Viagem

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Na manhã do dia seguinte, eu e minha mãe acordamos e fomos direto para o aeroporto. Meu pai estava viajando de novo então tava tudo liberado.

Foi 1h e 30 min de viagem, pegamos um táxi, passamos o endereço pro motorista e ele nos levou até a casa do Pedro. Foi uma eternidade pra mim porque eu estava muito ansiosa em reencontrá-lo. Mas finalmente chegou.

Minha mãe tocou o interfone e eu fui me me esconder no lote vago que tinha ao lado. Ainda bem que foi o Pedro que veio atender e então minha mãe começou a atuação. Ela estava com uma cara de choro:

-Oi Pedro, tudo bem?!

-Oi tia, tudo bem sim. Você por aqui? Como assim? Cê saiu lá de Minas por que? Cadê a Lavínia? Aconteceu alguma coisa? Você tá chorando?

Minha mãe ficou de cabeça baixa enquanto ele fazia essas milhares de perguntas, mas depois ela ergueu a cabeça, o encarou triste e falou:

-Aconteceu uma coisa sim, eu fiquei meio sem jeito de te avisar por telefone, então eu decidi vir até aqui. Fui eu que te enviei a mensagem pedindo seu endereço porque eu realmente tenho que conversar sério com você.

-Ai, fala logo. Cê tá me assustando. Foi alguma coisa com a Lav?

Minha mãe respirou fundo e disse:

-Foi e por culpa sua. Depois que você foi embora lá de casa, ela saiu de cabeça quente pra rua e acabou, por falta de atenção ao atravessar a rua, sendo atropelada e infelizmente ela não resistiu.

Ela deu um abraço nele e ele retribui dizendo, já tomado por lágrimas e soluços:

-Caralho tia, como assim? Não tô acreditando! Nunca vou me perdoar por isso! Puta que pariu e agora? Sem minha baixinha não tem mais sentido pra nada! Me diz que é mentira vai tia, por favor!

-Pedro, eu preciso te falar outra coisa.

-Mais coisa? Agora fudeu. Mas tá, fala.

-Você é muito idiota. Acredita em tudo. Lógico que é mentira retardado. Ai ai Pedro, nem sei como consegui segurar o riso por tanto tempo.

Nessa hora eu já tinha tido uma parada cardíaca de tanto rir da cara dele.

Aí ele disse:

-Então, cadê ela?

Pulei na frente dele que nem uma seriema e disse:

-Serve essa aqui?

Ele só me abraçou. Muito, muito MUITO forte. Aí eu disse:

-Se você não me soltar vou acabar morrendo mesmo, só que por asfixia.

-Pô baixinha. Que surpresa boa. Por essa eu não esperava. Não faz isso comigo de novo não que eu sou muito jovem pra infartar, tá tia?

Minha mãe tava rindo pakas só que nossa felicidade durou pouco porque certo alguém chegou pra estragar.

Palhaças nem um pouco né?!
Já imaginam quem chegou?

Carol

Ensino Médio [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora