Conselhos de uma amiga

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Por Peeta

Com a minha animação renovada e a experiência do meu pai, que permanece me ajudando, até que é tranquilo rechear e fazer a cobertura das tortinhas. Só falta mesmo confeitá-las.

— Filho, fizemos um excelente trabalho em equipe. Agora é com você e seu talento! – Meu pai se despede de mim, para dar conta das outras atividades da padaria.

— Obrigado, pai. Sua ajuda foi fundamental – agradeço sinceramente.

Começo, então, a preparar as diferentes cores que vou usar na decoração dos bolinhos. Farei pequenas faixas verticais em tons de amarelo e verde nas laterais das tortas e, no topo, vou colocar também flores modeladas, principalmente prímulas. Algumas já estavam prontas desde quando fiz o segundo bolo, mas preciso moldar mais delas.

Dedico cada segundo do restante da tarde a essas tarefas, no entanto, ainda há muito a fazer quando Brad se apoia em minha mesa e avisa:

— Peeta, já estou subindo para me arrumar antes de o pessoal chegar.

— Puxa! A hora passou voando! Ainda vou demorar a sair daqui – constato, preocupado.

— Deixe-me perguntar uma coisa. Não tem nada a ver com trabalho – diz ele e eu o encaro sem saber o que esperar. — Será que eu tenho alguma chance com a Evelyn?

Por um segundo, gelo por dentro, achando que meu irmão do meio ia dizer "Everdeen". Porém, ele estava se referindo à Evelyn Cranford, ou simplesmente Eve, como ela gosta de ser chamada, uma das meninas mais bonitas da minha turma, diria até de toda a escola.

Ela é divertida e interessante, mas é também muito atirada e joga seu charme para todos. Isso não me atrai nem um pouco.

Pensando bem, ela é a versão feminina do Brad, que também tem esse impulso conquistador, e pode ser que eles dêem certo juntos.

— Pra começo de conversa, você deve chamá-la apenas de Eve, ela prefere.

— Bom saber...

— E, se você está perguntando pela Eve, é porque já sabe que ela terminou o namoro com o Vincent – especulo e Brad confirma o que eu disse. — Ele é da sua turma. Será que vem aqui mais tarde?

— Acho difícil. Não somos muito chegados, mas pode ser que alguém o tenha convidado. – Brad dá de ombros. — Mesmo que o Vincent venha, isso não é problema. Encaro aquele fracote numa boa – diz ele, batendo o punho fechado na palma da outra mão.

— Coitado do garoto! Perde a namorada e ainda vai apanhar de você! – desaprovo a disposição do meu irmão em arrumar confusão.

— Só se ele quiser atrapalhar minhas investidas na Eve! – Brad faz um ar de apaixonado ao pronunciar o apelido dela e sobe rumo à nossa casa.

Dou uma olhada em minha mesa e fico preocupado com a quantidade de tortas que ainda nem comecei a confeitar. Nesse momento, Delly surge em minha frente, com o seu sorriso inconfundível.

— Boa tarde, Peeta! Só não lhe dou um abraço, porque você está todo sujo de farinha! – brinca ela e dá a volta na mesa, até se posicionar ao meu lado.

— Ah, é? Vai me negar um abraço só por isso? – resmungo, já com um punhado de farinha na mão, ameaçando jogar sobre ela. — Depois você vem dizer que se considera minha irmã mais nova, Cartwright!

— Você não se atreveria, Mellark! – Ela tenta se esquivar.

— Não mesmo? Você tem certeza? – Rapidamente solto a farinha sobre a mesa e aperto a sua bochecha com os dedos sujos, deixando minhas digitais brancas na sua pele clara. — Você merecia ficar toda enfarinhada como eu. Sujei você só um pouquinho – constato, enquanto estendo um guardanapo para limpar seu rosto.

O presente de Peeta para PrimOnde histórias criam vida. Descubra agora