Capítulo 46

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PESSOAL, A HISTÓRIA ESTÁ CHEGANDO AO FIM, SE REPARARAM NÃO SOU BOA DE DRAMAS E AS VEZES UM DRAMINHA VEM BEM À CALHAR, ENTÃO A PARTIR DESTE CAPÍTULO IREI COLOCAR ALGUNS DRAMAS MAS NÃO IREI DEIXAR DE COLOCAR ALGO FELIZ PARA AGRADA-LOS.

Pov. Sabrina

Eu não sabia mais o que fazer, por mais que estivesse bom aqui ao lado de Callie eu sentia falta de algo, ou melhor, alguém, saudades de minha irmã, saudades de sua companhia e de seus conselhos quando me irritava com Callie mas no fundo eu conseguia sentir que ela estava bem e muito feliz, coisa que gêmeos sentem. O apartamento que estávamos parecia juntar todo o calor apenas no quarto então resolvemos sair e encontrar algo refrescante para se fazer num dia como hoje. A morena tomava um banho gelado enquanto eu separava as roupas que usaríamos hoje e para a morena peguei uma roupa que ficava sexy em seu corpo, shorts jeans vermelho curto e uma blusa branca toda rasgada e um biquíni azul fluorescente, reparando agora, a morena tinha vários biquínis fluorescentes em seu armário, parecia Sofia. Duas mãos geladas entram por debaixo de minha blusa apertando meus seios e um beijo quente é depositado em minha nuca.
- Vai tomar seu banho delícia...
- Puta merda... Me molhou toda! - disse suspirando.
- Acabei de sair do banho é claro que você vai ficar molhada...
- Não é esse molhado... - disse olhando em seus olhos.
- Melhor ainda... - ela disse levando sua mão dentro de minha legging tocando sua mãos gelada em meu sexo. - Hmm que delícia... Molhadinha... Agora vai pro banho!
- Ah começou termina!!!
- Vai pro banho!!!
- Filha da puta... - eu disse e me afastei dela indo em direção à porta mas ela me puxa pelo braço e me beija.
- Te amo.
- Te amo gatinha.
O que combina perfeitamente com um dia tão quente como esse era um banho bem gelado que não demorou dez minutos e vou até o quarto. Ela estava sentava na beirada da cama com sua roupa linda e colada no seu corpo, seu cabelo num coque frouxo e em seus lábios um batom preto, olhava fixamente a tela do celular com um sorriso então me viu toda nua com apenas uma toalha enrolada em meus cabelos, reparei que ficou de boca aberta quase babando. Passei em sua frente e ela estava imóvel, delicadamente com as pontas dos meus dedos contornei em sua bochecha parando no queixo e fechando sua boca, com um sorriso beijei rapidamente aqueles lábios de batom preto.
- Ta babando gatinha...
Sua risada constrangida foi tão fofa que me amoleceu por completo. Em meu corpo ainda tinha gostas de água e mesmo assim comecei a me vestir, shorts jeans preto e regata colada verde esmeralda, por debaixo um biquíni sem alças laranja pôr do sol. Em meus lábios o mesmo batom preto que ela usava, Pacato dormia no chão gelado todo esparramado e próximo a ele sua água e ração, pegamos a bolsa e saímos. Andamos pela rua e como era de manhã paramos em uma padaria, acho que ali se passaram meia hora mais ou menos enquanto conversávamos, na fila do caixa Callie procurou seu dinheiro trocado me entregando e quando olho para a atendente me chamando percebo que ao meu lado ele estava lá... Naquele momento o nervosismo me consumiu em segundos, impossível, não podia ser ele, de novo não... Gaguejando perguntei quanto deu a conta e então a morena pega dois chicletes e uma garrafa de suco que tinha na geladeira, sua mão gelada por conta do suco encosta na minha e então ela cochicha se está tudo bem, nesse momento ele sai e eu respiro fundo normalmente respondendo num alívio.
Seguimos pela porta de saída e ele estava ali me vendo largando aquele sorriso ameaçador que me trouxe lembranças ruins, não, lembranças péssimas. Entrelaço minha mão na de Callie e voltamos na direção do apartamento, já que durante o café da manhã decidimos ir no teleférico que ia até o alto de uma montanha.
Um balanço com dois acentos pendurados em um único e longo fio grosso de ferro, alumínio ou qualquer outro material resistente a suportar nosso peso, nossos pés balançavam sob o ar e aos poucos fomos subindo em direção à montanha, uma brisa gostosa batia em nosso corpo, Callie segurava firme seu celular e nos filmou aparecendo uma imagem linda do oceano ao fundo e o reflexo do sol forte nas águas salgadas. Selamos um beijo rápido antes de pisarmos no chão, turistas tiravam fotos das árvores e/ou de algo, num canto havia um bar-sorveteria. Compramos um sorvete e nos sentamos para olhar a paisagem abaixo da montanha e então sinto algo se mexendo em meu cabelo, pouco me importo pois já sabia que era a mão da morena, deito minha cabeça em seu ombro e ela aperta minha cintura com a mão mas ainda sinto algo mexendo em meu cabelo, viro o rosto procurando suas mãos e uma segurava o sorvete e a outra estava em minha cintura, em segundos meus corpo ferveu de nervosismo respirei pesadamente.
