Capítulo 14

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Assustei-me com a vibração do telemóvel e saí da pequena sala rapidamente, caminhando escadas acima depois de desejar uma boa noite aos meus pais que estavam no sofá. Entrei no meu quarto e fechei a porta, encostando-me a ela. Aquele momento assustou-me, talvez tenha sido porque estava sozinha ou porque vejo demasiados filmes de terror. Tirei o telemóvel do bolso e desbloqueei-o, vendo a resposta de Niall.

Ótimo, queres almoçar comigo?

Fui para responder mas recebi outra mensagem.

Se não quiseres não há problema!

Ri e teclei a resposta afirmativa.

Adoraria almoçar com o príncipe encantado no seu cavalo branco e de calças de ganga!

Niall enviou um emoji a rir e eu mandei um igual.

Então, até amanhã, donzela!

As minhas bochechas ganharam um pequeno rubor e eu sorri, enviando um 'Até amanhã'. Coloquei o telemóvel na mesa de cabeceira e despi as minhas roupas, fazendo o pijama deslizar pelo meu corpo. Caminhei para a casa de banho e lavei os dentes, penteando o cabelo e fazendo uma trança para que amanhã os meus cabelos loiros maioritariamente lisos ganhem alguns jeitos.

Voltei para o quarto e acendi a luz do candeeiro, apagando a de cima. Deitei-me e peguei no livro que tinha começado a ler mas que com as mudanças não tinha tempo nem disposição para ler à noite. 'No Canto Mais Escuro', é um livro que fala sobre uma mulher, Catherine, que sofre de transtorno obsessivo-compulsivo. Bem, é bastante interessante porque conta alternadamente a sua história em 2003 e a sua história em 2007.

A Catherine de 2003 era uma Catherine divertida, despreocupada e feliz mas a Catherine de 2007 era uma Catherine séria, controladora e infeliz. Ela verificava tudo em sua casa, verificava as portas, as janelas, as cortinas da sala, a janela da casa de banho que nem sequer abria, e o que mais me choca, a gaveta dos talheres. Ela verificava aquilo tudo umas seis vezes, demorava cerca de uma hora.

Logo no início do livro é descrito um episódio sangrento em 2001. Não era da vida de Catherine, ainda não percebi bem, mas tenho a certeza de que é um ponto importante na história. A morte desta tal Naomi vai ser importante. Este livro é bom e, segundo o meu irmão, sou corajosa por ler isto à noite. Estou agora na parte em que Catherine conhece o seu novo vizinho, de olhos verdes e cabelos negros.

Ainda não sei o nome dele mas quase de certeza que eles se vão enrolar.

Fiquei mais um bom tempo a ler e acabei por fechar o livro e ir dormir. O rapaz que Catherine conheceu é o Stuart e é um psicológo. Ele ajuda pessoas como a Catherine.

Bocejei e pousei o livro na mesa de cabeceira, deitando-me e apagando a luz. Fechei os olhos e deixei-me ir pelo cansaço.

***

"Caroline!" A voz da minha mãe soa assim que ouço a porta abrir.

Três

Dois

Um

Uma luz atinge-me e eu resmungo, tapando-me com os lençóis. Odeio quando a minha mãe acende a luz do meu quarto quando estou a dormir. É a primeira coisa que ela faz quando acorda, vir ao meu quarto e acender a luz. Mete-me cá uns nervos.

"Mãe." Grunho e ela puxa os lençóis para fora do meu corpo.

"Toca a acordar!" Disse antes de me deixar sozinha.

Resmunguei um pouco e levantei-me, caminhando para a casa de banho. Tirei o elástico que limitava o meu cabelo numa trança e sorri vitoriosa por este estar com os jeitos que eu queria. Fiz um coque desajeitado e tirei o meu pijama, entrando na banheira. Liguei a água e resmunguei comigo mesma por não ter ligado a água mais cedo para aquecer.

Tomei um duche rápido. Enrolei-me na toalha e pus creme no rosto. Saí da casa de banho e assustei-me ao ver Emmaline à porta.

"Que bicho te mordeu para estares levantada a estas horas?" Pergunto e ela bufa.

"A mãe." Respondeu e entrou na casa de banho. Ri-me e voltei para o quarto. Emmaline só se levantava da cama quando eu estivesse a tomar o pequeno almoço, por isso era de estranhar.

Vesti um conjunto de roupa interior e deslizei umas calças de ganga escura pelas minhas pernas. Dobrei as bainhas duas vezes e calcei logo uns all star brancos. Vesti uma camisola larga e quente branca e coloquei os meus três anéis, um no dedo do meio, outro no dedo anelar e outro no indicador. Coloquei o meu colar e peguei na toalha, caminhando para a casa de banho.

"O que raio se passa contigo?" Pergunto ao ver Emmaline já de banho tomado.

"Nada, tenho sono, fome e zero de vontade para ir para a escola." Responde e sai da casa de banho. Pendurei a minha toalha e penteei o cabelo, deixando-o cair nas minhas costas. Desci as escadas e entrei na cozinha, encontrando o meu pai, a minha mãe e o mais chocante, Harry. Mas este parecia estar a dormir.

"Porque é que toda a gente se levantou cedo?" Pergunto a apontar para o meu irmão e a minha mãe ri-se.

"O teu pai quer despachar a cadeira durante esta manhã e então pediu-me para arrastar o teu irmão até à cozinha." A minha mãe explica enquanto eu deixo um beijo na sua bochecha e na bochecha do meu pai.

"Hazz?" Chamo e abano-o. "Vocês sabem que ele está a dormir, não sabem?" Pergunto e o meu pai encolhe os ombros.

"Vai perder o tempo do pequeno almoço porque eu estou quase a acabar." Disse e eu ri. Se o meu irmão não comer, tem um ataque cardíaco.

"Hazz!" Chamei e ele grunhiu.

"Já sei, mãe, a cadeira horrível." Disse e virou a cabeça para o outro lado, enterrando-a nos braços sobre a mesa.

"Harold Edward Styles." O meu pai rosnou e ele ergueu o seu tronco num ápice.

"Estou aqui, estou aqui." Disse e olhou para mim. "Bom dia, maninha." Cumprimentou e beijou a minha bochecha. Fiz o mesmo e sentei-me à sua frente.

"Caroline, tu e a tua irmã importam-se de ir de autocarro hoje?" Perguntou o meu pai e eu neguei.

"Não, é na boa." Brinquei e ele riu. A minha mãe pousou um prato de torradas à minha frente e uma caneca com leite e café. Logo iniciei o meu pequeno almoço.

Olá! Espero que tenham gostado do capítulo!

Beijinhos

Xx

Spirits |N.H|Onde histórias criam vida. Descubra agora