Capítulo 25

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— Um dia isso vai acontecer, Savannah — Digo. — Naturalmente. Quando estivermos preparados. Saberemos o momento certo e, não vai depender de mim, muito menos de você, para sabermos quando.

— O bom de namorar você, é que você é o único que consegue ser compreensivo e romântico ao mesmo. Lysandre não era assim... ele deixou feridas que não conseguem se cicatrizar. 

— Digamos que eu possa seu o seu... curativo? 

— Ai Heleno, cala a boca! — Ela beija minha testa — Compreensivo, romântico e só diz besteira...

— Não é besteira, é apenas uma simples verdade.

— Acho melhor nós pararmos de conversar, e ir dormir. Uma hora ou outra, minha mãe vai vir aqui checar se não há "nada" acontecendo. Se é que você me entende.

— Ah sim, eu te entendo. E com clareza. Uma mãe super-protetora...

— Chega — Ela se vira para a parede. — Teremos todo o tempo do mundo para conversarmos amanhã.

— Não tenho direito nem ao menos um beijo de boa noite? — Ela se vira para mim e sorri.

— Não. Meus lábios já dormiram, e é melhor você fazer o mesmo. 

Logo pela manhã, o barulhento despertador de Savannah nos acorda. Ele apita mais alto do que a sirene de uma ambulância. 

— Você tem sono de pedra? Pra que um despertador tão alto assim?

— Era o único que tinha na loja — Ela se levanta e corre para o banheiro.

Deslizo minhas pernas para fora da capa e puxo minha mala para perto de mim com meus pés. Abrindo o zíper, vejo uma embalagem prateada de plástico entre minhas camisetas. Deve ser uma embalagem de chiclete... masquei muitos no avião, para evitar enjoo. Levanto uma das camisetas e meus olhos quase saltam para fora. Um preservativo. 

— Savannah! — Grito. 

Ela sai com um pincel, uma escova de dentes enfiada na boca e metade de uma mecha pintada de roxo.

— O que foi?

— Foi você que colocou isso aqui? — Pego o preservativo e o ergo, para mostrá-lo para ela.

— Não! Depois do que aconteceu ontem, você ainda acha que eu iria fazer isso com você?

— Eu não sei. Tudo o que eu sei é que eu não coloquei preservativo nenhum quando preparei a minha mala. Alguém colocou isso aqui, e eu já até sei quem foi.

— Não, Heleno. A Ayla nunca faria isso. Ela não tem motivos.

— Ah, ela não tem? — Me levanto da cama. — Ela simplesmente vai aceitar que todos os momentos que ela teve sua companhia não vão mais se repetir? Ela vai simplesmente aceitar que vocês duas são grandinhas demais para ficar juntinhas fofocando? Ela simplesmente vai aceitar que você está namorando?

— Sim ela vai. 

— Não pelo que ela me disse sobre Lysandre.

— O que ela disse? — Ela diz com um tom de voz muito mais elevado, deixando o pincel cair no chão, manchando o belo piso de madeira bruta de roxo. — Diga! O que ela disse?

— Quando ela me ameaçou, ela disse que se eu atrapalhasse sua amizade...

— Você já me contou isso.

— Ela disse que eu ficaria igual ao Lysandre. O que ela quis dizer com isso?

Ela me encara com os olhos semicerrados, pegando seu celular.

— Ayla vai se arrepender se ela tiver te dito isso. Ah, ela vai lastimar de ter te disto isso.

Acho que isso despertou o instinto protetor dela. Pelo jeito, desta vez, que vai proteger o amor vai ser a garota, e não o mocinho.





















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