- Aaaa.... Amooor!!!! T-te-tem algo e-em miiiim!!! No meu ca-ca-cabelo!!!!
- Calma!!! Vira! - ela olhou e ficou quieta sem dizer uma só palavra.
- Que tem aiiiiii! - disse histérica e me controlando para não sai sacudindo minhas mãos em meus cabelos.
- Te acalma amor... É um macaquinho!! Espera... Vem aqui amiguinho... Own que amor! Pronto olha...
Olhei e tinha um macaquinho pequeníssimo pendurado no braço da morena, seu rabo enrolado se enrosca no braço dela, seus olhos num verde claro e pêlos castanhos avermelhados, então deu um pulo em minha perna subindo novamente em meu cabelo, cócegas eu senti por conta de seus pêlos macios. Tirei-o com cuidado e segurei ele e o espertinho tentou pegar meu sorvete, mas não fui rápida o suficiente para impedi-lo de pegar um pedaço e levar à boca, quando experimentou saiu correndo de volta a mata verde.
- Que amor! - eu disse procurando por ele entre as árvores, mas nada.
- Se assustou né linda?
- Nossa imaginaa! Que susto levei! Achei que fosse uma aranha...
- Fofa! - sinto um beijo gelado com gosto de creme, Porra que beijo demorado e gostoso.
A manhã passou rápido e já estávamos na beirada da areia da praia sentindo a água morna do mar, segurava firme em sua mão, um vento gelado passa pela praia então olho para a morena e seus cabelos voavam. Seu sorriso meigo e sem jeito me levou longe, tão radiante, tão encantador, como nossas roupas estavam no carro eu a puxei para o mar, sentia a água morna em meus pés subindo até minhas coxas conforme a puxava para o fundo, então a empurro e ela vai mergulhando, não resisti em soltar uma risada mas é interrompida quando me puxa por debaixo d'água pelas pernas me fazendo mergulhar junto dela.
- Vadia! - grito quando chegamos a superfície.
Ela riu tão lindamente, eu assumo, estava perdidamente apaixonada por ela, pelo seu olhar, o som de sua risada entrava em meu cérebro e ecoava nele como se eu estivesse num sonho e, se fosse um, iria querer que esse sonho nunca acabasse, meu transe nesse pensamento com certeza deixou meu rosto com uma cara de abobalhada pensando nela, foi quando ela estalou os dedos em minha frente me tirando de todo aquele mundo distante que eu estava.
- Amor? No que ta pensando que não prestou atenção em mim?
- Aah oi amor... Então... Estava pensando em nós...
- No quê?
- Que isso tudo parece um sonho... Tão perfeito, tudo tão maravilhoso ao seu lado, sinceramente, nunca imaginei que iria amar alguém tanto assim...
- Own que linda! Eu também nunca imaginei... E se isso é um sonho amor, quero que continue para o resto da vida.
Ainda por debaixo d'água salgada do mar sinto sua mão segurar a minha forte e puxar meu corpo contra o seu então me da um selinho demorado e vários outros rápidos já que tinha várias pessoas ao nosso redor na praia. O sol estava mais fraco mas ainda esquentava o dia, ficamos sentadas sobre minha canga de mãos dadas dividindo uma água de côco, ela se escondia na sombra de um guarda-sol pois não queria ficar mais morena do que já era. Seus cabelos voavam com a brisa leve, ela usava um óculos de sol que a deixava mais linda ainda e um sorriso frouxo olhando ao horizonte, seus pés quase enterrados na areia úmida próxima ao mar. Estávamos com fome então comemos qualquer besteira que vendia próximo as areias da praia então olhei de um lado ao outro vendo a imensidão azul profundo mas ao longe eu o vi... Porra ele estava me seguindo novamente, tentei fingir que não o vi mas fiquei nervosa, queria ir embora antes que pudesse acontecer algo.
- Vamos embora Callie! - disse séria.
- Que houve?
- Na-nada... Só vamos por fa-favor!!! - disse gaguejando.
- Diga o que aconteceu Sabrina!
- Te conto no carro longe daqui! Vamos!!!!
Peguei a canga que estava na areia enquanto ela chamava um carinha para pegar o guarda-sol de volta entregando alguns trocados. Puxei Callie e voltei a olhar para trás, não o vi então fiquei mais aliviada. O carro estava a nossa frente, a morena ia no banco do passageiro mas antes de entrar no banco do motorista uma mão forte me puxa, comecei a chorar de desespero e medo, sua cara com raiva e seus olhos negros que me assustavam.
- Caaaaaaliiiie!!!! Socooor.... - minha boca é tapada por sua mão.
