Capítulo 29

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— Vocês mexeram na minha mala?

— Então quer dizer que são realmente suas? — Ele diz.

— Não! É claro que não são dele! — Diz Savannah. — Hoje pela manhã, ele encontrou uma entre suas camisetas, e ainda me perguntou se fui eu que coloquei lá! Não são dele. Também não são minhas. Só sei que alguém está armando uma brincadeira de muito mau gosto conosco.

— Isso faz muito sentido, não acham? — Diz Erik, num tom ridiculamente sarcástico. — E por um acaso... vocês não encontraram o restante?

— Não haviam outras. Se houvessem outras, nós com certeza teríamos encontrado.

— De qualquer maneira... vocês vão precisar, se...

— Olha, eu não estou com humor para discutir sobre isso agora! — Grita Savannah.

Talvez eles tenha conversado muito sobre mim durante esses dias. Garanto que eu saber sobre eles eram um dos principais tópicos. Não imagino o quão constrangedoras devem ter sido as conversas que Savannah teve com Erik sobre a seita, coisa e tal.

— Nosso pai não gostaria nada disso.

— Nosso pai não está mais aqui. Ele não existe mais. "É pelo bem da família", não foi o que ele disse? Pois é, acho que ele não se importa tanto comigo o quanto ele achava que se importava.

— Savannah! — Diz Simone. — Ele é seu pai, não pode falar dele assim!

— Errado, Simone. Ele era meu pai. Ele decidiu ir, e ele foi. Consideração é algo que meus avós não devem ter ensinado a ele. Quer saber? Que se dane! Que ele passe o restante da eternidade sendo escravo da Nataie. Não me importo mais com ele. Assim como ele não se importa mais conosco, sua própria família.

Ela puxa minha mão, me levando para a escanda, deixando Erik e Simone sozinhos na sala de jantar. Quase me arrastando, ela me puxa enquanto subimos degrau por degrau à caminho de seu quarto, quando ouvimos um barulho de algo caindo.

— Shhh! — Nós ouvimos outro barulho. Este veio de seu quarto. — Agora nós sabemos que existe alguém colocando esses preservativos na sua mala. No 3, nós invadimos o quartos e flagramos esse alguém.

Encostamos nossas orelhas na porta se seu quarto e começamos a ouvir um barulho de embalagem de plástico.

— Certo, 1... 2... — Ouvimos mais barulhos. — 3!

Empurramos a porta com força e nos damos conta de que não foi Erik que colocou os preservativos em minha mala. Nem Simone.

Nos deparamos com Ayla enfiando dezenas e mais dezenas de preservativos dentro de minha mala.

— Pois é, e você disse que Ayla é inocente. — Digo.

— Esplêndido — Ayla diz, desanimada, largando as cartelas no chão. — Bom, espero que já tenha contado para ele sobre nós, Savannah, vai ter poupado muitas perguntas.

— É. Para qualquer um dos efeitos, ela já me contou sobre vocês. E... não me admira que seja você que esteja colocando esses preservativos na minha mala. Isso só poderia ser ideia de gente baixa como você.

Em minha opinião, já estava mais que na cara que poderia ser a Ayla. Agora posso compreender o motivo:

Savannah disse que um Regeener puro deve ter relações sexuais com um ser humano puro para torná-lo um Regeener.

Automaticamente, ela sabia que nada iria acontecer naquela mansão, mas mesmo assim colocou aquele preservativo na minha mala, para que assim que alguém encontrasse... bom, eu seria chamado de sujo. Assim Savannah terminaria comigo, ou... seus pais nos forçariam a isto.

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