Fire

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Fomos para o quarto e ele ainda falava ao telefone. Andava de um lado para o outro, de repente uma sirene começou a soar, lembrei que era o toque do meu celular geralmente quando a Came liga. Comecei a procurar mas o telefone parou antes que eu o encontrasse. Depois começou a tocar ELEPHANT GUN que era a música que geralmente tocava quando Sade me ligava. Nathan tirou o celular do bolso olhou o visor e jogou-o em cima da cama, estava muito contrariado. Peguei e atendi.

"Easy?"

"Oi Sade, o que está acontecendo? "

"Eu preciso saber se você está bem."

"Estou, Nathan não me faria mal."

Nathan me olhou mas logo voltou a se concentrar na sua ligação.

"Easy, é importante ficar segura. E por enquanto ao lado dele você está segura. Chego aí amanhã, vou ter uma brecha no tempo pra te buscar. Já sabe onde está? "

"Estou em Seattle no hotel Ballard. A tempestade aqui está forte."

Alertei.

"Eu sei, está em todos os jornais. Fique segura. Até amanhã. "

"Tudo bem, até. "

Ele desligou e eu fiquei assistindo Nathan mudar de cor andando de um lado para o outro, o tempo só piorava dentro e fora do quarto. Juro, teve um momento que eu achei que ele ia enfartar. Ele passou de branco pós praia pra vermelho tomate em um minuto, continuava andando da esquerda para a direita e passando a mão no cabelo. Peguei o tablet e acessei o canal da Entreteinement, que estava cobrindo todo incêndio. Aparentemente o fogo pegou em três andares, no térreo no décimo andar que correspondia ao meio do prédio e no vigésimo andar que era o escritório de Nathan. Haviam pessoas dentro e três morreram em decorrência dos ferimentos. Dava para entender o quanto ele estava desesperado e como estava de mãos atadas, de certa forma foi a escolha dos seus atos que o deixou nesta condição. Graças a sua decisão de me trazer pra cá estamos presos tão longe de Nova York. Esse incêndio criminoso me fez pensar quem poderia ter feito isso. Algum militar criminoso que quer obrigá-lo a fazer algum negócio, alguém insatisfeito ou que se sinta prejudicado por ele, alguma amante vingativa ou o marido de alguma mulher que ele pegou. Sykles pode ser muito cretino quando quer. Depois de uma hora sem ter nenhuma informação decidi deixá-lo só, talvez minha presença fosse um incomodo. Peguei uma das roupas de minhas sacolas e aproveitei para dar um abraço bem forte nele, queria que ele se sentisse apoiado mas o telefone continuava a exigir sua atenção. E deu um beijo no topo da minha cabeça, porém estava longe demais, afundado em seus problemas. Decidi ir tomar banho e me aquecer. Liguei as torneiras e preparei o banho com todos os sais disponíveis e afundei na banheira. Fechei os olhos sentindo o gostinho que o calor oferecia. Nem percebi quando Nathan entrou no banheiro, apenas senti um ensaio de beliscão na minha coxa.

-Oi.

Falei abrindo os olhos.

-Oi.

Respondeu cansado.

-A situação está controlada?

Perguntei devagar.

-Não. Mas eu precisava de ar.

Sua mão passeava para cima e para baixo na minha coxa. Ele estava com a camisa de manga dobrada até a metade do braço deixando as veias do seu antebraço expostas, elas estava saltadas.

-O que está acontecendo?

-alguns de meus funcionários morreram e eu tive que acionar os protocolos de segurança para evacuar o prédio. Começou a alguns minutos e cerca de noventa pessoas já foram retiradas com vida.

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