Quando acordo no outro dia, entro na sala, e descubro que minha aula é a segunda, ou seja, acordei cedo a toa, fico na sala lendo o livro, esperando bater o sino, faltando cinco minutos pra bater o sino, Daniel e David chegam e ficam me fazendo companhia, ficamos discutindo sobre o livro. Eu sabia que o Felipe tava dando aula na outra sala, então não foi surpresa quando ele saiu pra ir ao banheiro, ele passou e eu mandei beijo pra ele, como costumo fazer com alguns professores, e ele me mostrou língua, resolvi então brincar:
- Que feio, professor, eu mando beijo e você me mostra a língua?
Ele me olha com uma cara de safado e diz:
- Você não sabe o que essa língua é capaz de fazer.
Quase morri engasgada com a minha própria saliva, ele volta pra sala. Os meninos olham pra mim com uma cara de "eu te avisei".
O sino bate. Ele entra. Começa a falar sobre o conto como se não tivesse falado nada, a aula passa tão rápido, que agradeço a Deus por isso. Desço as escadas e fico na recepção esperando minha mãe vir me buscar, Felipe me chama na sala dos professores, e eu vou. Tava vazia. Eu entro mesmo que meio que sem querer muito. Ele diz:
- Você tá com dúvida em algum conto?
- Não professor, tá tudo certo...
- Tem certeza? Por que no conto da "missa do galo" você não parecia entender bem a vontade que ele tinha de agarrar ela, mas o medo dela não querer.
Ele disse se aproximando, e colocando as mãos na minha cintura.
- Vai ver ela não queria mesmo, ele fez certo de não agir.
Eu disse tirando as mãos dele.
Paulo abre a porta.
- O que está acontecendo aqui? Felipe, você sabe que é proibido a entrada de alunas nessa sala.
- Ela só estava tirando uma dúvida, não é?
- Era, só isso mesmo.
Digo brava, e saio de lá. Paulo vem atrás de mim e me diz:
- Então é por isso que você queria esquecer tudo? Pra ficar com o Felipe?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Me ensine, professor.
AcakEra apenas mais um dia, apenas mais um ano, mais uma vez um recomeço, uma nova escola, novos amigos, até que você chegou e mudou tudo.