Ele me pressionava contra o carro, sua mão apertava com tanta força meu braço que jurei não sentir mais ele.
- Vadia! Me trocou por essa aí? Prostituta mesmo!!!
- Huuum - tentei dizer algo mas sua mão me apertava com força - Ca-Calliiie!!!
- Cala a boca! Devia ter te matado quando tive a oportunidade!
Com sua força conseguiu quebrar o vidro da porta do carro com minha cabeça, e eu consegui sentir algo me machucando.
- Larga ela!!! - Callie grita.
Não sei como mas ele conseguiu puxa-la e começou a nos enforcar com suas mãos, sinto a mão trêmula de Callie na minha e tento aperta-la mas estou ficando sem forças e ela também, preciso de ar urgente, então escuto algo se quebrando e ele cai no chão desmaiado, respiro fundo necessitando oxigênio, olho Callie e ela fazia o mesmo. Ainda sem forças consigo me arrastar até ela que chorava se encolhendo em meus bracos. Olho pra cima tentando encontrar quem foi que nos salvou e vejo o menino que pegou o guarda-sol, ele segurava em sua mão uma garrafa quebrada e pouco ensanguentada. Foi quando a polícia chegou apontando suas armas para o garoto.
- Espereeem! Não! Ele nos ajudou! Parem! - eu grito para os policiais.
Estávamos na delegacia, já havíamos dado um depoimento mas Callie ainda não sabia exatamente o que aconteceu, do hospital ele pensou em fugir mas foi pego e levado às celas dentro da delegacia e fui informada que iria logo de manhã ao presídio cumprindo 15 ou mais anos. Eram seis da tarde e resolvemos passar o resto do dia na cama, eu precisava contar a Callie o que aconteceu comigo no passado mas as palavras embrulhavam em minha garganta. Ela estava tão quieta, apenas conseguia escutar seu respirar e as vezes seu coração batendo levemente em seu peito, seus olhos fixos num ponto do teto e ela não se mexia, olhei para ela e ela nem olhou pra mim, quando aproximei minha mão na dela levou um susto olhando com uma cara apavorada.
- Calma meu amor... Já passou ok? Desculpa te meter nisso... Não vai acontecer novamente linda... - eu digo suavemente enquanto ela deita mais próxima de mim e me olha.
- O que aconteceu exatamente? Não entendi nada! Os policiais me perguntavam coisas que não sabia responder... Me explica loirinha?
- É complicado... - eu paro para respirar fundo - John foi meu namorado quando era adolescente, 17 anos mais ou menos, ficamos juntos 5 anos, ele era legal comigo, engraçado e nunca foi agressivo, até que um dia ele bebeu muito e me agrediu. No dia seguinte eu estava disposta a terminar com ele mas quando o vi estava diferente, pediu milhões de desculpas e eu aceitei, passou uma semana e ele começou a me xingar mais e me bater, me ameaçou nunca contar a ninguém senão me mataria, e nunca fiz isso, as vezes ele era romântico e isso me impedia de terminar com ele mas não era só isso, eu tinha medo dele, me bateu tantas vezes que chegou a ficar roxo meus braços, as vezes me forçava a ir pra cama com ele... - eu chorei, não aguentei mais segurar as lágrimas - Era horrível! E eu tinha que fingir para minha irmã que estava tudo bem... Até hoje ela não sabe... Ninguém sabe... Só você...
- Mas por que ele disse que você trocou ele por mim?
- Porque ainda acha que temos algo... Ele só terminou comigo porque se apaixonou por outra, mas as ameaças nunca pararam... Então minha mãe se mudou pra outro bairro mais longe do dele, onde mora agora, e nunca mais o vi até hoje na padaria...
- Sinto muito pelo que aconteceu amor... Não vai acontecer de novo... Não chora ok? Ele vai ganhar o que merece... Calma... Esquece ele, esquece isso ok? Eu cuido de você...
- Ok amor... - disse choramingando.
A abracei tão forte que escutei sua coluna estralando e isso me fez abrir um sorrisinho, não tinha fome nenhuma desde hoje de tarde, não conseguia comer nada, eu apenas queria ficar deitada ao lado de minha morena. Hoje depois do ocorrido fomos ao hospital e agora temos que tomar um remédio durante duas semanas ou mais se caso seja preciso. Pacato apareceu pulando na beirada da cama e andando entre meu corpo e o da morena, seu ronrono era alto e ele pedia carinho, minhas mãos encostam mas de Callie enquanto fazia carinho no animal que dormia entre nossas barrigas. A morena me beija tentando se aconchegar em meu corpo mas Pacato atrapalhava, deu uma empurrada leve nele para ficar em nossos pés ou no joelho já estava ótimo e então sinto o perfume doce dela, seus lábios tocam minha testa logo minha boca, escuto um sussurro de boa noite e um te amo enrolado de tanto sono que ela sentia, até que reparei que já estava dormindo, a abracei mais forte dormindo sentindo seu cheiro fraco e doce.

Depois daquele dia... (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora