Capítulo 30

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"Como é que o teu telemóvel foi lá parar?" Gemma pergunta e eu encolho os ombros.

"Não tenho a mais pequena ideia." Respondo.

"Ainda estou a tentar perceber como é que o teu telemóvel se partiu, Harry." Emmaline observa.

"Aquilo atirou-o à parede." Esclarece.

"Estou a ficar assustada com isto." Emmaline desabafa e eu suspiro, assentindo.

"Sim, eu também." Digo e termino o meu jantar, cruzando os talheres.

"Temos de pedir ajuda aos Black." Harry diz.

"Quem são os Black?" Emmaline pergunta.

"Quando estavas no hospital, nós conhecemos um casal que disse que nos podia ajudar." Respondo.

"E foi quando eu tentei ligar-lhes que o meu telemóvel se partiu." Harry acrescenta.

"Que coisa mais esquisita." Gemma diz.

O jantar passou rápido e depois de ajudar a minha mãe, caminhei para o quarto. Despi-me e vesti o meu pijama. Caminhei para a casa de banho e lavei os dentes, regressando ao quarto. Peguei no meu computador e sentei-me na cama, colocando o computador no colchão. Liguei-o e abri o Google, clicando no motor de busca.

Dobro e desdobro os dedos hesitante e respiro fundo. Começo a teclar letra a letra, clicando no 'enter', procurando por informações sobre espíritos e atividade demoníaca. Abro um site e começo a ler.

"Existem três fases da atividade demoníaca: a infestação, a opressão e a possessão. A infestação são os sussurros, os passos, a sensação de outra presença, o que se transforma na opressão. Nesta fase, a vítima, que em geral é a mais vulnerável em termos psicológicos, é especificamente alvo da ação da força externa. A vítima é dominada e a sua vontade é destruída.Uma vez num estado enfraquecido, é conduzida à fase final, a possessão."  As minhas próprias palavras assustam-me e sinto a minha pele arrepiar. "Da autoria de Jane e Jeremy Black, médiuns na zona do Texas." Os nomes não me são estranhos.

São os Black, do hospital, só podem ser eles. Encontro um número de telemóvel e sou rápida a levantar-me e pegar num papel e numa caneta. Escrevo o número com as mãos a tremer e assim que termino, dobro o papel ao meio e guardo-o no meu estojo, fechando-o e guardando-o na mala.

O som do meu telemóvel a tocar ecoa nos meus ouvidos e sou rápida a olhar para o teto, lembrando-me do acontecimento de hoje. O som começa a aproximar-se e eu começo a recuar, acabando por cair em cima da cama. O som soa no meu quarto e aproxima-se cada vez mais de mim, o que me faz recuar no colchão, sentindo o medo consumir cada parte de mim.

"Mãe!" Chamo. "Mãe!" Chamo novamente. "Mãe!" Grito quando oiço uma pancada no teto. "Ah, mãe!" Grito mais alto e encolho-me mais.

"Caroline?" A minha mãe chama e o teto quebra, o que me faz saltar e gritar. "Caroline!" A minha mãe grita e eu olho para o chão, vendo o meu telemóvel a tocar no meio do bocado de teto caído.

"O que é que se passou?" Harry entra apressado no meu quarto e o seu queixo cai ao ver o buraco no teto.

"Oh meu Deus!" Gemma deixa escapar quando os seus olhos atingem o cenário no meu quarto. O meu irmão aproxima-se de mim e eu abraço-me a ele, procurando parar de tremer.

"Que merda acabou de acontecer?" Harry pergunta incrédulo.

"O meu telemóvel começou a tocar outra vez e eu ouvi o som aproximar-se cada vez mais de mim, até que-" Sou interrompida por três pancadas fortes na parede e aperto as minhas mãos à volta do braço do meu irmão.

"O que raio foi isto?" A minha mãe pergunta com a voz trémula e outras três pancadas surgem.

