O som do meu despertador soou e eu desliguei-o. Não tinha dormido nada devido aos acontecimentos de ontem, ainda sentia a minha pele arrepiar. A porta do meu quarto abriu e eu olhei para a mesma, conhecendo a silhueta da minha mãe atravessar a divisão para abrir as portadas. Semicerrei os olhos devido à luz e vi a minha mãe aproximar-se de mim.
"Querida, sentes-te bem para ir para a escola?" Pergunta e eu encolho os ombros.
"De que me vale dizer que não?" Pergunto. "Tu não acreditaste em mim, isso superou o susto que apanhei." Acrescento e ela suspira.
"Caroline, o que tu contaste é humanamente impossível." Diz.
"Porque o que aconteceu não foi humano, foi uma cena de filmes de terror, mãe." Falo.
"Desde quando é que uma árvore fala?" Pergunta.
"Eu sei o que vi e ouvi." Defendo e ela caminha para fora do quarto, dizendo apenas para me despachar.
Levantei-me e caminhei para a casa de banho. Liguei a água e enquanto está aquecia, despi o meu pijama. Entrei na banheira e deixei que a água escorresse por todo o meu corpo. De repente, senti um cheiro horrível, como se algo estivesse podre, ou morto. Isso assustava-me devido aos últimos acontecimentos.
Olhei para todos os lados à procura de algo que pudesse justificar aquele cheiro mas nada me saltava à vista. Terminei o meu banho e enrolei-me numa toalha, saindo da banheira e seguidamente da casa de banho. Entrei no quarto e atirei a toalha para cima da cama, vestindo a roupa interior.
Deslizei umas calças de ganga escura pelas minhas pernas e uma t-shirt larga azul clara pelo meu tronco. Calcei umas meias e uns all star brancos. Peguei na toalha e voltei para a casa de banho, pendurando-a. Penteei-me e voltei para o quarto, fazendo a cama. Saí novamente e desci as escadas, entrando na cozinha.
"Bom dia." Cumprimentei e beijei a bochecha do meu pai, sentando-me no meu lugar.
"Como te sentes?" Pergunta-me e eu olho-o.
"De que adianta dizer que ainda estou arrepiada com o que aconteceu ontem? Nenhum de vocês acredita em mim." Atirei e a minha mãe colocou uma caneca de café com leite à minha frente.
"Caroline, tens de entender que o que-" A minha mãe começa mas é interrompida pelo grito de Emmaline no andar de cima.
"É a Emmaline!" Disse e levantei-me da cadeira, correndo para o andar de cima e sendo seguida pelos meus pais.
"Quem é que gritou?" O meu irmão sai do quarto.
"Emmaline!" Chamei e vi-a sair da casa de banho com as lágrimas nos olhos.
"O que é que aconteceu?" A minha mãe aproximou-se e afastou os fios de cabelo que atrapalhavam a visão da minha irmã.
"Alguém me mordeu." Emmaline respondeu e virou-se, afastando o cabelo para revelar uma marca de uma mordida.
"Oh meu Deus!" Tapei a minha boca com as mãos.
"Eu sabia que a Gemma era agressiva mas nunca pensei que ela fosse capaz de morder alguém." Harry disse e eu olhei-o espantada.
"Como podes dizer isso?" Pergunto e ele olha-me. "A Gemma não fez isto à Emmaline!" Defendo a minha irmã mais velha.
"Então, quem foi?" Pergunta.
"Não sei, mas alguém foi!" Exclamo.
De facto, dados os acontecimentos de ontem à noite, começo a achar que está mais alguém cá em casa sem sermos nós os seis. E esse alguém foi quem mordeu à Emmaline.
"Isto é um pouco estranho." Emmaline observa e vi Gemma passar os dedos pela ferida da curva do pescoço de Emmaline, fazendo esta queixar-se de imediato.
"Primeiro aquela maldita árvore, depois aquela voz lá em cima e a jarra partida e agora isto!" Exclamei e todos os olhares foram postos em mim. "Começo a achar que o facto de cheirar a morto, as nódoas negras na Emmaline e os relógios também estão relacionados." Acrescentei.
"Relógios?" Gemma pergunta.
"Se reparares, os relógios param sempre às quatro e vinte e duas da manhã." Disse e ela olhou por cima do meu ombro, franzindo a testa.
"Pois é, o relógio parou." Falou e eu virei-me para trás, olhando para o relógio parado.
"Isto é mesmo estranho." Emmaline voltou a observar.
"De certeza que tem uma explicação lógica." Apontou Harry.
"Oh sim, tu de repente viraste inteligente." Gemma atirou e eu ri-me apesar de não ser o momento ideal para rir.
"Cala-te." O meu irmão grunhiu e ouvi passos em cima de mim, o que me fez olhar rapidamente para o teto.
"Ouviram isto?" Pergunto e reparo que os meus pais olham para o teto.
"Passos." Harry disse de olhos no teto. Esses passos passaram para uma corrida, o que me fez agarrar o braço de Gemma ao meu lado.
"Quem é que está lá em cima?" Pergunta Emmaline.
"Que eu saiba nós não temos sótão." A minha mãe apontou.
"Se não temos porque é que estou a ouvir alguém a correr por cima de mim?" Harry pergunta e eu engulo em seco quando se ouve uma pancada mesmo por cima de mim.
Outra pancada surgiu, como se estivesse alguém a saltar.
"Isto está a tornar-se sinistro." O meu pai apontou e as pancadas dissiparam-se, aliviando o meu batimento cardíaco.
Um estrondo surgiu do andar de baixo, o que me fez gritar, sendo acompanhada por Gemma e Emmaline.
"Que merda foi aquela?!" Harry perguntou num tom assustado e eu olhei para o andar de baixo.
"Acho que foi na cozinha." A minha mãe disse com uma voz assustada e vi Harry passar por nós em direção às escadas.
"Harry, não!" Gritei e corri atrás dele para o apanhar mas já era tarde demais. Ele já estava dentro da cozinha. Assim que lá entrei, o meu queixo caiu no chão. A mesa estava tombada, assim como as seis cadeiras, a loiça que estava em cima da mesma encontrava-se despedaçada, as torradas e o leite com café estavam espalhados pelo chão.
O que raio tinha acabado de acontecer?
Olá!!!!! O que acharam?
Beijinhos
Xx
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Spirits |N.H|
Fiksi PenggemarCaroline é uma rapariga de dezanove anos que se muda para uma casa nova no campo com os pais e com os irmãos. "Mãe, temos mesmo de ir?" A sua vida muda, ela deixa tudo para viver com a sua família naquele campo. "Eu só estou aqui por vocês." E é nes...