Lar doce lar

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Saí da casa de Magda por volta das três da tarde, a casa dos meus pais também fica aqui no Maine próximo ao farol. Segui sozinha para a casa dos meus pais, pensando em como contar no meio desse turbilhão de coisas que há mais um Crowford Bates a caminho. Sim, meu filho. Estou me acostumando com essa ideia de ser mãe, a partir de agora eu vou ser como uma leoa e ir até as últimas consequências para proteger meu bebê. Cheguei na casa deles e estacionei meu carro bem na frente da casa. Senti medo de entrar pela primeira vez em depois da morte de Louis, naquele dia sem dúvida eu tive medo de entrar aqui e ser tida como irresponsável. Mais uma vez estou aqui, diante do meio portão branco que dá acesso ao jardim e sem um pingo de coragem de empurrá-lo e passar por ele. Finalmente o faço depois de alguns segundos relutantes e me recrimino por agir como uma garotinha de quinze anos.

A casa é puro silêncio, e quando menos espero sou abraçada pela lateral por braços magros e brancos da minha querida Piper.

-Bem vinda tia.

Me diz baixinho e sem me largar.

-Oi querida. Como sabia que...

-Te vi chegando através da janela do quarto da mamãe.

Interrompeu.

-Mais alguém me viu?

Ela me olhou com aqueles grandes olhos verdes.

-Não. Vem, vamos pro seu quarto, me conta o que está acontecendo.

Parece loucura mas me soa como uma boa ideia contar tudo o que estou passando a minha sobrinha adolescente. Sei que ela vai entender melhor do que a Hadley. Seguimos para o meu quarto e entro reconhecendo a segurança desse lugar que foi meu canto por tantos anos.

-Então, quer me contar logo?

Perguntou já impaciente.

-Então, eu tive um namorado chamado Tom Moore há alguns anos atrás, mas não era nada sério, ele queria compromisso e eu não, então terminamos.

-Terminamos ou você terminou com ele?

Perguntou esperta até demais.

-Eu terminei com ele, escrevi um bilhete e deixei em cima do travesseiro: Seja feliz. Foi o que escrevi.

-Puta que pariu.

Chingou alto me surpreendendo. Pelo visto a boca suja é de família.

-Pois é. Aí ei comecei recentemente a namorar com Nathan, você sabe.

Eu andava de um lado para o outro do quarto pontuando tudo o que dizia.

-Sei.

Respondeu.

-Há um pouco mais de um mês descobri que Nathan estava me espionando para a entreteinement.-Fiz uma pausa pra ver se ela dizia alguma coisa mas quando a olhei sua boca estava aberta e nada saia. - Ele devia a vida dele ao Mitchel, e este ia perder seu emprego se não tivesse um furo de reportagem, e esse furo fui eu e minha vida personalíssima. Terminei com Nathan, no dia seguinte fui à abertura da boate de Sade em Nova York, só que Nathan a invadiu e me arrancou de lá à força. Me levando pra aquele hotel das fotos por uma semana. Nesse meio tempo os incêndios na sykles inc e na minha casa começaram.

Eu me sentei na cama, acho que estava pálida, porque Piper segurou minha mão com força.

-Estou ouvindo.

Ela disse amável como sempre.

-Eu descobri nesse hotel que estava grávida. -Pude perceber que ela estava chocada e indecisa se me dava "parabéns" ou um "sinto muito" pelas circunstâncias. - Eu tinha contado a Nathan sobre Tom e como terminamos e ele achou que era um aviso que eu ia deixá-lo. Que era o que de fato eu ia fazer mas não daquela forma fria de novo. Ele surtou, nós brigamos, terminamos e eu voltei a Nova York. Tive a audiência sobre o processo que a sykles inc estava movendo contra a bat-models e voltei para o hotel. A noite fui a festa de réveillon na Sade city e ela pegou fogo. Há dois dias descobri que a frase seja feliz foi pixada no escritório de Sade, no prédio da Sykles inc estava pixado um "vou arrancar sua cabeça e colocá-la numa bandeja." percebi que só podia ser o Tom. Horas depois o vídeo vazou. Sade ficou furioso, e eu... bem, eu fiz o que sei fazer de melhor com grandes problemas. Fugi deles.

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