Capítulo 55

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10 de Abril de 2017 - Faltam três dias

Ontem planeámos os sítios onde iríamos colocar as câmeras. Ficou decidido que iríamos pôr uma câmera em cada divisão, exceto as casas de banho.

Estive três horas a falar com o Niall ao telemóvel durante a tarde. Os pais levaram-no a Miami e fizemos uma pequena chamada de vídeo para ele me mostrar um pouco da praia. E, também, para ele me ver porque já não se lembrava da minha cara. O exagero do costume. Mas, também, não me importei de o ver em calções de banho. Na verdade, Niall não é um rapaz muito musculado, mas não vamos ignorar aqueles bíceps fortes que me agarram tão bem. Já para não falar na maneira incrível como os seus óculos de sol pretos lhe ficavam tão bem a combinar com o sorriso.

Deus do céu

Estudei o resto do dia e, à noite, ganhei coragem para ler o meu livro. Correu tudo bem, e isso assustava-me, porque não sabia o que esperar e não sabia se este espírito não estava a preparar o golpe final.

O dia de hoje foi normal, um domingo muito normal, normal até demais. Estudei, estudei e estudei, até não haver mais matéria lecionada para estudar. Não sabia que outra coisa fazer, não me apetecia ver filmes, não me apetecia sair por causa do gesso e Niall não estava cá. Por isso, porque não estudar? Ninguém o pode fazer por mim e não requer qualquer esforço físico.

Já tinha chegado a hora de jantar, estávamos todos à mesa. O meu pai à cabeceira, Gemma e Emmaline a seu lado. Jane e Jeremy estavam sentados ao lado de Gemma e eu estava sentada entre Emmaline e Harry e à frente de Jane. Por fim, a minha mãe estava na outra cabeceira, a servir os pratos.

"Estou esganado de fome." Harry diz a meu lado.

"Que novidade." Aponto.

"A Caroline a insultar-te, deve estar algo a acontecer." Gemma diz e eu olho-a.

"Eu não o insultei." Defendo e a minha irmã mais velha olha para mim.

"Chamaste-lhe gordo, praticamente." Aponta e o meu queixo descai.

"O quê? Que exagero, Gemma, não chamei nada." Volto a defender e ela encolhe os ombros.

"Agora também te deu para implicar com a Caroline?" Emmaline pergunta-lhe de sobrancelha erguida.

"Não, estou a constatar um facto." Gemma defende.

"Pega nesses cabelos roxos e cala-te." O meu irmão diz e eu uno as sobrancelhas.

Aquela frase não fez qualquer tipo de sentido, mas Harry também não faz sentido.

"Isso não fez sentido nenhum, e o meu cabelo não é roxo." Gemma defende.

"Então é de que cor?" Pergunta o meu irmão de sobrancelha erguida.

"É azul e lilás." A minha irmã responde e eu rio-me com a cara do meu irmão a olhar para o cabelo dela.

"Lilás?!" Guincha. "Isso é roxo!"

"Não é nada, roxo é muito mais escuro, isto é lilás." Gemma defende e o meu irmão grunhe, rolando os olhos.

"É horrível na mesma." Aponta e eu rio-me para com o atrevimento do meu irmão.

"Tu também és horrível e eu não digo nada." Gemma sopra e eu desato a rir.

"E tu ris-te?" Inquira a olhar para mim e eu assinto.

"Tem piada, desculpa." Defendo-me.

"Vá, vamos a comer." A minha mãe ordena e todos começamos a jantar ao som de pequenas conversas. Por momentos, senti que estava tudo bem.

"Au!" O meu pai resmunga e todos olhamos para ele. Ele desvia o olhar para o seu pulso e também eu o faço. Porém, desejo não o ter feito. Neste, está uma letra escrita, mais precisamente, um 'T'.

"O que é isso?" Gemma pergunta e Emmaline faz um som de nojo.

"Alguém escreveu isto aqui." O meu pai responde e oiço a minha mãe queixar-se de dor, o que me faz olhar para ela. Os seus olhos verdes alcançam o seu pulso e ela estende-o para nós.

"O meu pulso tem um 'H'." A minha mãe diz e eu engulo em seco.

"Qual é o sentido de estar a escrever letras à to-" A minha irmã mais velha começa, mas interrompe-se a si própria quando liberta um som de dor e olha para o seu pulso. "Eu tenho um 'R'." Diz e eu sinto o medo apoderar-se de mim.

Começo a olhar para o meu pulso, mas rapidamente olho para o de Harry, pois ele era o que vinha a seguir em termos de idades. As minhas suspeitas confirmam-se quando agarro o seu pulso nas minhas mãos, vendo um 'E' aparecer.

"É um 'E'." O meu irmão anuncia.

"Agora sou eu." Digo mais para mim do que para os outros e fico de olhos postos nos meus pulsos.

"Au!" A Emmaline pragueja chateada e eu olho-a, vendo-a agarrar o pulso.

"Outro 'E'." O meu pai diz e eu engulo em seco ao juntar cada letra.

Three

"Três." Digo e sinto uma dor aguda no pulso, o que me faz agarrá-lo, vendo aparecer um 'D'. Mas não acabava aí.

"Três? Três quê?" Gemma pergunta.

O meu coração quase me sai pela boca quando vejo as seguintes três letras.

"Dias." Respondo e olho para as pessoas à minha volta. "Três dias." Todos se entreolham e eu baixo o meu olhar para a palavra escrita no meu pulso em sangue e a arder.

Três dias. Faltam três dias. Aliás, já está mais perto de faltarem dois dias. O medo aumenta à medida que penso mais neste assunto.

"Faltam três dias para o dia 13 de Abril." Oiço o meu irmão raciocinar.

"E nós não temos provas de nada." Emmaline resmunga.

"Temos sim." Jane diz e eu olho-a. "Nós temos uma câmera na cozinha, por isso, tudo o que acabou de acontecer foi filmado." Explica e eu sinto um pequeno alívio.

"E basta-nos isto para que a igreja faça um exorcismo?" Gemma pergunta.

"Temo que não, teremos de arranjar mais algumas provas." Jeremy responde.

Olá!!! Ahhhh isto está mesmo a acabar, eu já tenho imensos capítulos escritos e este já está escrito há algum tempo! Estou ansiosa para vocês lerem o final!

Beijinhos

Xx

Spirits |N.H|Onde histórias criam vida. Descubra agora