Capítulo 4

440 40 19
                                    

Domingo

Preciso saber o que era aquilo.

Acordei determinada.
Peguei minha mochila e fui pra montanha.

Eu sei que a teimosia mata, mas já estou morta mesmo não tenho nada a perder.

Desci as escadas tranquila porque aos domingos minha mãe obriga todo mundo ir pra igreja, eu disse que não estava bem por isso fiquei em casa.

Ao abrir a porta, verifiquei se tinha alguém que eu conheça na rua, mas ela estava deserta.

Então fui até a Montanha.

Parei justo no lugar onde estive na última vez, mas antes de deixar minha mochila no chão, escutei um barulho vindo dos arbustos.
- Oi? Quem está ai? Eu tenho uma arma! Não tenho medo de usar! - A arma! Deixei em casa!

Mas não podia mesmo sair com ela. Depois da guerra, o Governo recolheu todas as armas e trocou as por dinheiro. Era a campanha Mundo Livre de Armas de Fogo, todo mundo colaborou pensando sobre o que aconteceu nos últimos 4 anos.
Se você for apanhado com uma arma de fogo é mandado pra cadeia - É uma das inúmeras novas leis de Donald Trump.

Então ainda com medo e olhando pros lados fui me afastando até descobrir a causa do barulho, um esquilo zumbi.

Então ainda com medo e olhando pros lados fui me afastando até descobrir a causa do barulho, um esquilo zumbi

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ele tava comendo um sapo, mas quando me viu pulou em cima de mim.

Comecei a correr sem olhar tropecei, mas continuei correndo. Até que começou a chover.
- Logo agora?!

Corri o mais rápido que pude, até tropeçar numa pedra e sair cambalhotando.
Depois de tanto cambalhotar, bati com a cabeça numa árvore e desmaiei.

Acordei com alguém me abanando.
- Soraya... Soraya... Acorda... - Dizia um garoto moreno de olhos azuis aparentemente da minha idade.
- Hum...?
- Su, anda logo a gente precisa sair dessa cidade de loucos. - Ele dizia apressado.
- Quê? Porquê? - Perguntei confusa.
- As pessoas desta cidade são loucos, ainda não é Dia das Bruxas mas, estão todos mascarados de zumbis. Alguns tentaram até me morder.
- Uou, calma... Ainda estou zonza.
- Su anda. A gente precisa voltar pro laboratório.
- Espera! Meu nome não é Soraya ou Su sei lá.
- Acho que você bateu muito forte com a cabeça... Quantos dedos tenho na mão? Quantos anos você tem? Quem é o presidente dos Estados Unidos?
- Pó calma... Você tem 5 dedos levantados. Meu nome é Trinity, Trinity Nightshadow. Tenho 16 anos e o Presidente dos Estados Unidos é o Donald Trump.
- Rsrs, Su você tá louca mesmo. O Presidente é o Barack Obama.
- Barack Obama saiu do poder logo que começou a guerra.
- Guerra? Que guerra?
- Aff... E qual é seu nome hein?
- Nossa, ficou com amnésia mesmo.
- Fala idiota!
- Zack Twilight. - Ri baixinho ao ouvir o sobrenome dele. - Que foi?
- Nada Sr. Twilight rsrs. Então quem é essa Soraya? É sua namorada? - Como você pergunta isso à alguém que conheceu a pouco?!
- A Soraya é minha irmã. Depois que acordei não encontrei ela em lugar nenhum.
- Porquê pensou que eu fosse ela?
- O cabelo. A Soraya era muito rebelde, ela cortou o cabelo e pintou de branco só para irritar nosso pai.
- Ata... Então você é um morto-vivo ou Morto-Vivente? - Perguntei tirando as folhas do meu cabelo.
- Morto-vi-quê? Deixa de brincadeira Trinity.
- Você não é daqui?
- Sou de Califórnia.
- Hum...
- Então, o que se passa com o seu país? - Ele perguntou dando ênfase nas palavras "seu país".
- Pera cara, você tem algum tipo de amnésia? Retardia mental? Alzheimer?
- Me diz o que se passa com essa cidade.
- Ta bom, escuta (...). Eu fui classificada como morta-vivente, mas eu acho que você é um morto-vivo, porque tu tá mais morto que eu.
- Eu estou apenas muito pálido. E eu não morri. Sou humano. E deixa dessas histórias de crianças que ninguém vai acreditar que "estamos num mundo pós - apocalíptico, habitado apenas por zumbis, mortos-vivos e uma morta-vivente".
- Não acredita em mim?
- Acredito, claro que acredito. Como também acredito no Coelhinho da Páscoa, na Fada dos dentes, no Papai Noel... Posso continuar? - Ele debochou.
- Entendi a referência. - Olhei pra cima. - Droga.
- Quê foi?
- Corre! - Gritei correndo o mais rápido possível.
- Porquê?! - Ele perguntou confuso.
- Esquilos zumbis!
- Quê?!

