Desfecho

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Caminhei com um pouco de preguiça e abri a porta sem olhar para quem estava ali. Já sabia que era Alex.

-Oi anjo.

Levei um susto quando ouvi aquela voz, levantei o olhar e me deparei com Felipe. Disse chocada e um pouco nervosa:

-Oi.

-Tudo bem?! Posso entrar?

-Ah tá, é... pode.

Sorri nervosa e ele entrou. Eu fechei a porta ainda confusa.

-Como cê descobriu que eu tava aqui?

-Eu fui na sua casa e seus pais me disseram que você veio pra Bahia. Pedi o endereço e eu decidi vir também pra te encontrar.

-Ah, semana que vem eu voltava, mas a sua vinda tem algum motivo?

-Na realidade, eu queria desabafar um pouco com você, não aguentaria esperar até você voltar pra lá.

Eu me sentei na cama e pedi que ele também se sentasse. Fiquei preocupada:

-Aconteceu alguma coisa?

Ele me olhou desanimado, olhou pra baixo e disse num sussurro:

-Sim. Eu me apaixonei.

-Pra mim isso não é ruim, a gente sofre um pouco, mas é bom. E quem é a sortuda?

Ele olhou pra mim e disse sério:

-Você.

-Oi? Não, pera. O que cê disse?

-Eu me apaixonei por você ontem, continuo apaixonado hoje e continuarei te amando amanhã também, Lavínia.

-Foi mal, mas eu não tenho o que falar, porque agora...

Ele me interrompeu e se exaltou:

-Você tá com outro né. Eu já sabia, eu não deveria ter vindo aqui. Eu sou um burro mesmo de pensar que você ainda esperaria por mim depois de tudo.

-Felipe.

-Eu deveria ter superado há muito tempo. Eu te perdi e não aceitei isso, mas eu juro que a partir de hoje não te procuro mais, tá?! Eu nunca mais vou te implorar nada.

-Felipe!

-Eu vou embora.

Ele se virou indo em direção à porta e eu disse antes que ele tocasse na maçaneta:

-Lipe, me ouve.

Ele se virou pra mim e murmurou:

-Hm.

-Eu te perdoei há muito tempo, eu não deixei de te amar, você é muito especial pra mim.

-Tabom. Agora eu vou, de verdade. Já fiz o que tinha pra ser feito. Tchau.

Ele se virou e eu ri:

-Nossa, você é muito bobo. Você não ouviu o que eu acabei de falar? Que ainda te AMO? Eu não tô com ninguém, eu te quero.

Ele se virou, ficou em silêncio e franziu a testa, depois disse baixo:

-Quê?

-Eu te perdôo, eu te quero, eu te AMO Felipe.

-Anjo...

Ele me abraçou e eu sussurei no seu ouvido:

-Fala, Lipe.

Ele disse em meio ao abraço confortante:

-Eu pensei que tinha te perdido pra sempre. Eu não tô acreditando nisso. Me belisca pra eu ver que isso não é um sonho.

Ensino Médio [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora