A viagem

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Sexta-feira, dia da minha temida viagem. Eu estava com as pernas bambas e a boca seca. Odeio essa sensação, mas isso sempre acontece quando vou viajar de avião. Deixei o kit emergência pronto para caso houvesse necessidade. As vezes o nervosismo me dava enjoos e dores de cabeça.

Fui para o escritório mais cedo que de costume, já havia combinado com Rey de nos reunirmos e passarmos tudo antes da viagem. Esclarecemos tudo e acertamos os detalhes finais da apresentação. Fechar esse negócio com a Silver seria algo ótimo. Não era o real foco da empresa, mas mesmo assim Rey se entusiasmou com a ideia. Já para a Silver, esse negócio era realmente necessário, o que indica que temos uma certa vantagem. Espero não precisar usar essa vantagem a nosso favor. A empresa estava mal das pernas. Tinha um bom negócio, mas a estratégia que usavam estava levando-os à falência e seria necessário um aporte de capital muito alto para conseguir mantê-la aberta e, então, colocá-la no caminho certo. 

Após a reunião, fui me despedir de Linda e Mari. 

-Mari, qualquer coisa, me liga, ok? - disse honestamente. Já havia deixado tudo pronto pra que ela não ficasse atolada. Mari era secretária executiva também, mas tinha um pouco menos de experiência que eu.

-Tá, Anna. Se precisar de suporte lá, me avisa que te ajudo. - se ofereceu a moça que ficou bêbada com meia batidinha.

-São 3 horas a menos, Ma, mas obrigada.

-Não importa, Anna. Apenas me ligue que damos um jeito. - Aquela baixinha era pau pra toda obra.

-Aqui, Anna. Tudo que eu quero, só traz o que der.. - Linda me entregou uma folha com nomes de cremes impronunciáveis e mais algumas coisinhas. Quase a folha inteira. - E vê se arranja um gato por lá pra passar o tempo, viu? - emendou com aquela cara de safada que só ela sabia fazer.

Essa mulher era impossível. Era um espetáculo, cheia de curvas e assanhada igual não sei o que. Ela sabia o poder que tinha sobre os homens e usava e abusava disso. Ainda não havia se apaixonado por ninguém. Era uma cafajeste. Que dó do Paulo, vai sofrer na mão dela.

 Que dó do Paulo, vai sofrer na mão dela

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-Boa sorte com o Paulo amanhã. Quero saber tudo depois... - falei com um sorriso cúmplice no rosto.

-Depois te conto o que mudou - ela gargalhou e eu corei.

Essa hora Mari fingia que nem prestava atenção.

-Boa viagem, Anna - falaram em coro.

As abracei e fui pra casa.

...

Já estava com tudo arrumado, coloquei as malas no carro e Vivi me levou ao aeroporto. Até que estava tranquilo pra uma sexta-feira. 

-Anna, aproveita a viagem, faz tudo que tiver que fazer. Você é livre agora. - Vivi tentou me encorajar. E conseguiu. - Sei que você nem teve tempo de olhar o que fazer lá no fim de semana. Vou pesquisar e te mando por e-mail, tá? - eu sentia algo como súplica no seu tom, querendo que eu realmente me divertisse e esquecesse o Rony. E eu nem sequer sei o que eu sinto sobre o Rony nesse momento. A coragem que ela havia me passado, acabou de se transformar em confusão. Talvez eu precise de um tempo longe de tudo pra colocar a cabeça no lugar.

-Obrigada, Vi. -

-Mas tem que me prometer que vai tentar se divertir. 

-Prometo. - menti. Na verdade, uma meia mentira. Eu ia tentar me divertir, mas do meu jeito.

Tava mais afim de aproveitar minha liberdade  no hotel do que nas baladas de Atlanta. Não sabia nada sobre aquela cidade e ainda me sentia insegura com a reunião e com meu inglês. Estarei sozinha com, provavelmente, um batalhão de pessoas da Silver.

Achei melhor nem pensar. Abracei a Vivi e fiz meu check in.

...

O avião estava pra decolar, sentei na janela, claro. Um voo longo desse, pelo menos posso olhar as nuvens. A vista é linda! As nuvens parecem bolinhas de algodão espalhadas num vasto campo azul. Sempre que viajo, me pergunto: "Você já olhou para o céu quando está no céu?". E me perco nesse pensamento, no que existe e deixa de existir, no quão pouco sabemos sobre o universo, sobre tudo.

Quando o avião começou a subir, não consegui me conter e pensei "e lá vamos nós..." e ri sozinha. Ah, eu adoro pica-pau!

...

Depois de 15 horas de viagem, cheguei ao Aeroporto Internacional Hartsfield-Jackson e, ainda bem, não tive problemas com a imigração. Peguei um taxi até o hotel e fui admirando as ruas, os prédios, o movimento. Eu esperava um movimento maior, um lugar que nunca dormisse, mas a cidade estava calma, talvez por ser madrugada. Eu estava exausta e a reunião era as 10h da manhã. Pelo menos poderia descansar um pouco. 

Fui bem recepcionada no hotel e ali já pude ter maior noção do meu inglês, não era lá aquelas bastemos, mas dava pro gasto. Entendi e fui bem entendida pela equipe do hotel. Isso acabou me deixando mais tranquila para a reunião. O hotel era ecosustentável, lindo por dentro e por fora, super confortável. Ficava na região central da cidade. Eu não poderia estar em um lugar melhor. Peguei um pequeno mapa da cidade que havia na recepção, caso resolvesse dar um passeio quando tivesse tempo livre.

Cheguei no meu quarto, tomei um banho bem quente e fui direto pra cama. O dia de amanhã seria bem cheio. Como será que o pessoal da Silver era? Seria uma boa reunião? Será que daria tudo certo? 


Oi gente linda

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Oi gente linda. Td bem com vcs?

To numa correria danada, mas to conseguindo manter as atualizações. To tentando dar uma revisada antes de postar, mas é bem por cima, então caso vejam algo errado, me avisem, por favor.

A foto no capítulo é a que mais se aproxima de como eu imagino a Linda. Uma mistura dela com a Donna, de Suits. Mas é aproximação, ok? Pois escrevi sem me basear numa pessoa ou personagem real!

Boa semana pra vocês e até domingo! :*


Ela quer mais.Onde histórias criam vida. Descubra agora