"Jesus!" Emmaline assusta-se e agarra-se a Gemma.

"Nós temos de sair daqui." O meu pai diz e eu concordo plenamente com ele. Outras três pancadas surgem e eu agarro-me mais ao meu irmão, gritando.

"Tu não podes dormir aqui, Caroline." Harry diz e pega-me ao colo, levantando-se. "Vais dormir no meu quarto." Ele sai do meu quarto e coloca-me no chão.

"Está um gelo esta casa!" A minha mãe comenta.

"Vou acender a lareira." O meu pai diz e sai, descendo as escadas.

"Vamos todos lá para baixo." A minha mãe diz enquanto olha em volta, procurando algo suspeito.

***

Os meus olhos estavam em todo o lado menos em Megan, que me contava alguma coisa. Eu só queria encontrar Niall para poder ir falar com ele. Ontem as coisas não acabaram muito bem.

"Estás a ouvir alguma coisa do que eu estou a dizer, Caroline?" Megan pergunta e os meus olhos alcançam Niall a entrar na Universidade.

"Eu venho já." Anuncio e caminho em passo apressado até ao rapaz loiro de olhos azuis. "Niall!" Chamo e os seus olhos encontram os meus. O seu olhar desvia-se do meu e vejo-o afastar-se mais de mim. "Niall, espera!" Peço e sigo-o. "Niall, para!" Alcanço o seu braço e puxo-o, virando-o.

"Estou com pressa." Diz chateado e eu suspiro.

"Ouve, eu sei que ontem não agi corretamente, mas-" Começo.

"Eu não tenho tempo para falar." Interrompe-me e vira-se, retomando o seu caminho.

"Niall, por favor, desculpa!" Peço e ele para, virando-se para mim. Senti a minha visão ficar turva com a frieza de Niall para comigo. "Eu não te posso perder, Niall." Desabafo e deixo uma lágrima teimosa escapar do meu olho, mas rapidamente a limpo. No entanto, o meu gesto e as minhas palavras parecem amolecer Niall.

"Porque é que dizes isso?" Pergunta.

"Eu não sei, eu apenas..." Suspiro e escondo o rosto nas minhas mãos. Sinto os seus braços envolverem o meu corpo e o seu perfume invadir os meus sentidos.

"Tu não me vais perder, Care." Garante e eu coloco-me em bicos dos pés, envolvendo o pescoço de Niall com os meus braços.

Sinto-me segura neste abraço apertado, sinto-me segura com Niall.

"Desculpa ter-te despachado daquela maneira." Peço e Niall afasta-me um pouco dele para me poder olhar. As suas mãos alcançam o meu rosto e acariciam-no.

"Eu sei que um dia tu me vais contar o que se anda a passar. Eu sei que um dia vais confiar em mim." Diz.

"Eu confio plenamente em ti, Niall." Garanto e ele sorri, deixando um beijo lento na minha testa.

Os nossos rostos estão perigosamente próximos, causando arrepios estapafúrdios no meu corpo. Os seus olhos azuis trancam-se com os meus e sinto-me derreter a cada segundo que olho para a imensidão de azul claro que parece cada vez mais bonito. Os meus olhos desviaram-se para os seus lábios, que estavam ligeiramente separados e irresistíveis.

Voltei a olhar para os seus olhos e vi que os seus também olhavam para os meus lábios. O seu rosto começou a aproximar-se do meu e senti o meu corpo arrepiar quando as nossas testas se encostaram e os nossos narizes roçaram. Os seus lábios juntaram-se aos meus num beijo simples e voltaram a separar-se. Logo a seguir, os lábios de Niall cobriram os meus num beijo lento.


Olá!!! Oh meu deuuuuusssss!!!! Desculpem, mas ando muito atarefada com a escola!! Espero que compreendam e que tenham gostado deste capítulo!

Beijinhos

Xx

Spirits |N.H|Onde histórias criam vida. Descubra agora