X - O Aceite ou Morra

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Observei Bella o acompanhando até o carro, fora extremamente doloroso

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Observei Bella o acompanhando até o carro, fora extremamente doloroso. Quando virei-me Alfred estava sentado formalmente na poltrona, sentei no sofá e o mesmo lançou-me um olhar desconfiado.

— Você e o Ruivo tinham algo? — Ele crispou os lábios.

— Obviamente. — Disse grosseiramente.

— Agora você terá que seguir em frente. — Olhei-o com desdém, ele só poderia brincando.

— E fazer o que? Beijar meu marido que nem aqui está? Ou seguir uma vida de casada com dezenove anos sem ter aproveitado nada? — Explodi, Alfred suspirou.

— Acalme-se, Senhorita. É o seu destino, o aceite ou morra de raiva. — Desviei o olhar. — Por que não convida sua irmã para um chá?

Pensei sobre a ideia em silêncio e ele não ousou interromper. Bella entrou em casa tristemente, seus passos estavam pesados e cansados. Ela se juntou a nós, ficamos a manhã inteira naquele ambiente em silêncio. Por fim fui para a cozinha, estava entediada. Peguei um pedaço de bolo na geladeira e sai para o quintal, que era imenso. A estufa estava trancada, então vaguei até a floresta.

Tudo estava coberto com uma fina camada de neve, andei por longa estação da floresta. Havia inúmeras árvores com marcas de longas garras, algumas estavam mortas, outras caídas, mas não deixava de ser bonito. Algumas vezes esbarrei em uma ou duas flores que estavam sobrevivendo ao inverno intenso. Quando voltei a casa, a noite caía lá fora. Entrei tirando meu casaco e a bota, eu peguei ambos e fui andando. Bella vinha pelo corredor, sua expressão passava preocupação, dei um sorriso amarelo e a mesma olhou-me feio.

— Deveria ter nos avisado. — Esbravejou ao chegar à porta da cozinha. — A floresta é perigosa, droga.

— Calma. Está tudo bem, isso que importa. — Sorri, tentando acalma-la.

Olhei para fora e vi uma grande figura preta se aproximando da casa. Isso me assustou de forma inexplicável, derrubei minha xícara de chocolate quente e, no desespero, corri para sala. Esbarrei Alfred, quase o derrubando, o mesmo me segurou e olhou fundo em meus olhos.

— Dan... - O olhar de Alfred calou Bella. — Querida, fiz outro chocolate quente. Sente-se no sofá e tome.

— Você deve ter visto as sombras das árvores e as confundido com algo. Fique calma, querida. — Peguei o chocolate e sentei no sofá. — Teremos que conversar amanhã.

— Sobre? — Disse após me acalmar.

— Daniel.

Calamo-nos, era estranho ouvir o nome dele. Fiquei na sala de estar por duas horas, contemplando as madeiras sendo consumido pelas chamas e degustando todo o chocolate quente. Tomei no mínimo umas cinco xícaras daquilo.

[...]

Acordei em minha cama, me senti uma criança novamente. Fiz todo o ritual da manhã e quando terminei queria voltar a dormir. Sai e senti um cheiro diferente, um doce que não comia há muito tempo.

Corri até a sala de jantar rapidamente e felizmente me deparei com manjar turco. Foi o que me motivou a continuar acordada. Estava realmente animada naquele dia, fazia um tempo que não me sentia daquela maneira.

Comi muito mesmo, foi extremamente maravilhoso e não me arrependia disso. Alfred não deu as caras no café da manhã, estranhei, mas continuei em silêncio.

— Alfred está te esperando na estufa. — Bella disse após eu me levantar.

— Oh, certo. - Olhei-a. — Tudo estava extremamente bom.

Sai a deixando com um sorriso no rosto, segui até a cozinha, olhei pela janela e tive a assustadora lembrança do dia anterior. Respirei fundo e sai, ao parar em frente à porta da estufa Alfred apareceu.

— Primeiro: Bom dia. — Sorri. — Segundo: Isto é de Daniel. — Ele entregou-me um buque de rosas, deixando meu sorriso maior. — Terceiro: sua irmã virá aqui hoje.

— Sério? - Sorri, aquele dia estava correndo bem. — Era só isso?

Ele não respondeu, apenas continuou podando as plantas. Levei isso como um sim e sai da estufa, corri até meu quarto, onde deixei o buquê sobre a cama e sai, me deparando com Bella com um olhar apreensivo. Contei-lhe sobre o que Alfred e a mesma pareceu feliz em saber que ele estava na estufa. Continuei meu caminho até a escada, a campainha ecoou por toda casa quando parei no último degrau. Corri até a porta, infelizmente não foi Safa que estava lá, havia apenas um homem, postura formal e olhos castanhos profundos.

— Gostaria de falar com Daniel Natucci. — Travei a mandíbula.

— Ele não está no momento. — Olhei em volta. — Mas Alfred está, gostaria de falar com ele? — O homem concordou, quando iria falar para entrar, Bella me empurrou para trás.

— Como ousa? Saía imediatamente. — Ela o empurrou, o mesmo riu de escárnio.

— A Fera não está? Chame-o, é nossa briga. — Ele berrou, fiquei assustada, mas ainda sim no hall - E a moça? Alguma escrava ou o quê?!

— Caissy, saía. — Ela pediu. Obedeci.

— Exatamente como um cachorrinho obediente. — O homem berrou, cerrei os punhos, mas continuei meu caminho até a sala de estar.

Blackjack, o nome que Alfred diz ser do lobo, estava deitado no sofá, ocupando parte do espaço, me encolhi e deitei também. Aquele homem me assustara.

Algo estava errado, por que chamara Daniel de Fera? Ele era ruim ou mau? Quem sabe ambos. Esses pensamentos me consumiam, porém algo me dizia que eu deveria me preocupar.

— Caissy? — Olhei para cima, Safa se encontrava lá, vestida para um jogo de golfe. Levantei-me e a abracei. — Você está muito bonita! Não aparenta estar triste, não como antes.

— Você também! — Sorri, ao olhar para trás vi Lucca, ele conversava com Alfred. — Como estão as coisas?

Quando fui conta-la, a mesma me atrapalhou e falou de sua maravilhosa vida. Lucca era extremamente fofo e carinhoso, parecia conquista-la, o dinheiro era só um detalhe, que contribuía muito. Eles viajaram duas vezes nesse primeiro mês juntos, ele a fazia feliz. Isso me deixou bem.

Ela estava encantada com a casa e ficou mais surpresa com o lobo, "Um lobo? Um lobo de verdade?" ela repetia, eu só sorria e concordava. Blackjack aparentava estar desconfortável, apenas o acariciava o lobo.

— Amor, nós temos que ir. — Lucca anunciou. — Aliás, casa encantadora, Caissy. — Sorri.

Despedi-me de ambos e os observei irem embora, doeu um pouco deixa-la ir. Eu só queria ter mais um momento em família, pelo menos. Após o carro sumir de vista, olhei para Alfred, o mesmo estava com um sorriso leve. Estranhei.

— Tenho uma pergunta. — Levantei uma sobrancelha. — Gostaria de conhecer Daniel?

— Obviamente. — Exclamei alegre.

***

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P.S. Não seja um leito fantasma.

XOXO.

Fera (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora