma quando a campainha toca. Era ele. O canalha traidor.

-Anna, a gente tem que conversar. - ouvir aquela voz fingindo arrependimento me deixou com mais raiva ainda.

Não deu nem tempo de eu responder, Vivi já abriu a porta rasgando o verbo pro traidor. E eles começaram uma discussão no meio do corredor. Nós moramos em um apartamento, não tem portaria, tinha que ter a chave do portão pra entrar, e o cafajeste tinha.

-Quem você pensa que é pra aparecer aqui depois do que fez? - rosnou Vivi. -CAI. FORA. DAQUI.

-Deixa eu explicar, menina implicante.

-Implicante e com razão, né? Olha só... - Vivi me defendia como um cão feroz defende o dono acuado. 

-Deixa, Vivi. Eu quero ouvir.  Fala, mas fala de uma vez só! - falei olhando pra ele, tentando, com sucesso, segurar as lágrimas.

-A gente já não estava bem, amor. - AMOR? Tive que me segurar pra não mandá-lo a merda. - E eu conheci a Josi, a...  a Josiane. - gaguejou, percebendo que ficou claro a intimidade entre eles. -  Acabou acontecendo, mas não foi nada demais. Conheci ela hoje, nem rolou nada. - o filho da puta estava mentindo descaradamente. Cretino!

-Nada? Nada além dos beijos que eu vi, né? E, com aquela intimidade toda que vocês estavam, duvido que tenha conhecido aquela vagabunda hoje. - soltei com toda raiva que eu sentia.

-Não, Anna, conheci ela somente hoje, amor.. 

-Amor é o caralho! - gritei o mais alto que eu consegui. Com certeza os vizinhos já tinham abaixado o volume da tv pra ouvir o que estava acontecendo.

-Anna, pelo amor de Deus, a gente vai se casar. Isso é besteira, linda. Juro que não vai mais acontecer... 

-É Rony, você está certo.. - falei e pausei, quando vi o alívio no rosto dele e a Vivi arregalando os olhos pra mim, continuei - Não vai mais acontecer mesmo. Porque nós ÍAMOS nos casar. Não vamos mais. Cai fora, Rony, não quero mais saber de você. - falei mais calma do que eu imaginava conseguir.

Ele ainda falou meu nome mais uma vez, mas bati a porta na cara dele com tanta força que senti  as janelas da sala tremerem. Vivi me encarou orgulhosa, me deu um abraço e me mandou tomar um banho. E eu obedeci. Estava exausta!










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