-Quê Lavínia?
-Pedro, cê quer ser meu namorado por uma noite?
-Ãn?
-Sabe a tal festa do Alex? Então eu vou fingir que perdôo aquele babaca. E aí vou levar você como acompanhante. Como meu namorado de mentira. O que você acha?
-Não. Eu não aceito ser usado só pra fazer inveja ou ciúme. Eu odeio falsidade.
-Ah tá bom Pedro. Muito obrigada por ser tão imprestável.
-Você diz como se tivesse razão.
Fui pro meu quarto, meu pai entrou e disse:
-Oi Lavínia, me conta sobre os novos vizinhos, sua mãe explicou mas eu quero ouvir sua versão.
-Resumindo pra você, eles vieram de Santa Catarina e o filho do casal, o Alex, quase me estuprou.
-Tenso. E você disse Santa Catarina ou eu ouvi mal?
-Disse. Eles foram pra lá e ficaram por um tempo, mas decidiram voltar.
-Qual é o nome do pai dele?
-Acho que é Carlos, mas por que a pergunta?
-Esse tal de Alex, ele tem uma irmã gêmea?
-Você tá me assustando. Tem sim, mas fala o que você tá pensando?
-Eu tava viajando esses dias pra SC e um de meus funcionários, chamado Carlos, disse, durante uma reunião, que se retornaria, com sua mulher e seus filhos gêmeos, pra MG porque sua mãe havia falecido.
-É exatamente o que o Alex me disse. Pai, então você conhece o pai desse merda?
-Pelo que tudo indica, SIM. Preciso pensar um pouco a respeito disso. Tchau filha.
Decidi não ligar muito pra essa história. Depois de um tempo, almocei e fiquei no meu quarto planejando o que ia fazer com Felipe. Aproveitei pra ler um livro e quando vi, já era hora de me arrumar. Fui tomar um banho e escolhi minha roupa, fiz uma maquiagem leve, passei um perfume e fiz um coque alto no cabelo. Decidi que iríamos numa pequena fazendinha que tem perto de casa.
Ele chegou lá em casa e ficou me esperando na sala. Não sou dessas de demorar, então rapidinho cheguei lá. Desci as escadas e o Felipe estava me examinando por inteiro.
-Você está magnífica.
Dei um selinho nele e respondi:
-Muito obrigada Lipe. Você está gostoso.
Ele riu e nós fomos. Andamos pelas ruas de mãos dadas e não demoramos a chegar no destino.
-Bom, Felipe, acho que aqui ninguém vai nos perturbar.
O lugar era cheio de árvores e havia um ar puro tão refrescante que nem parecia ser tão perto da minha casa. Sentamos em troncos de árvore e ele colocou a mão entre minhas pernas, eu não me incomodei e disse:
-Inicialmente, queria te pedir desculpa por todo e qualquer sofrimento que te fiz passar. E tenho que te dizer que não SUPORTO mais te ver com o Pedro. Você não enxerga que eu tô te amando?
-Você sabe que eu não guardo mágoas e más recordações. E eu não posso me afastar do Pedro SÓ porque você quer. E sobre você me amar...
Fiz uma pausa bem desconfortável e constrangedora.
-Fala!
-Eu sei que você me ama, eu já percebi pelas suas atitudes e eu conclui que eu também te amo.
-Sério ou tá dizendo só pra me agradar?
-Um pouco dos dois.
Ele suspirou, olhou pra baixo e ficou assim durante um tempo respirando alto e inquieto com seus pensamentos.
-Lipe? Se você estiver passando mal eu te levo lá pra casa e cuido de você.
-Não tô passando mal, eu estou mal. Tá vendo, é esse seu jeito que fode com meu coração.
-Desculpa.
-Não é questão de se desculpar, você tem que perceber que você também sente o mesmo que eu.
-Eu penso em você todos os dias e tenho consciência de que você é muito importante pra mim. Não sei se sinto o mesmo que você porque amor não se mede.
Ele me virou de frente pra ele e ficou me olhando.
-Você é tão linda, mas ficaria mais linda ainda na minha cama.
-Do nada romântico e de repente, safado.
-Cê não viu nada ainda. Ah, acho que você não sabe, mas minha casa é no mesmo quarteirão que a sua. Só que na rua de trás.
-Que doido Lipe. Mas o que isso tem haver?
-Eu quero que você vá conhecer minha casa ué. Meus pais saíram hoje e só voltam semana que vem.
-Direto você né. Tabom. Vamos!
Nunca imaginei que pudesse ser tão perto assim. Entramos na casa dele que era enorme. Ele me mostrou os cômodos e me levou até seu quarto.
-Aqui é o lugar que você frequentará sempre.
-Menos convicção, por favor. Amei seu quarto, é tão aconchegante. Mas, me dá licença porque preciso ir ao banheiro.
Estava morrendo de cólica menstrual, mas não queria contar pra ele. Saí do banheiro e voltei pro seu quarto. Sentei na cama e coloquei meus braços entorno da minha barriga. Fechei os olhos como se, quando fosse abrí-los novamente, a dor sumiria.
-Lavínia? Cê tá bem?
-Na realidade não, Lipe. Tô morrendo de cólica e o único jeito de passar é ficando de repouso. Posso deitar na sua cama?
-Lógico né.
Deitei e ele deitou também ficando de frente pra mim. Eu disse:
-Desculpa ter estragado nossa saída.
-Para de pedir desculpa toda hora. Você sabe que é uma honra cuidar de você.
Ele deu um beijo na minha testa e essa foi a última coisa que eu me lembro.
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Ensino Médio [Concluído]
RomanceOi, meu nome é Lavínia e decidi recomeçar minha vida através do Ensino Médio. Mudei de escola pra tentar reconstruir a visão das pessoas sobre mim, pois cansei do meu passado. Nessa nova rotina completamente diferente surgem pessoas novas, amor, ciú...