Meu presente, meu futuro

873 40 71
                                    


Por Peeta

Eu sou o último a chegar à minha casa. Michael e Brad já estão reunidos com meus pais na padaria. Quando entro, escuto Michael protestar:

— Reunião de trabalho a essa hora? Esse pessoal da Capital não se cansa de comer, não?

— Não reclame antes de ouvir a novidade, filho – alerta meu pai.

Pelo visto, eu sou o único que sabe sobre o assunto dessa reunião familiar. A expressão do meu pai é de puro entusiasmo. Ele deve estar, de fato, muito feliz em poder oferecer o seu reconhecimento pelo nosso esforço, não apenas com palavras, como sempre faz.

— Muito bem. A família agora está completa! – constata ele ao me ver chegar.

Reparo que quase todas as tortinhas estão embaladas e empilhadas em caixas de papelão para protegê-las. Algumas poucas estão dispostas sobre a mesa, dentro de caixinhas transparentes enfeitadas com fitas. Pela expressão da minha mãe, isso a está deixando bastante curiosa.

— Podemos começar? Estou morrendo de sono – fala Brad entre bocejos.

— Ok! Prometo ser breve. – inicia meu pai. — Todos aqui se dedicam arduamente ao trabalho e, nessa semana, encontrei um meio concreto de agradecer a vocês.

Ele, então, entrega a cada um de nós uma das caixinhas que ele preparou.

— Uau! Por essa eu não esperava! – admira-se Michael.

— Estava mesmo querendo provar uma dessas! Mas nem me atreveria a pedir! – Brad exclama.

Minha mãe não diz nada. Então, meu pai pergunta:

— O que achou da surpresa?

— Pensando nas finanças da padaria, é um desperdício. Mas... é justo.

Não sei com qual notícia meus irmãos ficaram mais espantados, se com o anúncio do meu pai ou com a concordância da minha mãe.

— Se isso significa a sua aprovação, fico muito satisfeito. Imaginei que teria que usar uma boa dose de argumentação para convencê-la de que as contas ficariam em ordem.

— Falando nisso... Você ficaria chateado se eu pusesse o meu presente à venda na padaria? – pergunta ela, provavelmente pensando na redução dos prejuízos.

— Não, mas com uma condição: que aceite que eu divida minha torta com você. – Ele sorri.

Realmente, meu pai é um romântico incorrigível!

— Muito justo, pai! – digo antes de tentar sair de fininho, levando meu presente comigo.

No entanto, meu pai me interpela, usando um tom de voz baixo:

— Peeta, agora está na hora de você conversar com seu irmão.

— Mas, pai, o Brad disse que está com sono. Falo com ele depois.

— Sem desculpas, Peeta! – Meu pai não hesita em chamar meu irmão. — Brad, o Peeta precisa falar com você.

Indico com um gesto o lado de fora da padaria e Brad se encaminha para lá comigo.

— Tenho que contar uma coisa a você, sobre a Evelyn.

— Acho que eu já sei do que se trata.

— Sabe? Então, vamos lá. – Respiro profundamente. — Ela me beijou mais cedo, quando eu ainda estava trabalhando.

Pela expressão irônica em seu rosto, de fato, a notícia não foi nenhuma novidade para ele.

O presente de Peeta para PrimOnde histórias criam vida. Descubra agora