Capítulo 9

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- Pai?
- Zack é você? - O Senhor perguntou com os olhos marejados.
- Sim Pai.
Eles se abraçaram.

Percebi logo que o homem era Adam T. Fears, o grande cientista e pai do Zack.

Eu estava boquiaberta, ainda sentada no chão observando os dois.

Logo Zack se apercebeu da minha presença.
- Triny este é meu pai. Pai, esta é Trinity Nightshadow.
- Prazer, Garotinha. - Ele disse com desdém.
Escolhi o silêncio como resposta.
- Espera, eu te ajudo. - Zack se aproximou de mim.
- Não encosta em mim! - Gritei e me afastei.
- O que foi Triny?
- O que foi!? Eu estava pedindo socorro pra você. Você simplemente ficou ai olhando. E seu pai... - Dei ênfase a palavra "pai". - Quase me matou!
- Desculpa menina é que eu não vejo nada sem meus óculos.
- Os óculos que tem na cara? - Perguntei com a sobrancelha franzida.
- Ah aqui estão eles. Sou muito esquecido. - Ele disse inocente.
- Desculpa Triny, eu paralisei. Não podia matar um antigo amigo da Família. - Zack se desculpou.
- Nunca faça promessas que não pode cumprir. - Disse lembrando o que ele tinha dito mais cedo.
- Triny eu...
- Eu não quero ouvir mais nada! Você encontrou seu pai, acabou nosso trato! - Levantei do chão. - Não estou comprometida a você! Não sou noiva!
- Que história é essa de noiva? - Adam perguntou confuso.
- Longo história Pai. Mas Triny...
- Zack acabou! - Disse calma. E sai pisando fundo.

O calor que eu tinha sentido mais cedo havia se transformado num frio de rachar, parecia que meu coração tivesse congelado de tanta tristeza.

Peguei o elevador, meus olhos estavam marejados eu não queria chorar.
Não queria que Zack pensasse que eu estava chorando por ele. Pressionei o botão e lá estava eu... Com o coração partido mesmo morto.

A porta do elevador estava quase se fechando quando duas mãos se colocam no meio da porta, a impedindo de se fechar.

- Triny espera. - Zack entrou rapidamente e o elevador se fechou. - Desculpa eu não queria te machucar.
- Você não me machucou. - Disse sem olhar pra ele. - Você me decepcionou. - Olhei para ele.

Várias lágrimas passeavam pelo meu rosto

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Várias lágrimas passeavam pelo meu rosto.
Zack estava sem reacção.

- Sou um idiota mesmo. - Ele baixou a cabeça. - Fiz você chorar mesmo prometendo não te fazer sofrer. Prometi te proteger mas falhei. - Ele levantou as mãos para o céu e as colocou atrás da cabeça.
- Eu não quero ouvir nada já disse. - Encarei o chão e limpei as lágrimas.

Então lembrei...
Eu não tenho lágrimas, meus sacos lacrimais estão secos, como estou chorando? - Meu subconsciente perguntava.

Olhei atentamente para meu dedo que suportava uma lágrima.

O meu espanto mudou para medo, quando o elevador parou brusca e repentinamente, me fazendo cair em cima do Zack.

- Você está muito atiradiça hoje. - Ele disse com um sorriso.

Bufei e sai de cima dele.

- Olha Triny desculpa eu não sou capaz de matar alguém. Nem mesmo um Akne. Ele foi um grande amigo não só da familia, como meu também. Quando nos mudamos, ele era meu único amigo. E fui colocado na pior posição possível.
- Que posição você ta falando?
- A da Escolha. Escolher entre o meu melhor amigo ou a garota que estou apaixonado. - Ele disse olhando pro teto.

Apaixonado? Por mim?

Senti o frio que estava no meu peito desaparecer e ser substituído por um calor enorme.

- Eu não aguento mais tanta emoção. - Disse colocando a mão no peito e respirando afogante.
- Não me diga que é claustrofóbica?! - Ele perguntou preocupado.
- Não, não sou. Descansa.
- Então, estou perdoado?
- Não.
- Por favor Triny! Eu te imploro! Me perdoa! - Ele se ajoelhou e pegou minha mão suplicando por perdão.
- Ta bom, ta bom. Eu te perdoo.

Ele deu um sorriso enorme, me abraçou e me girou.

- Ah! E o trato era encontrar toda a minha família então... O trato ainda está em pé.
- Aff.

Ele apertou num botão e o elevador começou a descer.

- Foi você quem parou o elevador?
- Sim. - Ele disse com um sorriso.
- Idiota! - Comecei a dar monte de tapas nele enquanto ele ria.
- Fraquinha. - Dei um soco na barriga dele e ele gemeu de dor. - Essa foi forte.

O elevador abriu e eu sai sorridente.

- Pai?
- Zack estou aqui. - Adam respondeu.
Percebi que ele estava ao lado da Câmara Criogenica de Charlotte.
- A mãe morreu?
- Não. - Zack suspirou de alívio. - Zack preciso contar algo importante pra você.
- O quê?
Adam pegou uma cadeira e sentou.
- Sua mãe era uma espiã mandada pela Rússia, essa guerra, as bombas, foi tudo culpa da sua mãe.

O grande e lindo sorriso de Zack se desfez rapidamente.

- E sua mãe... Matou Soraya! - Adam começou a chorar descontroladamente.

Eu fiquei boquiaberta mas Zack estava sem expressão facial.

A Vida De Uma Morta-ViventeOnde histórias criam vida. Descubra agora