Capítulo 23

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Eu estava dormindo tranquilamente quando...

- Amanda! - Acordei gritando.
- Quê? - Charlotte perguntou confusa.
- Amanda, a Amanda Trivarvil? Meu Deus com tanta coisa acontecendo esquecemos ela.
- Vocês não contaram? - Charlotte perguntou entre os dentes furiosa.

Todos se encolheram.

- Não contaram o quê? - Perguntei confusa.
- Trinity, a Amanda foi atacada naquela noite logo após Zack ter fugido.
- Mas o Deke estava consertando o alarme... - Eu disse não acreditando.
- Er... Sabe Trinity. - Deke começou a falar com medo. - A partir da meia-noite a porta só pode ser aberta uma vez, o Zack abriu a porta e como Amanda não sabia o código ela quebrou o alarme.

Encostei num canto e fiquei lá sem falar com ninguém.

A Amanda está morta? Como ficará Mandy que está a espera da Mãe? Como só me lembrei dela agora? Será essa mais uma das inúmeras disfunções de ser uma Morta-vivente? - Mil pensamentos atravessam minha cabeça.

Se passaram mais 7 horas e ainda estavamos no ar, o silêncio que estava entre nós era assustado e noutro momento irritante.

Eu ainda estava em choque com a morte da Amanda, ela era tão engraçada, já tinha passado por tanto para se casar com o amor de sua vida. Mesmo pelo pouco tempo que passei com ela. Considerei ela uma grande guerreira.

- Trinity... - Charlotte me chamou, mas não a respondi. - Olha você precisa superar isso. Você não pode dar uma de fracassada agora. A gente precisa de você, o Zack precisa de você.

Quando Charlotte citou o nome do Zack lembrei dos péssimos momentos que passamos juntos, a descoberta que sua irmã está morta, a traição em cima de traição de seus pais, mas ele nunca se deixou abater por essas coisas. Ele estava de pé, me protegendo e aos outros, não posso ser um estorvo para eles.

- Ok. Do que precisam? - Disse firme.

Senti os sorrisos calorosos deles.

- O helicóptero só aguenta mais meia-hora, o lugar mais próximo daqui é o Canadá. Podes aterrar lá e passar a fronteira? - Deke perguntou.
- Ouvi dizer que Canadá está mais infestado que os outros países, mas podemos dar uma chance.
- Qual a cidade ou estado mais próximo da fronteira? - Zack perguntou.
- Ontário, Toronto.
- Ontário que seja!
- Preparem-se para a aterragem!

Não posso me deixar ir abaixo. Eles precisam de mim. - Pensava confiante.

Pousamos em Toronto, a maior cidade do Canadá.
- Deviam mudar o nome de Canadá pra Cá-Não-Há-Nada. - Karma disse irónica e rimos.

Era o mesmo cenário de destruição maciça. A Torre CN caída e as plantas tinham tomado conta do cenário.

- Eu não sei com o quê devemos nos preocupar. Com os runners ou com as ervas-daninha. - Karma disse irónica.
- Preferia me preocupar com jardinagem durante algum tempo.
- Acampamos aqui e logo que o sol nascer fazemos nossa caminhada até a fronteira. - Charlotte disse firme.
- Ok.

Montámos as tendas, Karma fez uma fogueira e passamos ali a noite. Ou pelo menos era essa a ideia...

Ouvi um barulho estranho vindo de fora, como se alguém estivesse se arrastando pelo chão. Olhei para Zack que estava dormindo tranquilamente e ressonava um pouco. Ri e decidi voltar a dormir. Porém, mal coloquei a cabeça no travesseiro e ouvi o mesmo som de novo. Sai da tenda e procurei por alguma coisa invulgar. Não tinha nada. Ao entrar na tenda vi uma sombra enorme ao minha trás. Cerrei os punhos com força para não gritar ou fazer algum movimento brusco. Virei lentamente e vi o dono da sombra. Era uma trepadeira mutante.

A Vida De Uma Morta-ViventeOnde histórias criam vida. Descubra agora