Treta

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-Olá querida.

Ignorei e continuei lavando as mãos. Mas a Julia insistiu:

-Como vai o Pedrinho? Ele veio hoje?

Fingi de surda e fui pegar papel toalha. Mas foi aí que ela puxou meu cabelo por trás e me virou de frente pra ela.

-Quando eu falar com você, vê se me responde.

Ela deu um tapa na minha cara e eu a empurrei com o pé, o que arremessou-a contra a pia. Quando ela ia ao meu encontro novamente, a Laura saiu rapidamente de um dos boxes e jogou água sanitária nela. Fiquei parada olhando pra cara dela, querendo rir, e depois a minha amiga (que eu tinha abandonado) me puxou pela mão e me levou pra sala. Dei um abraço nela:

-Tava sentindo sua falta, Laura. Me desculpa por ter te esquecido, é que tá acontecendo uns lances complicados comigo. Muitíssimo obrigada por ter me ajudado lá no banheiro, você não faz ideia do quanto que eu odeio aquela garota.

-Tá suave. Conta sempre.

Vi Felipe e dei uma piscadinha, ele retribuiu com um sorriso maravilhoso. Mas a felicidade durou pouco, uma mulher disse que a diretora pediu que eu e a Laura fôssemos até a sala dela. Batemos na porta e a Julia estava lá. Já sabia do que se tratava, então, disse:

-Queria esclarecer para a senhora que foi auto-defesa.

-E desde quando jogar água sanitária em alguém, é defesa?

A Laura respondeu com ar de superioridade:

-A partir do momento em que a vítima se sente ameaçada pelo agressor que no caso foi a Julia.

-Você agrediu a Lavínia, Julia?

-Claro que não, eu nunca tocaria nessa imunda.

-Mais respeito com as palavras por favor. Prossigam.

Falei:

-Cheguei no banheiro e a Julia começou a falar coisas pra me provocar irritação, só que eu ignorei. Ela achou ruim, puxou meu cabelo e me deu um tapa na cara.

-Ok. E você revidou?

-Sim, a afastei de perto de mim e quando ela ia me agredir novamente, a Laura, minha amiga, apareceu e jogou água sanitária nela para me defender.

-2 dias de suspensão para a senhorita Julia e vocês duas podem retornar à sala de aula. Peço que isso não se repita.

A puta nos olhou com cara de ódio e nós simplesmente nos encaminhamos para a sala em silêncio, não era necessário nenhum comentário a respeito.

-Licença professor.

Olhei para Felipe que estava completamente curioso para saber o que tinha acontecido. Mas como combinado, tínhamos que fingir que não havia nada entre a gente, então, ele teve que aguentar.

Passei o recreio com a Laura e ficamos conversando sobre as pessoas da nossa sala, os bonitos, os feios, os burros, os gostosos, os solteiros...

-E você, Lavínia... De quem você gosta?

-Eu gosto de dois garotos, e um deles me irritou profundamente no primeiro dia de aula.

-O Felipe? Nossaaaaaaaa, nunca imaginei. E o outro você não vai falar né?!

-Acertou.

Voltamos pra sala. As aulas passaram rápido. Encontrei o Felipe na esquina do quarteirão da escola. Voltamos juntos e fui contando pra ele sobre as tretas com a Julia.

-Essa garota vai fazer de tudo pra estragar sua vida. Você sabe disso, então é melhor já vestir sua armadura.

-Verdade, mas tem outra coisa pior ainda. O Alex e a Aline foram lá na escola hoje e eles provavelmente foram se matricular. Eles têm a nossa idade e eu espero que eles tenham tomado alguma reprovação pra não ter que ser da nossa sala.

Ensino Médio [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora