– Vocês sabem o significado da palavra ordem? – gritou Lutile, aproximando o dedo do rosto de Thomas. O menino segurava, na cabeça, o que lembrava um pedaço de madeira mole da árvore Cispedia, parecia um pano úmido que aliviava a dor – Vocês deviam ter respeitado ordens expressas do Baltazar de permanecerem aqui no Castella Hondeias até voltarmos da reunião do SAECI.
– A culpa foi toda minha – o garoto choramingou.
– Quase toda – Lutile olhou para Felipe, Laura e Sofia, que estavam sentados na cama do outro lado do quarto – Vocês podiam ter evitado isso tudo! Podiam ter metido na cabeça do amigo de vocês que ele não é imortal. E lembrando sobre o que foi dito sobre P-E-R-I-G-O por todos os cantos. Thomas, nós prometemos que iríamos com você procurar sua tia, podia ter nos esperado! É muito importante para nós também, afinal todos amavam Haydee.
– Como vocês chegaram ao vilarejo dos thonzes? Fica muito longe daqui – intercedeu Balta, mais calmo, ao lado de Rosana.
– Houve uma invasão quando estávamos na floresta, um gigante metálico quase nos matou. Corsarius saíram dele até Guido chamar os thonzes e os assustar.
– Um minuto – Felipe intrometeu-se – Como vocês nos encontraram?
– Um xamã thonze fez contato pela noite com o ministro da província de Arlankuy, amigo de Lamboríe. Chegamos a tempo de uma tragédia acontecer.
– Já aconteceu! – Thomas elevou a voz. A dor aguda na cabeça o fez acalmar-se novamente – É impressão minha ou existe um exército de seres desmiolados atrás de mim?
– São dimensões maiores, meu rapaz – explicou o tigre Baltazar – Imagine todos os seres humanos que vivem na Terra. Passam de sete bilhões. Agora imagine um planeta três vezes maior e mais populoso.
Thomas agora podia raciocinar com o mesmo raciocínio que o quadrúpede. Logo ele entendeu que não sabia do tamanho da situação.
– Meon é habitado principalmente por pessoas como nós, em aparência pelo menos. Aquelas sereias que você julga como desmioladas são capazes de atordoar qualquer mente – falava Lutile, pesquisando no seu intelecto mais profundo uma resposta que levasse o garoto a pensar na gravidade da situação – Enquanto nós, aqualaestes, temos poderes sensoriais e sobre a matéria, os meonan têm comando sobre a mente. Os mais fortes podem te destruir apenas olhando para você.
Meon tem seu poder, suas regras e leis, como aqui nós temos as nossas. Usar zarmos sem permissão escrita, por exemplo, é infringir a Lei e vocês o fizeram no momento em que tiraram os pés do chão para ir até o Osíris.
– Não conhecia outro jeito de chegar à nave para voltar à Terra. É caso de vida ou morte, meu pai fez um acordo com Tertius e eu preciso salvá-lo.
– E você acha mesmo que vai funcionar aprender o teleporte para salvar Robert? – Balta se impôs – Ninguém jamais tentou aproximar-se dos duyoktu para compreender sua cultura.
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Aquala e o Castelo da Província (vol. I)
AdventureExtraterrestres. Será que eles realmente existem? De onde vêm? Será que são do jeito que os humanos imaginam? E se muitos deles já vivessem disfarçados entre nós, escondendo sua verdadeira identidade? Thomas Flintch é um menino pobre de 14 anos que...