Fazendo planos

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Por Peeta

Quem surge novamente na porta é Primrose, carregando em seus braços um gato feioso de pelo alaranjado.

— Não foi a Katniss que chegou em casa, Peeta! Quem estava brincando com as panelas era o meu gato, o Buttercup.

Sinto uma mistura de alívio e decepção. A tensão que me consumia se desfaz, mas fica um vazio em seu lugar. É claro que estava apreensivo com a possibilidade de encontrar Katniss, mas essa seria a oportunidade da minha vida! Tento não deixar transparecer meu nervosismo, mas Prim percebe:

— Não me diga que você está se sentindo intimidado pelo Buttercup também!

Este é o efeito que sua irmã causa em mim... – penso, antes de lhe responder.

— Você é muito engraçadinha, senhorita! – Faço um carinho no gato em seu colo e ele ronrona.

— Ele gostou de você. Pra Katniss, ele só chia.

— Viu? Não sou só eu que fico intimidado... digo, admirado com a sua irmã! Não é, Buttercup?

Prim sorri e afaga o seu gatinho.

— Vou deixar você aqui, Buttercup. Preciso higienizar as mãos e pegar a loção que prometi ao Peeta. – Ela põe o bichano no chão e me pergunta. — Você quer vir comigo?

Balanço a cabeça.

— Prefiro esperar aqui fora, Prim.

Vejo-a entrar e só então posso observar com calma, pela primeira vez, as casas humildes aqui da Costura, a rua e as calçadas cobertas com a poeira das minas de carvão. O retrato da vida miserável dos habitantes menos favorecidos do Distrito mais insignificante de Panem. É desolador.

Prim retorna com um pequeno frasco nas mãos, segura meu braço esquerdo e passa cuidadosamente um pouco da loção no local da queimadura.

— Ela serve para aliviar a dor e evitar que se formem bolhas – explica ela.

O efeito de diminuir a dor é quase imediato. Agora sou testemunha do que sempre ouvi falar sobre esse dom da Sra. Everdeen e seu extenso conhecimento sobre remédios naturais.

— Você leva jeito pra isso, Prim.

Mal termino de falar, vejo um menino correndo em nossa direção. Ele possui os traços das pessoas da Costura e parece ter a idade de Primrose. Quando ele já está bem próximo, posso ver a estranheza que lhe causa a cena à sua frente.

— Está tudo bem, Prim? – Os olhos espantados dele se fixam em mim e depois nela.

— Oi, Rory, está tudo certo. Este é o Peeta. Peeta, este é o Rory. – A menina nos apresente e aceno para ele, antes de Prim perguntar: — Aconteceu alguma coisa?

— Sua mãe pediu para levar você até ela, pois está precisando de ajuda.

— Devo me apressar, então! – Prim se prontifica.

— Posso dar uma carona a vocês – ofereço.

— Só vou deixar um bilhete para Katniss. Já volto – avisa ela.

— Espere só um minuto, Prim – peço, enquanto pego uma prímula e um dente-de-leão do buquê e lhe entrego. — Você pode deixar essas flores junto ao bilhete?

Ela concorda com um gesto de cabeça. Rory continua a olhar pra mim com curiosidade e não disfarça uma risadinha. Coço a minha nuca, olhando para o outro lado. Eu não poderia estar mais sem graça.

O presente de Peeta para PrimOnde histórias criam vida. Descubra agora