Aquilo era um sala de interrogatórios, as paredes de mármore e as mesas arredondadas formavam círculos ao redor do centro, onde havia um lago flutuante. Todos já estavam sentados e esperavam o réu entrar, suas vestes eram escuras. O senhores estavam engravatados e as senhoras vestiam chapéus enquanto as thonzes tinham seus tentáculos azuis da cabeça presos para cima. Era arte. Alguns representantes da raça dos cervuni também compareciam, de pele verde aspargo e com fungos, cujos olhos eram parecidos com os de um sapo, quase nas laterais da cabeça. Cada cervuni tinha um bolota atrás da cabeça, duas antenas caídas e orelhas pontudas.
O réu saiu de uma porta no centro da sala, abaixo de todos, para que os olhos de cada um ali pudessem acompanhá-lo. Fitavam-no com ódio, como se quisessem ver aquele homem caído e ferido gravemente no chão, torturado sem malícia e com grosseria intensa. Obeso e circundado por trinta homens, ele estava levantado no ar, vestia um imundo macacão cinza apertado devido a seu tamanho e a boca era paralisada por um caule cheio de espinhos, o sangue na bochecha oleosa já estava seco. Suas mãos eram envolvidas por um metal negro, pesado e poderoso.
O governador Lamboríe tomava as palavras:
– Estão aqui presentes representantes parlamentares cujas províncias encontram-se no hemisfério norte do nosso planeta. Hoje lhes serão anunciadas as últimas dúvidas pelo interrogatório – o homem segurava uma bengala e retirou a cartola ao olhar para o prisioneiro que regia sobre o chão de mármore – Denzalio Gondas Adongu, filho de Benectares Adongu, foi preso por homicídio em série a mando de seu irmão Caroldo e por ajudá-lo a fornecer informações aqualaestes confidenciais.
A impressão de Denzalio a todos era a de um ser repugnante e nojento, o governador sabia muito bem disso, por isso o cutucava com a bengala. Aquilo causava entretenimento gratuito à plateia.
– Na Viela da Carúcia, na Terra, precisamente em Atlântida, está localizado o nosso centro de pesquisas aqualaestes Radektu, onde os irmãos Adongu trabalharam durante 20 anos. Ambos forneceram informações a Tertius, rei do planeta Meon. O paradeiro de Caroldo ainda é desconhecido, porém capturamos seu irmão, aquele sujeito – apontou novamente com a bengala para Denzalio, cutucou-lhe as costas – Agora nosso planeta inimigo já conhece os poderes que as pedras Kespentate possuem, tudo explicado antigamente pela religião, mas atualmente pela ciência, no laboratório que temos em Atlântida. Para quem não sabe, nós aqualaestes, temos dois nervos nas mãos, os quais se deterioram quando somos lançados ao fundo dos oceanos em nossa morte e são transformados em pedras Kespentate em contato com a areia. As pedras, por sua vez, mandam energia para o planeta inteiro, deixando-o imune a desastres. Senhoras e senhores, lembram-se de quando um cometa de Atásica atravessou a camada de ar envolta de Aquala? Continha toneladas de lixo tecnológico e isso causou rompimento da energia das pedras Kespentate. Um continente foi levado para o fundo do oceano e muitas crianças, mulheres e idosos sucumbiram à morte. Ouve a extinção dos Mindu, a raça que cuidava de nossas plantações. Um bilhão de inocentes foi morto. Agora Tertius tem isso em mãos e não sabemos o que virá adiante.
– Quero lhe fazer um pergunta, Denzalio – o governador Lamboríe virou-se para o miserável, ajeitando o cabelo grisalho para trás. Os espinhos no rosto de Adongu viraram cinzas – O que o rei de Meon lhe deu em troca pelas informações? O preço deve ser realmente alto pelo risco de o seu próprio planeta entrar em colapso com a vastidão.
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Aquala e o Castelo da Província (vol. I)
AventuraExtraterrestres. Será que eles realmente existem? De onde vêm? Será que são do jeito que os humanos imaginam? E se muitos deles já vivessem disfarçados entre nós, escondendo sua verdadeira identidade? Thomas Flintch é um menino pobre de 14 anos que...