Nem sei se ele entendeu mesmo ou não. Mas o Zack corre pra caramba. Parecia carro de fórmula 1.

Chegamos numa casa aparentemente abandonada.

- Aquilo eram esquilos zumbis?!
- Eu disse...
- Então você é mesmo uma zumbi. - Ele pegou o Crucifixo que estava em cima da mesa.
- Primeiro, Crucifixo é para os vampiros. - Baixei a mão dele. - Segundo, os zumbis comem cérebro, você ta safo. E terceiro, eu não sou uma Zumbi!
- Tá, tá, tá. Desculpa Senhora "Morta-vivente". - Ele disse fazendo aspas. - O que significa morta-vivente mesmo?
- Mortos-Vivos com emoções.
- Acho que vou precisar de um cérebro novo é muita coisa pro processar. - Ele sentou numa cadeira e colocou as mãos na cabeça.
- Mas... Você ainda é humano mesmo?
- Sim! - Ele gritou irritado, o que me assustou. - Desculpa.
- Não faz mal.
- Não acredito que estamos num Apocalipse Zumbi, meus pais e minha irmã desapareceram e eu to aqui sozinho.
- Ei, eu sei que não conto como humana mas estou aqui viu? - Coloquei minha mão no seu ombro.
- Obrigado. Então, porquê você parece humana e não aparece aquelas zum... Mortas-vivas do The Walking Dead?
- Rsrs, sei lá. Ah TWD adorava essa série.
- Sério? Eu também.
- Eu gostava de ver eles matando os zumbis mas agora, se matar um zumbi pode ser um antecedente meu.
- Mais outra coisa que preciso processar rsrs.
- E como você chegou aqui? - Sentei no sofá.
- Bem, meus pais são cientistas altamente famosos. Nos mudamos pra cá mas, eu e a Su nao saiamos da Creche que tinham criado pra gente. Passei 3 anos da minha vida lá em baixo, trancado naquele laboratório. Então um dia meu pai me colocou numa camera refrigeradora, se posso assim dizer, então acordei há 2 dias e to tentando sobreviver.
- Uou. Por isso você não sabia nada sobre a Guerra. Elas começaram exatamente há 3 anos.
- Faz mais sentido rsrs. - Ele levantou da cadeira. - Quer alguma coisa?
- Desde que não seja algo morto ou zumbificado, quero.
- Rsrs, toma. - Ele entregou uma lata de Coca-Cola.
- Obrigada. Então... - Tomei um longo golo do refri. - Quais os nomes dos seus pais?
- Charlotte T. Fears e Adam Fears - Quando ele mencionou os nomes Charlotte e Adam Fears, me engasguei e cuspi todo refri. - Calma!
- Pera... Você é filho da Charlotte e do Adam Fears?
- É isso que diz na minha Certidão de Nascimento.
- Eu não acredito!
- Que?
- Como um lerdo, retardado que talvez só saiba contar até 10 é filho da Charlotte e do Adam Fears?
- Upa, vou considerar isso um elogio.
- Desculpa, é que a Charlotte é minha inspiração.
- Normalmente as garotas são inspiradas por cantoras pop e celebridades? - Ele perguntou irónico.
- Rsrs, não sou uma garota como as outras. Adoro ciência. Aos 12 anos, eu tava fazendo um trabalho de química e me amarrei na Marie Curie. Ai descobri que ela tinha duas filhas, e uma das netas decidiu seguir a avó, a grande Charlotte Twilight Fears.
- Uou. Você sabe mais sobre minha mãe do que eu.
- Rsrs.
- Trinity posso te pedir algo? - Ele se ajoelhou a minha frente e pegou minha mão direita.
- Cla-ro... - Gaguejei.
- Me ajuda a encontrar meus pais e minha irmã? - Ele pegou minha mão e olhou nos meus olhos.
- Prometo. - Disse sem pensar.

A Vida De Uma Morta-ViventeOnde histórias criam vida. Descubra agora