Ops

136 7 0
                                    

Ele estava super assustado e disse entre dentes:

-Nossa, desculpa então.

Olhei pra ele todo encolhido e senti certo arrependimento.

-Foi mal, acho que fiquei um pouco estressada.

Dei um abraço e um beijo na sua bochecha cheia de sardas.

-Tem problema não, fica suave aí e vamo continuar fazendo o exercício que o professor tá olhando pra gente com cara de poucos amigos.

Terminamos de fazer a atividade. Ficamos calados e o sinal nos libertou daquele silêncio constrangedor. Voltei pro meu lugar e no outro horário foi a prova.

As outras aulas foram um tédio total e o Gabriel ficava me olhando de minuto em minuto.

Saí da escola, tirei meu celular do modo avião e recebi um whats do Felipe:

"Lavínia, eu fiz uma coisa horrível, mas antes de te contar eu preciso saber se você irá me perdoar."

Várias coisas se passaram pela minha cabeça, cheguei em casa atordoada.

-Oi filha, que cara é essa?

-O Felipe me enviou essa mensagem aqui.

Ela leu e disse:

-Ai, Lavínia. Liga pra ele ué.

-Peraí que eu vou colocar no viva-voz.

-Oi Lipe.

-Oi.

-Pode me falar, o que foi?

-Cê vai me perdoar?

-Não sei o que cê fez uai. Como que eu vou falar que sim ou que não?

-Tá. É que eu cheguei aqui na casa da minha avó e anoiteceu. Aqui é uma casa simples, então tive que dormir no mesmo quarto que a filha de criação da minha avó.

-Só isso amor? Eu te perdôo.

-Queria que fosse. Porque eu e essa menina ficamos. Lavínia, eu te traí.

Olhei pra minha mãe chorando, enquanto ela encerrou a ligação e desligou meu celular. Ela colocou ele na mesinha de centro e me abraçou.

Eu apenas retribui o abraço. Estava ocupada demais (pensando naquela frase que ecoava na minha cabeça) pra falar alguma coisa. Arranquei o anel de compromisso da minha mão e deixei ele cair.

Minha mãe dizia coisas pra me consolar e eu apenas concordava apesar de não ter prestado atenção em uma palavra do que ela disse.

Fui pro meu quarto e logo depois o Pedro chegou em casa. Minha mãe provavelmente de ter contado pra ele o que tinha acontecido porque ele foi lá no meu quarto.

-Baixinha?

-Hm...

-Oh princesa, não fica assim não.

-Pedro, me dá um abraço bem forte?

Ele me abraçou e depois de uns cinco minutos molhando o ombro dele com lágrimas, nos afastamos. Ele fez um carinho na minha bochecha e beijou minha testa. Ainda bem era sexta feira e eu não teria que sofrer para ir pra escola no dia seguinte.

-Pedrinho, por que vocês, homens, fazem isso?

-Lav, pensa: você pode comprar a melhor ração que existir pro seu cachorro, mas ele ainda insiste em fuçar o lixo.

-É, vocês são cachorros mesmo...

Eu ri em meio ao choro.

Pedro:

Ensino Médio [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora