V - "Não"

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— Sério? — Engoli a seco

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— Sério? — Engoli a seco. — E quando vai ser?

— Primeiro de janeiro.

— Droga! — Gritei, todos pularam, assustados.

Encostei-me a parede, os olhos com fúria e o coração mais que acelerado, Ross segurou-me quando senti tudo girar. Algo estava errado, algo dentro de mim mostrava que isso, algo que eu desconhecia.

Estava sentada no sofá quando me dei conta que havia desmaiado, respirava pesadamente e os outros pareciam preocupados. Suspirei abraçando Ross, meus olhos lacrimejavam e havia uma dor indecifrável em meu coração.

— Relaxe. Você pode ir a viajem e não comparecer ao casamento. — Jen lembrou, sorrindo para me confortar.

Ajudei a tia limpar a cozinha, não conversamos. Eu não sabia bem o que estava acontecendo com meu corpo. O porquê de tanta dor, minha mente trabalhava em milhões de hipóteses, era como se ela realmente fosse à vilã de tudo. Naquele momento, fugir do casamento era a melhor das opções.

Terminamos de arrumar a cozinha, tia subiu para poder arrumar as coisas de Luan, mas antes ela me disse "Aguente firme. Você é forte como sua mãe, eu sinto isso". Após ela sair, apenas analisei essas palavras, tia não costumava falar sobre minha mãe. Ninguém costumava.

As únicas coisas que as pessoas murmuravam eram "Ah, ela era tão esbelta e gentil. Sinto falta de seu sorriso..." apenas isso, mais nada. Às vezes sobravam algumas lacunas em certas histórias que contavam sobre minha família pelo simples fato dos indivíduos nunca comentarem sobre minha mãe.

Fui para a sala de estar, onde Ross se encontrava concentrado em um jogo de vídeo game junto de Luan, ambos estavam tensos e com as mandíbulas travadas. Sentei entre os dois, Jen provavelmente havia saído e eu teria que aguentar os dois e seus jogos.

Aha! — Ross deu um pulo, me assustando. — Ganhei!

— Você roubou. — Luan choramingou, fazendo-me rir. — Jogue em meu lugar, Caissy. — Ele disse deixando o controle em meu colo e saindo da sala.

— Mamãe o chamou para ajuda-la. Só estávamos esperando a partida terminar. — Ross explicou.

Peguei o controle e comecei a jogar, passamos o resto da tarde fazendo isso, jogando jogos de vídeo game. Foi legal de certo modo, Ross era muito competitivo, o que, indiretamente, me irrita. Contudo foi aquilo que me motivou a jogar. Eu ganhei, pelo menos, quarenta e sete por cento das partidas. Infelizmente ele era extremamente bom nos jogos.

— Você deveria parar de se gabar. — Cruzei os braços após ele desligar o console.

— Nunca, querida. — Ele gargalhou. — Deveríamos ter parado mais cedo, o sol já se pôs. — Arqueei as sobrancelhas como quem diz "e daí?". — Temos de ir à sua casa e pedir a seu pai a permissão para a viagem. — Soltei um longo suspiro de reprovação. Não queria ir para casa.

Fera (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora