- Você ficou louco, Paulo?
- Foi o que pareceu.
- Lógico que não, ele é casado, e eu não me envolveria com um professor, entendeu?
- E eu sou o que?
- Exatamente, que bom que entendeu.
- Glenifer, sua mãe chegou.
Ouço a voz da moça da recepção me avisando. Viro as costas, pego minha mochilha, e antes de ir embora viro pra ver se ele ainda está lá. Ele estava. Parecia em choque. Vou embora.
Tinha que voltar na escola ás 14:00 pois eu teria a prova de recuperação. Ao chegar, já encontro o David e pergunto:
- Aonde vai ser a prova?
- Na mesma sala aonde nós tivemos a aula.
- Ah sim, obrigada.
- Tá sabendo que não vai ter fiscal, né?
- Uai, ninguém vai vigiar a sala?
- Vai. Só que vai ser professores.
- É, quem vai ser o professor na nossa sala?
Pergunto rezando para que não seja o Paulo ou o Felipe.
- O Henrique. (Nosso professor de matemática)
- Ah sim.
Menos mal, pensei. Ficamos na porta da sala esperando o sino bater, Júlia nossa diretora, passa com o Paulo, ela parecia desesperada.
- Paulo, por favor, eu preciso que faça isso.
- Era minha folga agora a tarde.
- Vai ser rápido, o Henrique teve uma emergência.
Que? Será que o Henrique tá bem?
- Tá bom, eu fico.
- Obrigada.
Ele entra na sala, eu acabo falando mais alto do que eu pensei:
- Era só o que me faltava mesmo, Deus.
Ele me encara, o sino bate, ele diz:
- Em vez de ficar ai reclamando não acha que deveria entrar na sala?
Reviro os olhos. Melhor eu ficar na minha.
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Me ensine, professor.
RandomEra apenas mais um dia, apenas mais um ano, mais uma vez um recomeço, uma nova escola, novos amigos, até que você chegou e mudou tudo.