Ninguém merece

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Foi o Felipe que entrou e ele deu um soco super forte no Alex. (Sei que foi forte por causa do barulho). O vizinho revidou dando um soco na boca do Felipe. Eu me intrometi:

-PORRA. Vai tomar no cú Alex, sai da minha casa AGORA. Vai se fuder seu escroto. Tenho nojo de ti.

Ele disse:

-Para de gritar caralho. Eu vou voltar, me aguarde.

Ele saiu como se nada tivesse acontecido, foi pra casa dele e eu comecei a chorar sem parar. Felipe trancou a porta e correu pro sofá, onde eu estava sentada, me abraçou forte e disse:

-Vida, não chora. Já passou!

-Felipe, muito obrigada. Se você não tivesse chegado, ele ia....

-Shhhhh, calma linda. Agora tá tudo bem. Eu tô aqui.

-Ok, vou tentar, mas vamos cuidar desse machucado na sua boca aí porque tá sangrando.

Fui buscar uma caixinha, sentei no colo dele, ficando de frente pra ele e comecei a limpar o sangue. Ele tava me encarando o tempo todo com cara de bobo. Eu terminei, coloquei um curativo e dei um selinho. Então ele disse:

-Vou pedir pra esse cara me bater todo dia, só pra você ficar cuidando de mim desse jeito.

-Bocó.

Eu ri, o abracei mais forte do que antes e fiquei assim até eu ficar calma novamente. Depois, comecei a explicar pra ele quem era o Alex, sobre a festa e todas as outras coisas que ele me disse. Depois eu deitei no colo dele e acabei dormindo.

Acordei ainda deitada no sofá, porém não mais no colo dele. Ele e o Pedro estavam discutindo de novo. Fingi que ainda estava dormindo só pra ouví-los. Eles estavam falando baixo:

-Pedro, eu cheguei aqui e só defendi a Lavínia do Alex!

-Quem é Alex?

-É um vizinho novo aí do lado. Ela precisava de ajuda e como eu cheguei na hora, pude livrá-la de muita coisa.

-Tá, pode ser. Agora vaza daqui porque quem vai cuidar dela agora sou eu.

-Mal agradecido.

Ele saiu batendo a porta e eu fingi ter acordado por causa disso.

-Pedro?

-Oi baixinha. Tudo bem?

-Mais ou menos, acordei com um pouco de dor de cabeça.

-Oh minha linda. Vou te levar pro seu quarto e lá você me conta tudo, pode ser?

-Tá.

Ele me pegou no colo e eu fiquei sentindo seu perfume, que eu adorava mais que tudo. Eu comecei a contar que chegaram os novos vizinhos e tal, que o Alex me beijou a força e que o Felipe bateu e expulsou ele.

-Esqueci de falar que o quarto do idiota é logo aqui do lado do meu.

-Sério? Então espera que eu vou fechar a cortina pra você ter mais privacidade.

Enquanto ele foi, eu continuei:

-Pedro, eu tô com medo dele me pegar de novo e não ter ninguém pra me socorrer.

-Ai que drama Lav. É só você andar comigo sempre que tá tudo bem. Eu te protejo.

-Awn que fofo que você é. Quem ouve você falando assim, pensa que é romântico.

Antes que ele dissesse qualquer coisa, minha mãe abriu a porta de casa e gritou toda feliz:

-Filha, desce aqui.

Pedi que Pedro me esperasse lá no meu quarto e desci as escadas.

-Oi mãe, o que você tem a me falar?

-Você viu que temos vizinhos novos?

O Pedro, que eu pensei que estivesse no quarto, me assustou respondendo:

-Tia, acho melhor mudar de assunto. Depois eu te explico porquê. Mas diz aí, o que você tem de novidade?

-Ok. Nada que vá agradar vocês. É que seu pai volta amanhã de viagem e ele não sabe ainda que o Pedro voltou pra cá.

-Depois a gente resolve isso tia. Vamos pedir uma pizza pra poder contar as nossas novidades?

-Tá. Vai pedindo aí enquanto eu guardo as compras.

-Mãe, eu vou tirar esse uniforme e tomar um banho. Ok?

-Tá.

Depois que terminei, cheguei na cozinha e vi que o Pedro estava terminando de explicar o episódio de hoje.

-Filha, estou incrédula. Me desculpa ter saído. Agora tô me sentindo super culpada.

-Relaxa. Agora eu tô bem, mas toma cuidado com esse povo aí blz?! Esse Alex tem uma irmã gêmea e eles moram com os pais.

-Chega desse papo por hoje e vamos comer porque eu tô com fome.

Terminamos de comer a pizza de calabresa, já era 23:45 e eu estava sem sono, então fui jogar um pouco de video game com o Pedro. Depois de duas horas ele cansou de jogar contra mim porque eu ganhei todas as partidas de futebol e ele ficou arrasado com isso.

Empinei o nariz e saí andando. Ele correu e me abraçou por trás. Eu subi um degrau da escada e fiquei da altura dele. Passei meus braços entorno do seu pescoço e disse:

-Meu príncipe, eu acho que não vou dormir no meu quarto hoje.

-Problema seu.

-Ah seu puto, é melhor você correr porque se eu te pegar...

Ele saiu correndo pela escada que nem uma criança e nem tive forças pra correr atrás dele porque eu caí no chão de tanto rir. Aí do nada ele diz:

-Baixinha, você é muito ridícula. Não sabe nem brincar. Pode dormir no meu quarto.

Nesse momento meu pai abre a porta e diz:

-Quem tá aí em cima?... Você de novo Pedro? Cê não tinha ido embora, seu merda?

Ensino Médio [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora