O Castella Hondeias estava cercado de thonzes. Laura e Sofia estavam bem agasalhadas no frio com Guido, Nadjo e Ophelia, elas podiam prever uma tragédia naquele dia, todos os aqualaestes podiam. Seus olhares eram direcionados para o céu, era impossível aquela luz não ser vista. Todos tampavam os olhos.
Thomas vestia a luva que o fortalecia e o efeito foi sentido de imediato; quando a tocou, já teve a certeza disso. Lá de cima, ele avistou um rastro vermelho sair do castelo, era Caroldo segurando o capanga e o levando para a luz nas nuvens. Os espinhos dos tentáculos dos thonzes não chegavam a acertar o fugitivo, mas, mesmo que o fizessem, eles os ultrapassariam.
– Acho melhor nós descermos – falou Felipe, agarrado no pescoço da égua alada.
– As meninas estão lá embaixo? – perguntou Thomas.
– Óbvio que estão! Ficamos preocupados, achamos que ia morrer!
– Por que sempre pensam no pior?
– Se achássemos que estava num jardim mágico bebendo uma batida linfroeira e o encontrássemos morto, seria bem pior do que se achássemos que estava morto e o encontrássemos vivo e bem alegrinho – explicou Felipe quando Caroldo sumiu na luz vermelha no céu – Você tem sorte de ser descendente de Phoerios, pois você tem dificuldade em se ferir.
– Acho que confundiram o garoto, porque eu estou todo machucado.
– Lá embaixo, eles cuidarão desses cortes.
Corsena se preparou para descer e pousar no jardim, mas tanto ela quanto os garotos se assustaram quando um disco voador desceu da luz no céu. Era feito de madeira negra e tinha um tamanho absurdo. Thomas acreditava que os extraterrestres que usassem esse meio para se locomoverem estivessem habituados à alta tecnologia para pôr em seus artefatos, colocar luzes como lâmpadas de várias cores piscando, mas não foi isso que ele encontrou. O que havia no céu era apenas um disco de madeira.
Lamboríe não gostava do que via acima de sua cabeça. Aquela carta que tinha recebido em seu escritório explicava que Tertius encontrou um meio de destruir os poderes dos aqualaestes, mas o governador achava que o melhor meio que o rei de Meon tinha para acabar com Aquala era exatamente atualizando os seus equipamentos de ataque.
O velho Lutile olhava para cima quando explicou a Lamboríe:
– Tertius tem um arsenal pronto para destruir esse planeta. Creio que ele não queira usá-lo hoje. Creio que agora a batalha seja rápida, pois ele não pretende gastar o que demorou quinze anos para criar.
O governador olhou para Lutile, sem entender como o senhor sabia o que ele estava pensando.
– Tem certeza do que está falando? – Lamboríe franziu a testa, se perguntava de onde o velho sabia sobre o arsenal, já que era um segredo para todo mundo. Ninguém do SAECI sabia dessas informações, o que o levava a imaginar que quem realmente sabia dos planos de Tertius eram somente os meonan.
Nas laterais do disco voador, havia dezenas de janelas quadradas que abriram sozinhas, e, de dentro delas, saíram centenas de fileiras de areia roxa, que mais pareciam cipós.
– O que é isso? – perguntou Felipe, montado na égua. Sua expressão de pavor estava clara.
– Não sei. Estou com medo – disse Thomas, atrás do amigo.
Do Largo do Castelo, as pessoas olhavam o maior objeto que já viram criar uma sombra sobre o Castella Hondeias. Não demorou muito tempo para os feirantes deixarem seus jarros e comidas para correr. O caos tomou as praças e os toldos.
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Aquala e o Castelo da Província (vol. I)
AdventureExtraterrestres. Será que eles realmente existem? De onde vêm? Será que são do jeito que os humanos imaginam? E se muitos deles já vivessem disfarçados entre nós, escondendo sua verdadeira identidade? Thomas Flintch é um menino pobre de 14 anos que...