Sagaz

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-Peço que o senhor me respeite porque...

-Gente, vamos evitar brigas e desentendimentos. Pedro, vai pro seu quarto, eu vou pro quarto da empregada e você, pai, vai pro seu.

-Quem manda nessa ca...

-Pai, vai dormir porque eu realmente não estou com disposição para discutir agora.

Subi as escadas e fui até o meu quarto, peguei meu lençol e meu travesseiro. Fui fechar a janela e vi o Alex deitado na cama dele. Ignorei, fechei as cortinas e tranquei a porta do meu quarto. Fui até o quarto da empregada e depois de longos 20 minutos esperando tudo ficar quieto, abri a porta e fui caminhando silenciosamente até o quarto do Pedro.

Cheguei lá e ele já tinha pego no sono. Ele estava com calça jeans e sem camisa. O acordei com beijos na bochecha e ele, ainda de olhos fechados, me puxou pra sua cama. Ele estava deitado "de barriga pra cima" e eu deitei, de lado, no seu ombro e sem querer minha mão encostou "lá". Esquivei minha imediatamente e ele disse meio rouco:

-Por mim pode ficar com a mão aí quanto tempo você quiser.

-Para de ser tarado garoto. Foi sem querer.

-Huhum, vou fingir que acreditei.

Coloquei a mão no seu peito e ele não reclamou. Como era sábado, poderia dormir quanto tempo quisesse.

Comecei a pensar no Alex, ele é mais alto que eu também, tem os olhos pretos e a pele é branca como a neve. Ele tem o cabelo castanho. Ele é bonitinho e seu corpo não é nada mal.

Mas foda-se ele e agora foco no Felipe. Ele é tão carinhoso e me dá atenção sempre que preciso. Eu gosto muito da sua presença e principalmente dos seus beijos. Sei que gosto dele porque sinto ciúme. Mas o que sinto por Pedro é algo indescritível, ele faz com que eu me sinta confortável com seu jeito de falar. Estou completamente dividida, porque quero os cuidados e beijos do Felipe e ao mesmo tempo quero a malícia e proteção do Pedro.

Deitei no travesseiro e fiquei imaginando se namorasse um deles e qual seria. Óbvio que não achei resposta e preferi ficar observando o Pedro dormir. Era tão lindo, cada traço do seu rosto, não tinha nenhum defeito. Não resisti e tive que morder aquele lábio gostoso dele.

Ele sorriu e disse:

-Ai baixinha, você me surpreende sendo tão espontânea assim. Eu estava aqui pensando e percebi que nunca senti isso, que eu sinto por você, antes. Parece que você tem o poder de me conquistar, mas eu não me imagino namorando contigo.

-Eu digo o mesmo e quer saber?! Pra mim está ótimo do jeito que tá. Não vamos estragar isso.

-É exatamente o que eu penso, mas parece que a gente só tá brincando e que não levamos esse lance a sério.

-É. Pode ser, mas cê sabe que não é brincadeira.

-Sei.

-Pedro, eu tenho uma dúvida.

-Fala.

-Onde tá o seu pai?

Ele ficou sério e fechou os olhos para que não chorasse.

-Eu não gosto de falar desse assunto.

-Ah, tá. Desculpa então, deixa pra lá.

-Eu não gosto, mas eu vou falar pra você.

Olhei pra ele que continuou:

-A nossa família não sabe muito bem disso, mas meu pai teve uma doença grave que roubou ele de mim.

-Que pesado. Mas por que eu nunca soube disso?

-Porque minha mãe nunca aceitou muito bem ter perdido o meu pai dessa forma. E sempre que perguntam sobre ele, ela diz que ele saiu de casa e nunca mais voltou.

-E você? Sei que deve ter sido péssimo.

-E como foi. Eu sofri e sofro até hoje, ele era meu herói. Mas evito falar sobre isso porque é meu ponto fraco.

Dei um beijo na bochecha dele e um abraço.

-Você é muito forte, príncipe.

-Eu não sou forte, as pessoas que me dão força. E uma delas é você.

-Que lindo. Conta comigo sempre tá Pedro?

-Lav, mudando da água pro vinho: você gosta do Felipe?

Ensino Médio [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora