Na Campina

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Por Peeta

Caminho na direção de Prim, mas ela parece não notar minha aproximação.

— Por que está chorando, pequena? Posso ajudar? – indago e ela se sobressalta. — Desculpa, não queria assustar você.

Prim enxuga as lágrimas de sua face e se levanta apressada, olhando para todos os lados, como se estivesse preocupada com minha presença e com o fato de estar sozinha.

— Não precisa se desculpar. Não foi nada. – Ela pega a corda na qual está amarrada uma pequena cabra, que estava pastando naquele campo desmazelado. — Só estou preocupada com a Colheita.

— Você não tem que ir embora por minha causa. Afinal, eu sou o intruso aqui.

Ela não fala nada, mas também não faz menção de sair do lugar. Então, estendo minha mão a ela.

— Muito prazer. Eu sou o Peeta, filho do padeiro.

Ela aperta minha mão timidamente.

— Meu nome é Primrose, mas pode me chamar de Prim.

— É a primeira vez que seu nome estará na Colheita, não é?

— Sim. E estou com o pressentimento de que serei eu a sorteada – balbucia, ainda fungando um pouco.

— Sei que isso não vai confortar você, mas estou sentindo a mesma coisa. Por isso, eu compreendo sua preocupação... Você teve que se inscrever para receber a Téssera, Prim?

— Não. Minha irmã nunca permitiria. Katniss pega todas as Tésseras em seu nome e, por isso, eu temo por ela também... na Colheita.

— Sua irmã ama muito você. Aliás, vocês duas se amam muito, dá pra perceber. Hoje eu as vi lá na padaria e não consigo apagar da minha mente o carinho que vocês demonstram uma pela outra.

Prim fica corada e assente com a cabeça.

— Eu vi você do outro lado da vitrine também. Sempre peço pra minha irmã me levar até lá para ver os bolos decorados. Fomos hoje, pra eu me distrair um pouco.

— E deu certo?

— Ah, os bolos são lindos, todas as vezes que Katniss me leva, fico encantada! – Seu sorriso se ilumina, porém por pouco tempo. — Mas agora estou preocupada com ela, pois, como fomos à cidade de manhã, ela só conseguiu ir para a floresta agora à tarde.

Primrose leva a mão à boca, fazendo uma expressão preocupada, como se houvesse lembrado que atravessar a cerca para ir à floresta e caçar são atividades ilegais no Distrito 12.

— Não se apavore. Eu sei quem é a sua irmã e imagino que ela esteja caçando, como sempre faz. Meu pai costuma negociar com ela. E posso contar um segredo? Nunca passaria pela minha cabeça denunciá-la – confesso e isso parece tranquilizar Prim.

— Você conhece a Katniss? Ela é da sua turma da escola, não é?

— Sim. Mas nós nunca nos falamos. O jeito dela é um pouco intimidador – falo num tom de brincadeira, fingindo tremer de medo.

— Ela não vai gostar de saber disso. – Prim sorri.

— Não conte a ela o que eu falei, por favor! – Eu me desespero.

— Não se preocupe, não vou contar.

— Na verdade, eu a admiro muito. Eu fico mais admirado com a Katniss do que intimidado por ela. Está melhor assim?

— Bem melhor! – diverte-se ela.

— Mas vou insistir pra você não dizer nada – imploro.

O presente de Peeta para PrimOnde histórias criam vida. Descubra agora