Capítulo 32

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Daniel estava no hospital com o pai, Megan tinha ido para casa depois do Mr. Mellark quase a atirar para fora do hospital, e eu estava a caminho de casa acompanhada por Niall. Tínhamos vindo o caminho todo em silêncio, talvez devido à pequena picardia que tinha havido na biblioteca ou talvez devido ao beijo.

"Não devias ter provocado o Zayn." A sua voz soa e eu olho-o de sobrancelha erguida.

"Desculpa?" Guincho. "Ele foi um estúpido!" Insulto.

"Ele tem um temperamento horrível, sabes disso." Defende.

"E então? Não tinha nada de me agarrar, o Daniel apenas me defendeu." Digo.

"Não interessa!" Exclama chateado e eu sinto a raiva consumir-me, parando de andar e fazendo-o parar também.

"Interessa sim! Por causa do mau feitio do Zayn, o Daniel está no hospital!" Exclamei igualmente chateada.

"Tu não vês, pois não?" Pergunta chateado. "Tu não vês que quanto mais lhe deres importância e o provocares, é pior?" Pergunta.

"Eu não o provoquei, ele simplesmente meteu-se na conversa!" Defendo.

"Porque tu falaste nele!" Gritou.

"Não sabes se era dele!" Grito de volta.

Nós estávamos mesmo a gritar um com um outro.

"Quantos Zayns conheces?" Pergunta de sobrancelha erguida e eu bufo.

"Está bem, eu estava a falar dele, e daí? Eu só disse verdades." Cuspo.

"Assim não te consigo proteger, Caroline, não percebes?" Pergunta chateado.

"Eu não quero que me protejas!" Grito. "Não quero nada de ti!" Acrescento, mas logo me arrependo de dizer tal coisa.

"Estás a falar a sério?" Pergunta e posso ver espanto e alguma tristeza no seu olhar.

"Tenho de ir." É tudo o que digo antes de continuar o meu caminho, deixando Niall para trás.

Não queria ter dito aquilo, mas dados os acontecimentos de hoje, quero simplesmente ir para casa e não falar mais com Niall hoje. Com um suspiro, continuei a caminhar, quase arrastando os pés pelo chão, até casa. Ao fim de algum tempo, avistei a minha casa ao longe, agradecendo a Deus por já estar a chegar.

Assim que cheguei à porta, peguei nas chaves e abri-a, entrando em casa e fechando a porta com alguma força.

"A porta não tem culpa, Caroline." A voz da minha mãe advertiu e eu limitei-me a subir as escadas em direção ao meu quarto.

"Alguém está chateado." O meu irmão diz ao olhar para mim e eu fecho a porta do meu quarto com força.

Largo a minha mala no chão e deixo-me cair na cama, agarrando uma das minhas almofadas e enterrando o meu rosto nesta. Ignorei o facto de o teto ter um pequeno buraco devido a alguma coisa que se passava nesta casa. Por pensar nisso, não liguei aos Black, que chatice. Não vou arriscar ligar aqui em casa, visto que quando o fiz, o meu telemóvel desapareceu e o telemóvel do Harry ficou despedaçado.

***

"Caroline!" A voz da minha mãe grita do andar de baixo e eu não me mexo, apenas enterro mais o rosto na almofada, chateada por ter dito o que disse e chateada por Niall não me ser tão indiferente como eu gostaria que fosse.

"Oh, Niall!" A voz do meu irmão soa no andar de cima e oiço-o descer as escadas.

O meu coração aperta quando oiço o seu nome. O que está ele aqui a fazer? Eu não quero falar com ele, estou chateada. Como é que depois de defender o Zayn como defendeu, sabendo o que ele me fez, o Niall tem a coragem de aparecer na minha casa?

"Caroline, tens uma visita!" A voz da minha mãe grita e eu bufo.

"Eu não quero falar com ninguém!" Grito do meu quarto. Consigo ouvir algumas vozes no andar de baixo, e é então que a voz de Niall sobressai.

"Não! Eu não saio daqui enquanto não falar com ela!" Diz e eu sinto uma pancada forte no meu peito, sentindo outra logo a seguir assim que oiço passos nas escadas. Uma batida fraca na porta soa e eu prendo a respiração. "Care?" A sua voz chama e eu nada digo. "Care, vá lá..." Pede. "Eu sei que o Zayn é um estúpido, um bruto, mas ele é boa pessoa." Defende e eu rolo os olhos.

"Se é para vires defender o Zayn, podes dar meia volta e ir embora." Atiro.

"Ao menos fiz-te falar." Diz e eu rolo os olhos, esboçando um pequeno esgar.

"Parvo." Insulto.

"Abre a porta, por favor." Pede.

"Não." Recuso.

"Por favor." Volta a pedir. "Desculpa ter gritado contigo, desculpa ter defendido o Zayn e não ter compreendido o teu lado." A sua voz soa arrependida e suplicante.

Quis abrir a porta e saltar para os seus braços, mas o meu lado orgulhoso herdado pela Gemma foi mais forte e venceu esse desejo de ter Niall perto de mim.

"Tarde demais." Digo.

"Care, desculpa, por favor." Pede. "Ouve, eu não sou perfeito, gostava de ser, assim nunca te magoaria!" Exclama e oiço um pequeno toque na porta, como se ele se tivesse encostado a esta.

Eu amo-te

"Mas não sou, eu sei que te magoei quando não quis ver o teu lado da situação, mas acredita que estou arrependido por isso."

Eu amo-te

"A última coisa que eu quero na vida é perder-te. Aliás, eu não quero perder-te por nada deste mundo." Diz e oiço-o suspirar. As suas palavras fazem a minha visão ficar turva.

Eu amo-te

"Eu gosto muito de ti." Diz num tom mais baixo.

Eu amo-te

"Abre a porta, por favor, Care..." Volta a pedir.

"Eu amo-te." Digo igualmente baixo.

Mas ele não ouve

"Eu não vou sair daqui enquanto não abrires a porta, Caroline, nem que tenha de passar cá a noite!" Diz convicto e eu ergo o meu tronco.

"Vai-te embora, Niall." Mando.

"Não! Eu não saio daqui!" Exclama.

"Vai-te embora, por favor, falamos amanhã." Digo e oiço-o suspirar.

"Prometes?" Pergunta e eu sorrio fracamente.

"Prometo." Garanto.

"Está bem." Cede. "Até amanhã." Despede-se e eu volto a deitar-me, olhando para debaixo da porta, ainda vendo a sombra dos seus pés.

"Até amanhã." Despeço-me e vejo-o afastar-se da porta, ouvindo os seus passos nas escadas.

Ouvi mais algumas vozes, mas não percebi o que diziam. Ouvi a porta de casa abrir e fechar. Levantei-me num ápice e corri para fora do quarto em direção ao quarto dos meus pais. Afastei as cortinas e vi Niall a caminhar lentamente para longe de mim. Quis abrir a janela e gritar o seu nome, mas mais uma vez, o meu orgulho foi mais forte.

Fiquei ali a vê-lo afastar-se até desaparecer no horizonte. Não sabia porque raio tinha dito que o amava, não entendia como é que aquelas palavras tinham abandonado a minha boca daquela forma tão espontânea e inesperada. Como é que eu podia estar apaixonada por uma pessoa que conhecia há uma semana? Como é que isso era possível?

Olá!! Espero que tenham gostado!!

Beijinhos

Xx

Spirits |N.H|Onde histórias criam vida. Descubra agora