Capítulo 44

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Vamos só gritar pelo facto de o Niall vir cá em maio! AAAHHH

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Domingo. Antes gostava de domingo, mas agora é diferente, dados os acontecimentos. Agora, tudo é diferente. Para ser sincera, eu não já não gosto dos fins de semana, porque é neles que acontecem as piores coisas, é neles que eu fico mais tempo aqui em casa. Não gosto, tenho medo.

A única coisa boa neste momento é o Niall. Afinal, Niall sempre foi uma coisa boa no meio de tudo isto, no meio de toda esta nova vida, de toda esta mudança. Dava qualquer coisa para voltar para Holmes Chapel e não ter saído de lá para vir para aqui. Mas depois, lembro-me de Niall e do facto de que, se não tivesse vindo para aqui, nunca o teria conhecido.

No entanto, Niall não sabe o que se está a passar aqui, Niall não sabe que há um espírito que me está a tentar possuir. Pelo menos, é o que a Jane diz e eu acredito nela. Tenho vindo a pensar em toda a informação que pesquisei na noite em que decidi que ia ligar aos Black e pedir-lhes ajuda.

Existem três fases da atividade demoníaca: a infestação, a opressão e a possessão

Possessão

Possessão

Possessão

Este termo assustava-me, tal como os outros dois. Mas o que me assustava mais era a forma como aquelas palavras que li estavam tão certas.

A infestação são os sussurros, os passos, a sensação de outra presença, o que se transforma na opressão. Nesta fase, a vítima, que em geral é a mais vulnerável em termos psicológicos, é especificamente alvo da ação da força externa. A vítima é dominada e a sua vontade é destruída.Uma vez num estado enfraquecido, é conduzida à fase final, a possessão

Não sei como é que tudo isto se vai resolver. Não sei como é que este espírito vai sair daqui, vai deixar de nos fazer mal, vai desistir da ideia aterradora de me possuir. Isto é demasiado para mim, eu sinto que estou louca. E o pior, é que sinto isso sozinha. Sinto que estou sozinha nestas vivências assustadoras, porque ninguém parece sofrer tanto quanto eu, ninguém parece pensar tanto neste assunto quanto eu.

Serei mesmo a única?

Decido pensar em Niall. Ele hoje disse que tinha de estudar pelo menos durante a manhã e que à tarde podia ir ter comigo. Já que não poderia estar com ele, aproveitei para estudar também durante a manhã, mas não consegui. Não me conseguia concentrar e li as mesmas frases pelo menos dez vezes e, mesmo assim, não dava conta do que lá estava escrito.

A verdade é que o acontecimento de ontem não me deixava a mente e, por sua vez, não me deixava concentrar nos estudos e não gostava disso. Não gostava do facto de estes acontecimentos estranhos e paranormais estarem a interferir nos meus estudos e, consequentemente, estarem a interferir no meu futuro.

Futuro

O que é isso? Sinceramente, depois de tudo o que está a acontecer, eu não sei se vou ter um futuro, pelo menos o futuro que eu gostava de ter e o futuro pelo qual estou a estudar. Ou melhor, a tentar.

Sinto que tudo vai acabar em breve, incluindo a minha vida.

"Caroline?" Uma voz chama-me e arranca-me dos meus pensamentos profundamente solitários, assustados e mórbidos.

"Sim?" Pergunto ao olhar para Jane.

"Estás melhor?" Pergunta e agarra nas minhas mãos geladas comparativamente com as suas.

"Não sei bem." Encolho os ombros.

"O que é que te apoquenta?" Quer saber e eu fico um tanto confusa com a sua pergunta.

É suposto eu não estar apoquentada?

"Bem, tudo." Respondo, olhando para a frente, para a árvore sinistra que sugou os meus desenhos. "Eu não sei o que é que este espírito quer de nós, ou de mim ou lá o que é. Eu não sei o que fazer, eu não sei porquê." Desabafo. "Eu não sei como é que isto vai acabar, nem sei se vai acabar." Acrescento.

"É para isso que estou aqui, para te ajudar." Assegura com um sorriso reconfortante e eu suspiro, sentindo as lágrimas nos meus olhos.

"Eu não quero perder ninguém, não iria aguentar." Digo.

"Não vais perder ninguém, Caroline." Jane diz e aperta as minhas mãos.

"Eu apenas..." A minha voz sai como um suspiro. "Eu tenho tanto medo."

"Não podes deixar o medo vencer, Caroline, tens de pensar na tua família, nos teus amigos, nas pessoas que amas." Diz-me.

"Mas é por amá-los que tenho medo."

"E é esse amor que vence o medo e que vai contribuir para acabar com este pesadelo que tu e a tua família estão a viver." Garante e eu sinto os cantos dos meus lábios erguerem-se um pouco por Jane me conseguir tranquilizar.

Pelo menos por agora.

"Obrigada, Jane." Agradeço e ela sorri, abraçando-me.

"Nunca esqueças esse amor, Caroline, nunca." Pede e eu assinto.

"Jane, Caroline, descobri algo!" Jeremy aparece à entrada para as traseiras e eu levanto-me juntamente com Jane.

"O quê?" Pergunto.

"Vamos para dentro." Jeremy recomenda e assim o fazemos. Sentamo-nos todos na mesa da cozinha.

Fico ao lado de Harry e este rapidamente coloca o seu braço à volta dos meus ombros, como que a proteger-me. É um ato que me faz sorrir levemente. Desde ontem, depois do que aconteceu, que Harry anda sempre atrás de mim e ligou o interruptor de 'Irmão mais velho e protetor'.

Emmaline fica do meu outro lado e ao lado de Gemma, que partilha a cabeceira com o meu pai. Jane e Jeremy ficam lado a lado e à minha frente, e a minha mãe fica na outra cabeceira da mesa. Jeremy espalha fotocópias de páginas de um jornal claramente antigo e eu rapidamente leio as letras gordas.

'Homicídio sangrento na casa de família Karton'

Ao olhar para a fotografia, reconheço a casa. Era a nossa, com um aspeto mais recente. Os meus olhos vagueiam pelas outras folhas, idênticas, apenas mudava o nome de família.

Começo a ficar assustada, o que raio era aquilo? O que queria aquilo dizer? Porque é que existiram homicídios aqui em casa? Quem é que os provocou? Porque é que os provocou? Porque é que são tão iguais?

Olá!!! Ansiosas para o próximo capítulo?

Espero que tenham gostado!

Beijinhos

Xx

Spirits |N.H|Onde histórias criam vida. Descubra agora