A Vida De Uma Morta-Vivente

Capítulo 13

- Triny só mais uma vez. - Zack disse afogante.
- Ok. - Respondi também afogante.

Zack e eu treinamos desde que chegamos, sem pausa para descansar.
Zack queria ir p'ra Moscovo o mais rápido possível e eliminar sua mãe.

Eu estava numa mistura de sentimentos:
1 - Feliz por finalmente conhecer minha grande inspiração;
2 - Triste por ter de elimina-lá antes que ela eliminasse a gente;
3 - Feliz por salvar o mundo;
4 - Preocupada com que vai acontecer daqui p'ra frente;

- Pessoal acho que já chega por um dia. - Trix disse e tomou um gole da sua X-Cola.
- Também acho. - Disse respirando fundo e me joguei no chão.
- Acho que não. Ainda precisamos de muito treino. Por favor Triny. - Ele implorou.
- Ok... - Cedi.
- Não, já chega! Zack, você está ficando obcecado com isso. Se você não descansar, eu faço você descansar.
- Como? - Ele perguntou irónico.

Trix pouso seu refri. Agarrou o braço do Zack, puxou-o e numa fracção de segundos Zack estava no tapete.

- Assim. - Trix disse sarcástica e pegou seu refri.
- Ok. Desculpa fazer você ficar tão cansada Triny. - Zack disse.
- Não faz mal. Pelo menos aprendi que posso me defender sozinha.
- Isso porque naquele teste você tirou forças da sua Fonte de Energia. - Trix disse.
- Fonte de energia? - Perguntei confusa.
- Tipo, toda aquela raiva e fúria reprimida se transforma numa fonte de energia. Quando você atacou aquele Akne, o que tava passando pela sua cabeça?
- Eu só queria proteger aquela menininha. Ela era tão parecida com a Deb... E eu, como irmã mais velha, não fui capaz de proteger ela e Erick daquela Estúpida Guerra. - Disse um pouco triste e também furioso.
- Você só conseguiu eliminar aquele Akne quando deitou p'ra fora toda essa sua raiva. Use isso sempre, ela é sua fonte de energia.
- Obrigada Trix.
- Agora eu preciso saber... Porquê vocês queriam tanto aprender a lutar e se defender?

Eu e Zack nos entreolhamos.

- Sabe Trix. É que a gente quer se proteger mesmo desses Aknes idiotas.
- Ué e porquê se eles ficam lá no topo da montanha sossegadinhos?
- É que... - Olhei pra Zack. - A antiga casa do Zack é no topo da Montanha, ele precisa buscar algumas coisas. Fotos, lembranças, etc. Por isso a gente precisa aprender a lutar contra os Aknes.
- Ata... - Ela disse com um olhar de desconfiança. - Tudo bem se não quiserem contar p'ra mim, beleza. - Ela disse com as mãos pro alto.
- Mas é a verdade...
- Calma, vou fingir que acredito. Agora vamo comer que to morrendo de fome. - Rimos.

Saimos da Arena e fomos pra casa da Trix.
Mal Trix abriu a porta e demos de cara com seus pais.

- Boa noite Sr. e Sra. Fisher. - Saudei os pais de Trix.
- Oi Trinity. Nossa, como você tá grande. Tudo bem com você e sua família? - Perguntou Briggith, mãe da Trix.
- Sim, a gente tá bem. Otimo, para dizer a verdade.
- Ouvi um rumor dizendo que você tá noiva. Mentira ou verdade?
- É... verdade Tia Bri.
- Parabéns filha! - Ela me deu um abraço bem forte, tão forte que quase partiu meus ossos fracos e frágeis. - E é ele o sortudo? - Ela perguntou apontando para Zack.
- Sim, é ele.
- Prazer. Bem vindo a casa dos Fisher.
- Obrigado. - Eles apertaram as mãos.
- Bom, eu e o Sr. Norbert vamos para aula de Salsa. Até! Tem comida na geladeira!
- Tá bom Mãe! Tchau! - Trix gritou para mãe e fechou a porta. - Minha mãe às vezes é muito infantil.
- Á quem o diz. - Rimos.
- Pronto, eu vou dormir, to sem fome. Triny você já é de casa, sobrevive ai. Fui, falou. - Ela disse subindo as escadas.
- Será que tem comida de Humano aqui? - Zack disse.
- Shhiu! - Dei um tapa no braço dele. - Se a Trix te ouve ela é bem capaz de te comer sem hesitar. - Disse sussurando.
- Desculpa.

Fomos até a cozinha, fui até a despensa p'ra ver alguma comida para Zack, porque faz dias que ele não come, é bem possível que ele morra antes de fome do que comido por um Morto-Vivo.
Encontrei miojo, fiz e dei para ele. Comi a lasanha que estava na geladeira, colocamos os pratos na pia e dormimos no sofá.

Amanhã, deixarei de ser uma garota indefesa e me transformarei numa assassina em treinamento, só posso confiar no Zack agora. E protegê-lo, é agora minha prioridade. - Pensei. E foi com esse pensamento que adormeci, encolhida no sofá.

Acordei sendo sacubida.

- Triny acorda... Já arrumei nossas coisas. Vamos.
- Porquê?
- A gente precisa partir o mais cedo para Moscovo.
- Ok. Me deixa apenas colocar meus tênis.

Coloquei meus tênis, fiz um coque e fomos embora.

Trix e seus pais ainda estavam dormindo, talvez eles nem notem a nossa falta.

- Onde fica o aeroporto? - Zack perguntou enquanto olhava pros lados.
- Eu esqueci? Não acredito que esqueci!
- Esqueceu o que?
- Aqui já não há aeroportos. - Ele me olhou confuso. - Quero dizer, que fecharam todos os aeroportos, ninguém sai do seu país e também ninguém entra.
- E como que a gente vai para Rússia?
- Não sei. De barco?
- Barco? Você deve tar de brincadeira. Rússia fica à Milhões de Quilómetros daqui a gente deverá demorar uns 3 anos para chegar lá. Até Pedro Álvares Cabral descobriu Brasil mais rápido. - Zack disse rapidamente e grosso.
- Deixa de ser tão negativo! - Gritei. - 3 anos ou mesmo meio século a gente vai chegar lá e pegar o anti-vírus. - Disse confiante. - Agora deixa de ser tão casca grossa e me ajuda a chegar até o outro lado do mundo.
- Você tá certeza. - Ele disse e beijou minha testa. - Tá sempre certa! - Ele gritou correndo.

Não sabia para onde Zack ia, eu estava petrificada pelo simples beijo na testa. Dei um logo suspiro. Quando despertei do meu transe fui correndo atrás do Zack.